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quinta-feira, 31 de julho de 2014
Massacre extrai choro e ira na ONU contra EUA
Organização das Nações Unidas divulga que 80% dos 1,4 mil mortos por ataques de Israel na Faixa de Gaza são civis; porta-voz que atuava em hospital no qual 20 crianças foram mortas, ontem, em razão de bombardeios israelenses, cai em prantos durante entrevista à tevê Al Jazira; "Não somos burocratas sem coração", disse Christopher Gunness; em Nova York, alta comissária para Direitos Humanos denuncia apoio militar maciço do governo de Barack Obama para o regime do louco Benjamin Netanyahu; "Os EUA não apenas fornecem armamento pesado, como gastaram 1 bilhão de dólares no sistema antifoguetes de Israel, proteção que os civis de Gaza não têm", lembrou Navi Pillay; proteção de Obama a Netanyahu é indefensável moral e eticamente; vídeo.
A dramaticidade do massacre imposto pelo regime de Benjamin Netanyahu à população civil da faixa de Gaza cresce a cada dia. Nesta quinta-feira 31, a ONU divulgou oficialmente que 80% dos mais de 1,5 mil mortos entre os palestinos são civis, entre adultos e crianças. O morticínio entre palestinos vai despertando reações diferentes entre os executivos da ONU encarregados de estabelecer um cessar-fogo duradouro. Vai das lágrimas pelo que está acontecendo à ira contra o apoio dos Estados Unidos ao regime de Benjamin Netanyahu.
Em entrevista à rede de televisão árabe Al Jazira, Christopher Gunness, porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) caiu em lágrimas ao falar sobre o ataque, ontem, a uma escola usada pela ONU para abrigar palestinos. Pelo menos 20 pessoas morreram ali, a maioria crianças, e mais de cem ficaram feridas. A posição da escola para refugiados foi passada nada menos que 17 vezes para os militares de Israel, que, ainda assim, atingiram o alvo reconhecidamente civil.
— Eu acho que isso mostra que não somos apenas burocratas sem coração da ONU, nós temos coração, e, algumas vezes, eles quebram — disse.
A escola da ONU no campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, foi atingida por pelo menos três projéteis. Mais de três mil pessoas estavam no local no momento do ataque. Outra escola já havia sido alvo de bombardeio no dia 24 de julho, em Beit Hanun, matando cerca de 15 palestinos.
Do ponto de ético e moral, os Estados Unidos não têm como se livrar da responsabilidade pelo massacre praticado pelo governo israelense sobre os palestinos. Em Nova York, nesta quinta-feira 31, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou o governo de Barack Obama por dar armamento ao exército israelense e não fazer o suficiente para deter a ofensiva contra a Faixa de Gaza.
- Os Estados Unidos têm influência sobre Israel e deveriam fazer mais para parar as mortes, para que as partes em conflito dialoguem", disse Pillay em entrevista coletiva. "Eles não só fornecem a Israel artilharia pesada usada em Gaza, mas gastou quase US$ 1 bilhão para proteger o país contra os foguetes palestinos. Uma proteção que os civis de Gaza não têm", prosseguiu ela.
- Os Estados Unidos também deveriam fazer mais para acabar com o bloqueio aos territórios ocupados. Deveria fazer mais para acabar com os assentamentos. Lembremos que os Estados Unidos votam contra, tanto no Conselho de Direitos Humanos como no Conselho de Segurança, todas as resoluções que condenam o bloqueio e os assentamentos".
O bombardeio a uma instalação da ONU foi criticada pelo governo norte-americano nesta quinta-feira. "O bombardeio a uma instalação da ONU que está abrigando civis inocentes que estão fugindo da violência é totalmente inaceitável e totalmente indefensável", afirmou o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest a jornalistas.
Abaixo, vídeo com a emocionada entrevista do porta-voz Christopher Gunness:
Fonte: 247
Um porta voz da UNRWA em Gaza não consegue finalizar sua fala enquanto descreve um ataque cruel contra palestinos em um mercado de Al shija'ah.
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Ataque de Israel ao Mercado de Shujaiya em Gaza / Foto Palestinian News Network |
Um porta voz da UNRWA em Gaza não consegue finalizar sua fala enquanto descreve um ataque cruel contra palestinos em um mercado de Al shija'ah.
Ele sobreviveu ao massacre.
A ONU não tem como maquiar mais nada.
A realidade está aí, impressa no choro sofrido deste homem.
Enquanto isso a mídia sionista continua dizendo que a "guerra" é contra tuneis.
Tentam justificar a qualquer custo o HOLOCAUSTO PALESTINO.
Nem quem é calejado em missões humanitárias suporta mais tanta BARBÁRIE de Israel.
Assista ao vídeo:
Como Israel ‘noticia’ os próprios crimes de guerra
Por Patrick Cockburn*
Do Counterpunch
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Mark Regev |
Os porta-vozes israelenses já têm muito trabalho tentando explicar como os israelenses assassinaram mais de 1.000 palestinos em Gaza, a maioria dos quais civis, em comparação com apenas 3 civis mortos em Israel por foguetes e fogo de morteiro do Hamás. Mas pela televisão e pelo rádio e pelos jornais, porta-vozes do governo israelense hoje, como Mark Regev, parecem menos enroladores e menos agressivos que predecessores, que eram muito mais visivelmente indiferentes ao número de palestinos mortos.
Há pelo menos uma boa razão para esse ‘aprimoramento’ das capacidades de Relações Públicas dos porta-vozes de Israel. A julgar pelo que se os veem dizer, já estão trabalhando conforme um estudo feito por profissionais, bem pesquisado e confidencial, sobre como influenciar a mídia e a opinião pública nos EUA e na Europa.
Redigido pelo especialista em pesquisas e estrategista político dos Republicanos, Dr. Frank Luntz, aquele estudo foi encomendado há cinco anos por um grupo chamado “The Israel Project” [Projeto Israel], que mantém escritórios nos EUA e em Israel, para ser usado “por todos que estão na linha de frente da guerra midiática a favor de Israel”.
Cada uma das 112 páginas do folheto é marcada com “proibido distribuir ou publicar” [orig.“not for distribution or publication”], e é fácil entender por quê. O relatório Luntz – oficialmente intitulado “Dicionário de Linguagem Global do Projeto Israel 2009” [orig. “The Israel project’s 2009 Global Language Dictionary[1]] vazou quase imediatamente para Newsweek Online, mas até hoje só muito raramente mereceu atenção, e sua verdadeira importância ainda mão foi devidamente considerada.
Deveria ser leitura obrigatória para todos, sobretudo para jornalistas interessados em conhecer a política de Israel, por causa da lista de “Faça/diga X” e “Nunca faça/diga Y” dirigida aos porta-vozes de Israel.
Aquelas duas listas são altamente iluminadoras para que se compreenda a distância imensa que separa o que funcionários e políticos israelenses pensam e creem, e o que eles dizem; o que eles dizem é modelado por pesquisa mantida ativa minuto a minuto, para detalhar o que os norte-americanos desejam ouvir. Com certeza, nenhum jornalista deveria arriscar-se a entrevistar qualquer porta-voz de Israel sem conhecer muito bem aquele manual e ter-se preparado para contra-perguntar sobre os muitos temas – e sempre com as mesmas palavras e frases – que se ouvem hoje da boca do Sr. Regev e seus colegas.
O panfleto é cheio de saborosos conselhos sobre como eles devem modelar suas respostas, para diferentes audiências. Por exemplo, o estudo diz que
“os norte-americanos aceitam que ‘Israel tem direito a ter fronteiras defensáveis’. Mas Israel não tem vantagem alguma em definir com precisão que fronteiras são essas. Evitem falar em fronteiras em termos de pré- ou pós-1967, porque isso só faz relembrar aos norte-americanos o passado militar de Israel. Essa expressão prejudica os israelenses, sobretudo no campo da esquerda. Por exemplo, o apoio da direita israelense a fronteiras defensáveis cai de 89% para menos de 60% sempre que vocês falam em termos de 1967.”
E quanto ao direito de retorno dos refugiados palestinos que foram expulsos ou fugiram em 1948 e nos anos seguintes, e que nunca mais puderam retornar às próprias casas e terras? Aqui, o Dr. Luntz é muito sutil nos conselhos que dá aos porta-vozes israelenses; diz que
“o direito de retorno é questão difícil para que os israelenses falem dela com eficácia, porque praticamente toda a linguagem israelense soa muito semelhante à fala de ‘separados, mas iguais’ dos racistas segregacionistas dos anos 1950s e dos defensores do Apartheid nos anos 1980s. De fato, os norte-americanos não gostam, não acreditam nisso e não aceitam o conceito de ‘separados, mas iguais’.”
Assim sendo, como devem os porta-vozes enfrentar questões que até o manual considera ‘difíceis’? Recomendam que a coisa seja chamada de “demanda” – porque os norte-americanos detestam gente que faz demandas. O manual ensina:
“Digam portanto: ‘os palestinos não estão satisfeitos com o estado que têm. Agora, estão demandando mais territórios dentro de Israel.”
Outras sugestões para resposta israelense efetiva incluem dizer que o direito de retorno deve ser item de um acordo final “algum dia, no futuro”.
O Dr Luntz observa que os norte-americanos em geral temem qualquer imigração em massa para dentro dos EUA, “portanto falem sempre de ‘imigração palestina em massa para dentro de Israel’ –, e os norte-americanos sempre rejeitarão a ideia. Se mais nada funcionar, digam que a volta dos palestinos faria ‘descarrilhar o esforço para alcançar a paz’”.
O relatório Luntz foi redigido logo depois da Operação Chumbo Derretido em dezembro de 2008 e Janeiro de 2009, quando morreram 1.387 palestinos e nove israelenses.
Um capítulo inteiro é dedicado a “isolar o Hamás, apoiado pelo Irã, como obstáculo à paz.” Infelizmente, agora, quando está em curso a Operação Fio Protetor, iniciada dia 6 de junho de 2014, e nova matança de palestinos, há um problema grave para a propaganda de Israel, porque o Hamás está rompido com o Irã por causa da guerra na Síria e está completamente sem contato com Teerã. Só reataram relações amistosas há poucos dias – e por causa da invasão israelense.
Muitos dos conselhos do Dr Luntz tratam do tom e do modo de expor o pensamento de Israe0l. Diz que é absolutamente crucial mostrar vastíssima simpatia pelos palestinos:
“Os persuasíveis [sic] não dão importância ao que você saiba, até que se convençam de que você lamenta muito, do fundo do coração, toda a situação. Mostre empatia PELOS DOIS LADOS!”
Isso provavelmente explica por que tantos porta-vozes israelenses vão praticamente às lágrimas quando falam do sofrimento dos palestinos bombardeados por bombas e mísseis israelenses.
Em frase escrita em negrito, sublinhada e toda em maiúsculas, o Dr Luntz diz que os porta-vozes ou líderes políticos israelenses NÃO DEVEM, NÃO PODEM, nunca, de modo algum, justificar “o massacre deliberado de mulheres e crianças inocentes”, e devem reagir agressivamente contra qualquer voz que acuse Israel por tal crime. Vários porta-vozes israelenses esforçaram-se muito para seguir esse conselho na 5ª-feira passada, quando 16 palestinos foram mortos num abrigo da ONU em Gaza.
Há uma lista de palavras e frases a serem usadas e uma lista de palavras e frases a serem evitadas. Há de tudo: “O melhor meio, o único meio, para alcançar paz duradoura, é alcançar respeito mútuo.” O mais importante é que o desejo de paz de Israel com os palestinos tem de ser sempre enfatizado, porque é o que os norte-americanos mais querem que aconteça. Mas se se observarem pressões para que Israel realmente faça alguma paz, a pressão deve ser imediatamente reduzida; nesse caso, os israelenses devem dizer:
“um passo de cada vez, um dia depois do outro” – expressões que serão facilmente aceitas como “abordagem de bom senso, para a equação ‘deem-nos A terra, que lhes damos a paz’.”
O Dr Luntz cita como exemplo de “pegada israelense muito eficaz” a seguinte frase: “Quero muito particularmente falar às mães palestinas que perderam seus filhos. Nenhum pai ou mãe deveria ter de enterrar suas crianças.”
O estudo admite que o governo israelense não quer, de fato, qualquer solução de dois estados, mas diz que isso não pode ser declarado publicamente, porque 78% dos norte-americanos são favoráveis àquela solução. Devem-se enfatizar sempre as muitas esperanças de que os palestinos progridam economicamente.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é citado com elogios, por ter dito que “já é hora de alguém perguntar ao Hamás: o que, afinal, estão fazendo para melhorar a vida de seu povo?!” A hipocrisia, aí, é inacreditável: é Israel, com os sete anos de bloqueio econômico que impõe a Gaza, quem reduziu Gaza ao estado de pobreza e miséria em que vive hoje.
Em todos os casos e ocasiões, o modo como porta-vozes israelenses apresentam os fatos é planejado para dar a norte-americanos e a europeus a impressão de que Israel desejaria muito a paz com os palestinos e estaria disposta a ceder para chegar à paz. Todas as evidências, e também o Manual do Dr. Luntz, sugerem que tudo aí, são mentiras. Embora não tenha sido requisitado ou produzido com essa finalidade, poucos estudos mais reveladores foram jamais escritos sobre a Israel contemporânea, em tempos de guerra e paz.
[1] Pode ser lido (ing.) em http://www.docstoc.com/docs/8303274/The-Israel-Projects-2009-Global-Language-Dictionary [NTs].
*Patrick Oliver Cockburn é um jornalista irlandês, correspondente no Oriente Médio desde 1979.
Fonte: Sul21
Imagens: Google
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Soldados dos EUA e da Europa são vistos na Faixa de Gaza
Entidade denuncia 6 mil soldados estadunidenses, canadenses e europeus na Faixa de Gaza lutando ao lado do exército israelense contra os palestinos
Fontes palestinas dizem que a medida está sendo tomada porque muitos israelenses se recusam a lutar no campo de batalha e as autoridades são obrigadas a substituí-los pelos estrangeiros. 53 soldados de Israel morreram desde o começo da ofensiva contra Gaza. Enquanto do lado palestino, ao menos 1.191 pessoas foram mortas além de mais de 6300 feridas.
“Crime contra a humanidade”
Vinte e quatro médicos europeus que estão em Gaza lançaram uma carta aberta descrevendo os ataques de Israel de “um crime contra a humanidade”.
“Solicitamos aos nossos colegas que denunciem a agressão de Israel. Estamos combatendo a propaganda do governo que transforma o massacre pela denominada ‘agressão defensiva’. A realidade é que se trata de uma agressão cruel com duração e intensidade ilimitadas”, diz a carta que também reforça que a maioria dos alvos israelense são civis inocentes.
Os médicos também denunciam que Gaza está sendo bloqueada, e os feridos não podem buscar socorro em hospitais fora da região, além do acesso a comida e medicamentos ser limitado.
“Israel está insultando nossa humanidade, inteligência e dignidade. Os médicos que tentam viajar para Gaza, não conseguem chegar por conta de bloqueios”, denunciam.
Recém nascidos
Outro aspecto pouco conhecido da ofensiva israelense em Gaza é a morte de bebês abandonados na região, já que recém-nascidos não podem ser levados pelos seus pais para um local seguro.É o caso da maternidade do hospital Shifa, onde três bebês dividem a mesma incubadora. A falta de energia e de mantimentos nos hospitais fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) solicitasse um “corredor humanitário” para tratar dos feridos.
Fonte: Pragmatismo Politico
Israelense defende o estupro de palestinas
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Mordechai Kedar defende o estupro de mulheres palestinas |
“A única coisa que vai deter um atacante suicida é saber que, se ele puxar o gatilho, sua irmã será estuprada”, disse o ex-membro da inteligência militar de Israel Mordechai Kedar; para ele, seria uma “medida efetiva para amedrontar os combatentes desse povo”
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Mordechai Kedar |
Atualmente, Kedar é investigador do Centro Begin-Sadat para Estudos Estratégicos da Universidad de Bar-Ilan. Além disso, o ex-militar também é diretor do “Israel Academia Monitor”, um centro que policia os acadêmicos das universidades israelenses. Segundo as agências de notícias estrangeiras, esse centro é conhecido por “perseguir as pessoas que não obedecem as diretrizes do governo de Israel.”
Tal resposta foi dada em uma entrevista ao programa de rádio Hakol Diburim, da Rádio Israel Bet. As informações são do portal Livre Pensamento.
Atualmente, Kedar é investigador do Centro Begin-Sadat para Estudos Estratégicos da Universidad de Bar-Ilan. Além disso, o ex-militar também é diretor do “Israel Academia Monitor”, um centro que policia os acadêmicos das universidades israelenses. Segundo as agências de notícias estrangeiras, esse centro é conhecido por “perseguir as pessoas que não obedecem as diretrizes do governo de Israel.”
Fonte: Brasil 247
terça-feira, 29 de julho de 2014
Israelitas cantam «Amanhã não há escola! Já não há lá mais crianças! Gaza é um cemitério!»
-
Por António Santos
-
- Depois de uma deputada israelita declarar que todas as mães israelitas devem ser assassinadas, depois dos seus académicos apelarem à violação das mulheres palestinianas, depois das fotografias de israelitas a assistir a bombardeamentos a comer pipocas como se estivessem no cinema, chega-nos um vídeo de cidadãos israelitas a cantar e a celebrar a morte das crianças de Gaza.
Eis um pouco da letra, que nos explica em primeira mão porque é que Israel não tem o direito de existir:
«Olé, olé, olé-olé-olé
Amanhã em Gaza não há escola
Já lá não há mais crianças!
Amanhã em Gaza não há escola
Já lá não há mais crianças!
Olé, olé, olé-olé-olé
Eu odeio-te, Zoabi
Eu odeio todos os árabes.
Oh-oh-oh-oh
Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!»
Eu odeio-te, Zoabi
Eu odeio todos os árabes.
Oh-oh-oh-oh
Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!»
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Alemanha: ouro depositado nos EUA “sumiu” !!!
Alemanha desiste de plano para repatriar seu ouro dos EUA. O Fed roubou ouro da Alemanha. Recusou a devolução pedida pelo Bundesbank, o Banco Central da Alemanha.
Após dois anos de lutas diplomáticas e escândalos financeiros envolvendo o “Fed-Banco Central (Reserva Federal) dos EUA”,
a Alemanha desistiu de suas tentativas de repatriar seu ouro depositado
nos EUA para casa. A fim de se salvar do escândalo (ou simplesmente
roubo), o Bundesbank emitiu uma declaração oficial que destaca a sua “confiança” em seus parceiros, os banqueiros norte americanos de New York…
Alemanha desiste de plano para repatriar seu ouro dos EUA
Fed roubou ouro da Alemanha. Recusou a devolução pedida pelo Bundesbank, o Banco Central da Alemanha.
Veja o vídeo:
Veja o vídeo:
Depois
de uma campanha de mídia longa e difícil, o Bundesbank superou sua
relutância inicial e exigiu uma repatriação completa de todas as barras
depositadas no valor aproximado de US$ 141 bilhões pertencentes à
reserva nacional de ouro da Alemanha (São 1.536 toneladas métricas de
ouro).
A
reação do Fed foi extremamente grosseira e demonstrando irritação com a
questão do “ouro alemão”, que tornou-se um dos problemas mais difíceis
nas relações diplomáticas entre EUA
e a Alemanha. Cada atraso e todas as desculpas inventadas pelo Fed, a
Reserva (Bco Central) Federal dos EUA, fez com que a campanha na
Alemanha para a repatriação do ouro ficasse ainda mais forte, levando a
uma desconfiança ainda mais profunda entre as partes envolvidas no “negócio”.
Finalmente, foi dito pelo Fed ao Bundesbank que ele vai ter o seu ouro de volta somente daqui a MAIS seis anos (em 2020 apenas),
mostrando claramente que o cartel bancário central dos EUA fez algo
nefasto com o metal que lhe foi confiado em salvaguarda. Muito
provavelmente, o ouro alemão ou foi vendido (portanto roubado da
Alemanha) há muito tempo ou foi dado em “garantia hipotecária” durante a
negociação dos bancos americanos em derivativos de ouro. De acordo com a
Bloomberg, depois de repatriar apenas 5 toneladas de ouro, a Alemanha
desistiu de continuar pressionando o Fed.
A
Bloomberg citou Norbert Barthle, o porta-voz do orçamento para o
partido democrata cristão de Merkel no parlamento da Alemanha, que disse
que “os norte americanos estão cuidando bem de nosso ouro. Objetivamente, não há absolutamente nenhuma razão para desconfiança”.
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O Deputado
republicano Ron Paul esta tão preocupado com as reservas legais de ouro
do governo dos EUA e de que o Federal Reserve esta escondendo a verdade
sobre as reservas americanas de ouro, que ele apresentou um projeto de
lei no final de 2010 para forçar uma auditoria externa nesses dois
orgãos que detém o ouro dos EUA, mas que posteriormente foi derrotado em
votação na Câmera dos deputados pelas forças que sustentam o regime de
Barack H. Obama. Quando diretamente questionado pelos repórteres se ele
acreditava que não havia mais ouro em Fort Knox ou na Reserva Federal, o
deputado Ron Paul deu a resposta incrível, “Eu acho que é uma possibilidade”.
|
Os críticos apontam que há uma série de razões muito objetivas para desconfiança total. Uma dessas razões é que nunca houve uma auditoria alemã ou independente sobre a existência do ouro alemão em Nova York ou Londres.
Além
disso, o Bundesbank nunca foi capaz de fornecer uma razão para a falta
de auditorias, alegando que ele armazena ouro “apenas com os bancos
centrais da “mais alta reputação internacional” e, portanto, uma auditoria independente não é necessária.
- http://thoth3126.com.br/eua-barras-de-ouro-falsas-em-fort-knox/
- http://thoth3126.com.br/o-ouro-dos-eua-nao-existe-mais/
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Acima: Fort Knox é uma pequena cidade americana e base do Exército dos Estados Unidos, localizada no estado de Kentucky, ao longo do rio Ohio. Ela abriga importantes unidades de treinamento e comando de recrutamento do exército, o Museu George S. Patton, em homenagem ao general da II Guerra Mundial e o United States Bullion Depository, (Depósito de Ouro dos Estados Unidos) pelo qual o lugar é mais conhecido, como depósito de grande parte do ouro guardado pelo governo do país. |
A
decisão de suspender as tentativas de repatriação suportam as
características de uma concessão política para Washington. É muito
provável que na longa guerra de Berlim para reaver o seu metal precioso,
o país vai se arrepender desta decisão porque suas chances de nunca
mais recuperar o controle do seu ouro agora estão muito próximas de
zero.
No
entanto, ainda há alguma esperança para a recuperação do ouro
alemão. Horas depois de Bloomberg publicar a história sobre a Alemanha
finalmente desistir suas tentativas de repatriação do metal, Peter
Boehringer, o líder da campanha “repatriar o nosso ouro”, divulgou um
comunicado, chamando a publicação da peça da Bloomberg como “um artigo
de “não-notícia” com um título errado, com estranhos entrevistados,
notícia velha, e com uma abordagem ideológica claramente apologética”.
Ele também
disse que a luta para trazer de volta o ouro alemão que deveria existir
depositado no Fed-Bco Central Reserva Federal dos EUA, vai continuar.
{n.t. O QUE OS CHINESES DESCOBRIRAM: Aproximadamente
20 anos atrás (em torno de 1994) – durante a administração Bill Clinton
[acho que Robert Rubin, o senhor Alan Greenspan e Lawrence Summers
participaram] – entre 1,3 e 1,5 milhões de barras de tungstênio pesando
400 onças-oz foram supostamente produzidas por uma empresa muito
hightech, uma refinaria sofisticada dos EUA [foram refinadas mais de 16
milhares de toneladas métricas]. Posteriormente 640 mil destas barras de
tungstênio receberam seus chapeamento de ouro e foram enviadas à FORT KNOX como se fossem ouro puro e permanecem lá até hoje… - Saiba muito mais.}
- http://thoth3126.com.br/profecia-de-1912-sobre-fim-dos-eua-e-obama/
- http://thoth3126.com.br/obama-seria-muculmano/
- http://thoth3126.com.br/obama-o-fantoche/
- http://thoth3126.com.br/barack-obama-segredos-e-mentiras-sem-fim/
- http://thoth3126.com.br/obama-comunista/
- http://thoth3126.com.br/o-projeto-comunista-nos-eua-nwo-nova-ordem-mundial/
- http://thoth3126.com.br/o-futuro-colapso-dos-e-u-a-previsto-por-jornal-da-russia/
- http://thoth3126.com.br/obama-nasceu-em-mombasa-no-quenia/
- http://thoth3126.com.br/eua-a-beira-da-falencia/
- http://thoth3126.com.br/obama-nao-nasceu-nos-eua/
Retirado do site: thoth3126.com.br
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
domingo, 27 de julho de 2014
Roger Waters divulga carta aberta contra “muro do apartheid” israelense
Via Viva Palestina
data de publicação: novembro 20, 2013
Em 1980, uma canção que escrevi, “Another Brick in
the Wall Part 2″, foi proibida pelo governo da África do Sul porque
estava a ser usada por crianças negras sul-africanas para reivindicar o
seu direito a uma educação igual. Esse governo de apartheid impôs um
bloqueio cultural, por assim dizer, sobre algumas canções, incluindo a
minha.
Vinte e cinco anos mais tarde, em 2005,
crianças palestinas que participavam num festival na Cisjordânia usaram a
canção para protestar contra o muro do apartheid israelita. Elas
cantavam: “Não precisamos da ocupação! Não precisamos do muro racista!”
Nessa altura, eu não tinha ainda visto com os meus olhos aquilo sobre o
que elas estavam a cantar.
Um ano mais tarde, em 2006, fui contratado para actuar em Telavive.
Palestinos
do movimento de boicote académico e cultural a Israel exortaram-me a
reconsiderar. Eu já me tinha manifestado contra o muro, mas não tinha a
certeza de que um boicote cultural fosse a via certa. Os defensores
palestinos de um boicote pediram-me que visitasse o território palestino
ocupado para ver o muro com os meus olhos antes de tomar uma decisão.
Eu concordei.
Sob a protecção das Nações Unidas,
visitei Jerusalém e Belém. Nada podia ter-me preparado para aquilo que
vi nesse dia. O muro é um edifício revoltante. Ele é policiado por
jovens soldados israelitas que me trataram, observador casual de um
outro mundo, com uma agressão cheia de desprezo. Se foi assim comigo, um
estrangeiro, imaginem o que deve ser com os palestinos, com os
subproletários, com os portadores de autorizações. Soube então que a
minha consciência não me permitiria afastar-me desse muro, do destino
dos palestinos que conheci, pessoas cujas vidas são esmagadas
diariamente de mil e uma maneiras pela ocupação de Israel. Em
solidariedade, e de alguma forma por impotência, escrevi no muro,
naquele dia: “Não precisamos do controle das ideias”.
Realizando
nesse momento que a minha presença num palco de Telavive iria legitimar
involuntariamente a opressão que eu estava a testemunhar, cancelei o
meu concerto no estádio de futebol de Telavive e mudei-o para Neve
Shalom, uma comunidade agrícola dedicada a criar pintainhos e também,
admiravelmente, à cooperação entre pessoas de crenças diferentes, onde
muçulmanos, cristãos e judeus vivem e trabalham lado a lado em harmonia.
Contra
todas as expectativas, ele tornou-se no maior evento musical da curta
história de Israel. 60.000 fãs lutaram contra engarrafamentos de
trânsito para assistir. Foi extraordinariamente comovente para mim e
para a minha banda e, no fim do concerto, fui levado a exortar os jovens
que ali estavam agrupados a exigirem ao seu governo que tentasse chegar
à paz com os seus vizinhos e que respeitasse os direitos civis dos
palestinos que vivem em Israel.
Infelizmente,
nos anos que se seguiram, o governo israelita não fez nenhuma tentativa
para implementar legislação que garanta aos árabes israelitas direitos
civis iguais aos que têm os judeus israelitas, e o muro cresceu,
inexoravelmente, anexando cada vez mais da faixa ocidental.
Aprendi
nesse dia de 2006 em Belém alguma coisa do que significa viver sob
ocupação, encarcerado por trás de um muro. Significa que um agricultor
palestino tem de ver oliveiras centenárias serem arrancadas. Significa
que um estudante palestino não pode ir para a escola porque o checkpoint
está fechado. Significa que uma mulher pode dar à luz num carro, porque
o soldado não a deixará passar até ao hospital que está a dez minutos
de estrada. Significa que um artista palestino não pode viajar ao
estrangeiro para exibir o seu trabalho ou para mostrar um filme num
festival internacional.
Para a população de
Gaza, fechada numa prisão virtual por trás do muro do bloqueio ilegal de
Israel, significa outra série de injustiças. Significa que as crianças
vão para a cama com fome, muitas delas malnutridas cronicamente.
Significa que pais e mães, impedidos de trabalhar numa economia
dizimada, não têm meios de sustentar as suas famílias. Significa que
estudantes universitários com bolsas para estudar no estrangeiro têm de
ver uma oportunidade escapar porque não são autorizados a viajar.
Na
minha opinião, o controle repugnante e draconiano que Israel exerce
sobre os palestinos de Gaza cercados e os palestinos da Cisjordânia
ocupada (incluindo Jerusalém oriental), assim como a sua negação dos
direitos dos refugiados de regressarem às suas casas em Israel, exige
que as pessoas com sentido de justiça em todo o mundo apoiem os
palestinos na sua resistência civil, não violenta.
Onde
os governos se recusam a atuar, as pessoas devem fazê-lo, com os meios
pacíficos que tiverem à sua disposição. Para alguns, isto significou
juntar-se à Marcha da Liberdade de Gaza; para outros, isto significou
juntar-se à flotilha humanitária que tentou levar até Gaza a muito
necessitada ajuda humanitária.
Para mim, isso
significa declarar a minha intenção de me manter solidário, não só com o
povo da Palestina, mas também com os muitos milhares de israelitas que
discordam das políticas racistas e coloniais dos seus governos,
juntando-me à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS)
contra Israel, até que este satisfaça três direitos humanos básicos
exigidos na lei internacional.
1. Pondo fim à ocupação e à colonização de todas as terras árabes [ocupadas desde 1967] e desmantelando o muro;
2. Reconhecendo os direitos fundamentais dos cidadãos árabe-palestinos de Israel em plena igualdade; e
3.
Respeitando, protegendo e promovendo os direitos dos refugiados
palestinos de regressar às suas casas e propriedades como estipulado na
resolução 194 das NU.
A minha convicção nasceu
da ideia de que todas as pessoas merecem direitos humanos básicos. A
minha posição não é antisemita. Isto não é um ataque ao povo de Israel.
Isto é, no entanto, um apelo aos meus colegas da indústria da música e
também a artistas de outras áreas para que se juntem ao boicote
cultural.
Os artistas tiveram razão de
recusar-se a atuar na estação de Sun City, na África do Sul, até que o
apartheid caísse e que brancos e negros gozassem dos mesmos direitos. E
nós temos razão de recusar atuar em Israel até que venha o dia – e esse
dia virá seguramente – em que o muro da ocupação caia e os palestinos
vivam ao lado dos israelitas em paz, liberdade, justiça e dignidade, que
todos eles merecem.
Fonte: Gilson Sampaio
sábado, 26 de julho de 2014
Gaza: Além de mortes, crianças em estado de choque são cotidiano na sala de emergência
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Shareef Sarhan/UNRWA |
Mortalidade infantil representa 25% das baixas da ofensiva israelense em território palestino; questão psicológica compromete futuro da população, diz médica em Gaza
Patrícia Dichtchekenian
do Opera Mundi
“Há muitas crianças que chegam à sala de emergência sem machucados graves ou fisicamente preocupantes. Elas chegam, na verdade, em estado de choque”, conta diretamente da Faixa de Gaza a coordenadora de saúde francesa da organização MSF (Médicos Sem Fronteiras), Audrey Landmann, a Opera Mundi.
Nos últimos dois dias, uma criança morreu a cada hora em Gaza, aponta o relatório do dia 22 de julho do Ocha (Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, em inglês) na Palestina. Desde o dia 7 de junho, a operação israelense “Margem Protetora” já deixou 635 mortos, dos quais 77% são civis e, destes, 161 são crianças, representando 25% das baixas. Dos 3.500 feridos, 1.100 são crianças.
Para além das estatísticas, a médica francesa aponta que o conflito traz efeitos psicológicos devastadores a longo prazo para as crianças, impactando no futuro da população palestina. “As crianças ficam próximas de casas que foram bombardeadas e presenciam diversas mortes. Elas têm muitos pesadelos e acordam toda hora à noite por conta dos bombardeios. Consequentemente, há uma série de sintomas crônicos que acabam se desenvolvendo”, argumenta Landmann.
Entre 2008 e 2014, a Faixa de Gaza foi palco de pelo menos três grandes operações israelenses, com a justificativa de Tel Aviv de combater o braço armado do grupo Hamas. Para a coordenadora da MSF, essa sucessão de conflitos e traumas resulta em sintomas psicológicos profundos. “Há uma grande quantidade de crianças – e adultos em geral - que apresentam quadros depressivos ou que têm problemas para se exteriorizar, se sociabilizar”, diz.
Segundo o relatório da agência da ONU na Palestina, há pelo menos 116 mil crianças que deveriam receber suporte psicológico especializado para lidar com as experiências de morte, luto, violência, abuso e perda. Por sua parte, o Ocha já atendeu 1.196 crianças na Faixa de Gaza.
A entrevista de Opera Mundi com Audrey Landmann foi interrompida por duas bombas que explodiram a cerca de 500 metros da casa da médica francesa; ouça aqui
Contudo, apenas dois dos seis centros comunitários de saúde mental das Nações Unidas estão em funcionamento no território palestino. Além disso, pelo menos 18 unidades de saúde, incluindo três hospitais, foram atingidas pelos mísseis israelenses, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Por enquanto, a MSF ainda não disponibilizou o atendimento psicológico em Gaza, tendo serviço semelhante na região palestina da Cisjordânia.
“O primeiro tratamento nesses casos é escutar essas crianças e dar voz a elas. Depois, é preciso ver que sintomas essas crianças vão desenvolver semanas depois desse estado de choque. Muitas não vão querer mais sair de casa e vão desenvolver outros tipos e comportamentos”, explica Landmann.
A questão psicológica para as crianças é tão séria em Gaza que até a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio, em inglês) desenvolveu uma nova via de captação de doações a partir de US$ 30 que serão destinadas para oferecer tratamentos psicológicos a crianças traumatizadas.
Fonte: Brasil de Fato
Rafael Correa: “A relação do povo com o poder na América Latina vive um momento de mudanças históricas”
Miguel Romero/ Divulgação Presidência da República
“Restauração conservadora” ameaça ciclo de governos progressistas na América Latina"
Em
passagem recente pelo Brasil, o presidente do Equador, Rafael Correa,
concedeu entrevista aos jornalistas Valter Xéu, (Pátria Latina); Beto
Almeida (Brasil de Fato, Telesul e TV Comunitária e ao sociólogo Emir
Sader (TV Brasil).
Foram
40 minutos de uma conversação agradável onde o presidente equatoriano
que esta no poder desde 2007, afirmou que pretende concorrer à reeleição
em 2017.
Correa
esteve no Brasil para participar da reunião da UNASUL, que reúne países
da América do Sul, com os BRICS, integrado por China, Rússia, Brasil,
África do Sul e Índia.
O
presidente equatoriano, que defende a existência de leis que limitem o
poder midiático, também acredita que, no momento, está em marcha na
América Latina uma “restauração conservadora”, que tem como objetivo pôr
fim ao ciclo de governos progressistas que emergiu no continente nos
últimos anos.
Beto Almeida –
Senhor presidente. Muito obrigado por nos ter recebido aqui. Trazemos
aqui as saudações do Brasil com o reconhecimento do gigante papel que o
Equador tem desempenhado, tanto na América Latina como no mundo. Viemos
aqui com três periodistas: 1) Valter Xéu do Pátria Latina, que nasceu
depois de uma reunião de Fidel Castro com vários periodistas e
intelectuais da América Latina. Essa apresentação seguiu-se da
exclamação do presidente dizendo então:- “naturalmente, o Valter do
Pátria Latina”. 2) Eu, Beto Almeida, presidente da TV Comunitária de
Brasília, a qual tem um convênio de colaboração com a Telesul e
represento aqui também o periódico Brasil de Fato, ligado aos movimentos
sociais como os dos sindicatos, e dos sem terra. 3) Emir Sader da TV
Brasil, a qual foi criada na época do Lula. Agora dou então a palavra a
Emir Sader.
Emir Sader –
Sr. Presidente Rafael, no seu primeiro mandato presidencial o senhor
disse que não era uma época de câmbio, mas um câmbio de época. Já lá se
apontava para as relações e diferenças entre um mundo unipolar, e um
mundo multipolar. O Senhor diria que estamos saindo de um mundo unipolar
e nos dirigindo a um multipolar? O senhor diria então que haveria
específicas consequências para a América Latina como resultado das
decisões tomadas nas diversas reuniões dessa semana, como as decisões
dos BRICS? Estaremos aqui saindo da era unipolar, do após guerra fria,
para um mundo multipolar?
Presidente Correa –
Muchas gracias. Em primeiro lugar abraços ao Brasil com votos da melhor
sorte para todos. Bem, sim. Eu creio que está se dando uma mudança de
época e que um novo ciclo está se aproximando. Muitos progressistas
chegaram ao poder na América Latina conjuntamente com o debacle das
direitas nacionais, as quais ficaram então aturdidas pelo seu grande
fracasso, o qual está ligado ao fracasso do neoliberalismo, e não
conseguiram reagir convenientemente de maneira imediata. Temos aqui uma
mudança de épocas. Essas são mudanças profundas. Não se trata somente de
reformas superficiais. São mudanças históricas, com uma grande mudança
das relações do poder. É uma mudança de um estado burguês a um popular.
Essa mudança na América Latina foi se consolidando através dos governos
de Hugo Chaves na Venezuela, Lula da Silva no Brasil, de Morales na
Bolívia, de Bachelet no Chile, de Tavares Vasquez no Uruguai, e da
revolução no Equador.
Entretanto,
tem que se ter cuidado. Um novo ciclo conservador pode tentar reverter o
que já se ganhou. É necessário muita atenção. Depois do debacle que os
aturdiu estão agora começando uma nova coordenação, e isso nos níveis
locais, regionais, e internacionais. Há que se ter muita atenção. Eu
creio que a América Latina nunca voltará às condições do passado, mas se
poderá perder muito do que já se conseguiu. Muito poderia ser
revertido. Tem-se aqui a influência da cultura hegemônica transmitida
pela mídia, inculcando nos pobres que o que é bom para os ricos, é
também bom para os pobres. E daí segue a exploração.
Depois
se tem a construção dos blocos, o que faz parte do processo de
mudanças. Pode ser. Parece-me também que com a unipolaridade a América
Latina saiu perdendo muito, uma vez que com a unipolaridade a América
Latina perdeu em importância, visto em relação ao tempo em que ela era
central no jogo contra o comunismo.
Mas
sim, há uma mudança de era, onde o encontro entre os blocos é um fator
muito importante. Unir-se em blocos é uma boa maneira de mudar a ordem
injusta dos mais fortes, a ordem dos países hegemônicos, do capital
financeiro, e do pior de tudo nesse contexto, do capital financeiro
especulativo. Veja-se o caso da Argentina. Os Estados Unidos a poderiam
ter quebrado. Há aqui também uma necessidade de se assegurar uma
realidade multipolar, a qual permitiria maior participação, conquanto
evitando, ao mesmo tempo, o eterno tipo de perigo que pairou sobre a
Argentina, por exemplo. Isso exige a construção de blocos sólidos. Isso
tem que ser feito através de blocos que possam apresentar trabalho
efetivo. O Brasil é grande em si, e talvez pudesse enfrentar o problema
sozinho, mas para os países que são pequenos, e muitos o são na América
Latina, é necessária a cooperação em blocos, e o encontro entre esses
blocos.
Essa é uma realidade que tem de ser consolidada.
Mas, por enquanto, estaríamos já no início de um novo ciclo? Teremos que esperar para saber a resposta exata.
Beto Almeida –
Sr presidente, a união dos BRICS com a UNASUL é um passo muito
importante para o setor econômico, também em escala internacional, e
aqui se poderia reivindicar então uma integração internacional politica
e/ou anti-imperialista.
Em
sua opinião, como poderia ser feita uma coordenação da união econômica
com a politica? O nosso saudoso Chávez já falava de uma espécie de
Quinta Internacional. Outros falam de um campo anti-imperialista. Quais
deveriam ser na sua opinião as convenientes iniciativas para sustentar
uma coordenação econômica dos fundos, e do banco de desenvolvimento, que
esta nascendo, com uma coordenação política e/ou anti-imperialista?
Presidente Correa -
Temos de ser realistas. Blocos alternativos são necessários e bons,
mas aqui se tem que nem todos os países do bloco dos BRICS têm governos
progressistas, e o mesmo se dá com a UNASUL. Temos que estar atentos,
mas já é muito o que se consegue com a arquitetura financeira regional,
que traz uma independência da tradicional hegemonia, o que se está
fazendo agora com os BRICS, com os seus fundos de reserva, com o seu
novo Banco de Desenvolvimento, e com o já estabelecido acordo entre o
Brasil e China, para comércio e transações nas próprias moedas. A
situação já mudou muito.
No
que já foi feito não se trataria de uma união ideológica, mas de uma
união prática, independente do ideológico. Entretanto, isso já em si é
muito importante. Segue-se agora que o trabalho da união política ainda
tem que ser tratado e aprofundado. O que já temos é um novo consenso em
relação a novos interesses. Com os BRICKS tem-se uma nova arquitetura
financeira, a qual poderia evitar, por exemplo, que todas as transações
financeiras internacionais tivessem necessariamente que passar pelos
Estados Unidos, aos quais então se continuariam dando os meios
financeiros necessários para quebrar a quem quer que fosse. BRICS é bom.
Traz consigo uma realidade menos injusta.
Valter Xéu –
Senhor presidente. Durante o seu mandato os índices de saúde e educação
cresceram muito e teve-se a erradicação da pobreza. Como se explicaria
que Equador, um país com uma pequena economia tenha conseguido índices
onde países com maiores recursos, não conseguiram?
Presidente Correa –
Trata-se de um processo político. Tem-se que, no passado, nesse
continente, a América Latina não se desenvolveu, mas que os Estados
Unidos se desenvolveram. Temos um passado histórico, onde civilizações
mais avançadas já aqui estavam desde o início, como por exemplo, os
Maias, os Aztecas e os Incas. No total trata-se de uma constelação de
fatores, mas um desses fatores é o de classes. Tivemos um passado social
onde a classe das elites nos dominou desde o início.
Mas quanto a sua pergunta posso dizer que o processo no Equador foi político.
Tínhamos
a dominância de um estado burguês que estamos mudando para um estado
popular. Os recursos sempre estiveram aqui, por exemplo, os petroleiros,
mas digamos que entre a elite e o povo tinha-se, na área petrolífera,
uma relação de 4vs1, relação essa que agora está se levando a uma
relação de 1vs4. No setor petroleiro nós fizemos renegociações e tivemos
sucesso com isso. Ninguém pagava impostos. Os recursos sempre estiveram
presentes, mas são agora usados para o bem comum. Então isso
significaria que se trata de uma mudança nas relações de poder, que
agora se usam em função do bem da população e do poder popular.
Mas
aqui encontramos limites e restrições externas. Isso é perigoso. Temos
ataques vindos de todos os lados. A Chevron poderia ter quebrado o
Equador. Temos que encarar restrições impostas a nós, mas que os
próprios ricos não seguem, usando-se de expedientes, pretextos, e
escusas. Têm-se aqui a ver com desculpas como lavagem de dinheiro,
terrorismo, e outras, mas os ricos não se incomodam com essas
restrições, que impõem a nós, mas não a eles próprios. Vejam-se os
paraísos fiscais. Os direitos de propriedade alcança até o conhecimento,
que se privatiza a favor deles, mas os bens ambientais, por exemplo,
eles os querem consumir de graça. É custoso conservar as selvas. Há
pressões externas que exigem cooperação. Temos que criar, em etapas, uma
integração. Temos que ser eficientes e criar mais recursos. O
socialismo sempre falou dos aspectos sociais, mas quanto à eficiência
não se falou muito. Temos agora que falar também do aspecto da
eficiência, conjuntamente com os aspectos sociais.
Emir Sader –
Frente à debilidade dos partidos políticos, de direita a mídia age
quase como que um partido político em oposição. Isso se vê bem quanto
aos meios de comunicação. Trata-se aqui de uma questão de
democratização, na qual o Equador avançou muito. Qual seria o modelo a
ser seguido?
Presidente Correa –
Esse é o nosso principal adversário. É uma luta enorme. Os meios de
comunicação na América Latina não pertencem aos pobres. Eles estão em
mãos particulares, em mãos da elite financeira. No Equador 90% dos meios
de comunicação estão em mãos particulares. Nós temos um periódico
nacional dos cincos dos grandes periódicos nacionais. Periódicos locais e
regionais são muito mais. Temos dois canais de televisão, dos seis ou
sete canais nacionais. Nós resgatamos a radio nacional, mas existem mais
do que mil outras. É pouco, mas já com isso o povo ganha alguma coisa.
Os meios de comunicação deveriam ser públicos, mas estão em mãos
particulares. A comunicação é um direito, e uma coisa fundamental na
comunicação social. No sistema capitalista o direito dos povos quanto a
uma comunicação livre e abrangente está em direta oposição à exigência
de lucros. Lucro e direito de comunicação vão em direções opostas. As
elites, entretanto não procuram só os lucros, querem naturalmente o
poder. Temos uma contradição. Temos aqui que a comunicação social, e,
portanto de massas, está em mãos particulares.
Pode-se
falar em restringir o poder politico, e de uma certa maneira as pessoas
aceitam. Pode-se falar em restringir o poder econômico, e até isso se
aceita. Mas quando se fala em pôr qualquer limite ao poder midiático lá
isso já não se aceita de maneira alguma. A tentativa de exigir uma certa
balança nas apresentações, uma certa objetividade, ou neutralidade, é
imediata e fortemente atacada, como um gravíssimo ato contra a liberdade
de expressão.
A
imprensa latina é excepcionalmente ruim quanto à falta de ética, quanto
à concentração da propriedade, quanto à falta de profissionalismo,
assim também como quanto as suas manipulações políticas, e muito mais,
também.
Beto Almeida –
Para fazer frente a manipulações no campo monetário, financeiro, e
social, temos, por exemplo, organizações como a CELAC. Entretanto,
apresenta-se aqui no Brasil também a necessidade de uma realidade
periodista de integração. O que temos é um periodismo de desintegração.
Tem-se o caso do Campeonato Mundial. Foi o Mundial um fracasso? Não, não
foi, mas ele foi apresentado como um fracasso total. Importantes
reuniões e encontros são desacreditados. Tentam desacreditar, ou
silenciam, todos esses momentos Tratou-se o muito importante encontro
BRICS–UNASUL como se fosse nada. O periodismo tenta desintegrar,
quebrar, ou silenciar, mas há que se ter a capacidade de integrar, de
cooperar de construir, e de se acreditar na capacidade das pessoas de
conseguirem dirigir essa integração social.
Presidente Correa -
Exatamente. Essa tentativa de desintegração social é uma consequência
da mídia como um negócio privado, com fins de lucros em mãos privadas.
Isso é extremamente concentrado. É necessário que se tenha mais meios
comunitários, sem fins de lucro. De uma maneira natural a exigência do
que dá lucro vai em relação inversa ao direito de informação e ao
direito de comunicação social. A comunicação deve ser usada como um meio
da sociedade, como um meio público. Quando se fala em meios públicos
não se está falando somente do governo central.
Agora
a Constituição do Equador, em relação aos meios visuais e de
comunicação ordena que a relação seja de 1/3 ao setor privado com fim de
lucro, 1/3 ao setor público, e 1/3 ao setor comunitário sem interesse
de lucro. É uma luta duríssima. Tudo está muito concentrado. Temos que
diminuir o particular para poder aumentar o publico e o comunitário. O
setor privado tem que ir ao 1/3 nessa relação. Essa é uma das respostas
quanto a não desintegrar, mas integrar. Mas essa é só uma das respostas,
tem que ser feito muito mais para que se chegue a uma solução quanto,
por exemplo, as manipulações. Mas estejamos preparados para ouvir que
estamos atentando contra a liberdade de expressão.
Beto Almeida –
Têm-se universidades para a integração aqui no Brasil, como por
exemplo, a UNILA, constituída no período Lula. Tem-se também a ELAM-
Faculdade Latina Americana de Ciências Médicas em Cuba. Essa ideia
integrante seria agora necessária também no setor da imprensa?
Presidente Correa –
O maior desafio que se apresenta é vencer o poder midiático. Esse tem
fortes mecanismos de defesa. Pensando em criticar? Atacam imediatamente
com o “atentado à liberdade de expressão” temos que superar esse engano.
Emir Sader –
Recentemente, vocês fundaram uma nova universidade, baseada na ideia do
“conhecer bem”, do saber comum. Qual é a natureza deste projeto novo
que estão desenvolvendo?
Presidente Correa – Na
verdade, criamos quatro novas universidades. A qual se refere?
Acredito que você se refira à Ikiam [Universidade Regional Amazônica],
na selva. Aproveitando essa vantagem enorme que é a selva amazônica,
maior e melhor laboratório natural do mundo, e diferentemente do Brasil
onde a floresta amazônica fica bastante distante das grandes cidades,
aqui no Equador, em três horas e meia, a partir de Quito, pode-se estar
em plena selva amazônica, onde a Ikiam está localizada. Criamos essa
nova universidade, chamada Ikiam, que na língua shuar, uma das tantas
línguas ancestrais que têm nosso país, significa “selva”, que fica no
meio de uma reserva natural de cerca de 900 km², para ser uma
universidade de nível mundial, basicamente, para no caso nacional
atender a região amazônica que, praticamente, carecia de universidades
ou eram universidades de péssima qualidade... no meio da selva,
orientada ao bioconhecimento. Então, posso lhes garantir que será uma
universidade única e com vantagens irrepetíveis nessa classe de estudo:
de biodiversidade, de bioconhecimento.
Valter Xéu – Voltando
a falar sobre o terrorismo midiático. No início do seu governo, houve
um atrito com a empresa brasileira Norberto Odebrecht e a imprensa
brasileira só faltou dizer ao Planalto que invadisse o Equador. A
imprensa independente foi a que compreendeu as razões do Equador e o
defendeu. Naquela época, isso criou um certo mal-estar dentro do governo
e hoje como estão às relações bilaterais entre Equador e Brasil?
Presidente Correa –
Até o momento, são extraordinárias, com Dilma e com Lula também. Mas
nesse momento, lá atrás, nos tiraram até o embaixador, contudo, o tempo
nos deu absolutamente toda a razão. A Odebrecht reconheceu o seu erro.
Era uma hidroelétrica mal construída, que entrou em colapso. Reparou a
hidroelétrica, assumindo os custos como tinha que ser. E agora está
trabalhando normalmente no Equador e ganhando muitos contratos.
Beto Almeida – Sabemos
que o senhor gosta bastante de falar sobre o papel das ONGs porque há
ONGs e ONGs... Aqui tivemos uma experiência muito sinistra. Algumas ONGs
estão promovendo manifestações que promovem a violência gratuitamente
para destruir prédios públicos, instalações públicas, metrôs... Na
Venezuela, sabemos o que aconteceu... as guarimbas [protestos e
bloqueios], com muitas ONGs financiadas por fundações externas de países
ricos que estão atuando. Mas esse é um novo processo que alguns chamam
de “a cara social do neoliberalismo”... porque estamos também
enfrentando isso aqui no Brasil no momento...
Presidente Correa –
Temos aqui um problema imenso. Trata-se de uma táctica de
desestabilização dirigida, efetuada por meios muito violentos, aos quais
dão nomes atraentes, os quais evocam de maneira automática, reações
positivas. Já no Chile de Pinochet levantavam-se as palavras de honra,
democracia e liberdade, mas agora isso está sendo usado de uma maneira
consistente, como uma estratégia onde a violência, abaixo de nomes
agradáveis, apresenta-se de maneira muito brutal e mesmo extrema. Toda a
atenção aqui é necessária. Trata-se de organizações sociais, mas...
Cuidado! Trata-se de uma nova estratégia de infiltração e sabotagem.
Essas organizações não são não governamentais, ou antigovernamentais,
são organizações de governos estrangeiros trabalhando para derrubar os
governos de outros países que não lhes agradem. Entre as organizações
sociais que trabalham honestamente, existe um muitíssimo alto número de
outras, que trabalham abaixo desse manto para destruir outros governos e
avançar os interesses das grandes potências, as quais não assinam a
nada, não se comprometem e não se restringem, exigindo tudo para si
mesmos. Atentos – a desestabilização – defendem os interesses da
extrema direita norte-americana.
Composições
extremas prejudicam, quer sejam de direita ou de esquerda. Nesse
contexto precisa-se então tocar também no assunto das ONGs de esquerda,
que exigem que não se toque nos recursos naturais. O que seria da
Venezuela sem o petróleo? O que seria da Bolívia sem o gás? O que seria
do Equador? Não tocar em nenhum dos nossos recursos seria um suicídio.
De acordo com certos segmentos de extrema esquerda nós não poderíamos
tocar em nada, mas ao mesmo tempo, a extrema direita, tanto nacional
como internacional, estaria desfrutando aqui, como sempre, de todos os
frutos. Tem-se nesse contexto que muitas composições extremas de
esquerda não entendem ou querem entender o que é governar. Para que
possamos nos defender temos que usar alguns dos nossos recursos. Às
vezes as organizações de esquerda nos prejudicam mais do que as de
direita.
Beto Almeida – Senhor presidente. Muchas gracias em nome da TV Comunitária, de Pátria Latina e da TV Brasil.
Presidente Correa – Gracias a todos e um grande abraço ao Brasil.
Tradução Anna Malm para Pátria Latina
Fonte: Pátria latina
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