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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Os governos dos EUA, Japão e União Europeia acusam Brasil de discriminação



Governos dos EUA, Japão e União Europeia vão pedir hoje, na Organização Mundial do Comércio (OMC), explicações ao Itamaraty sobre por medidas de incentivo fiscal adotadas nos últimos anos que, para eles, beneficiam a indústria nacional em detrimento dos competidores estrangeiros; em documento, dizem que o governo de Dilma Rousseff havia prometido que certas ações seriam temporárias, mas já estão previstas para durar toda a década, o que julgam de "preocupante".


Os governos dos EUA, Japão e União Europeia vão pedir hoje, na Organização Mundial do Comércio (OMC), explicações ao Itamaraty em relação à política de incentivo fiscal que, para esses governos estrangeiros, seria "discriminatória" e estaria violando regras do comércio.

Segundo documento obtido pelo Estado, de 15 de abril, eles dizem ainda que o governo de Dilma Rousseff havia prometido que certas medidas de incentivo seriam temporárias. Mas, hoje, já estão previstas para durar toda a década – o que é visto como "preocupante".

O Palácio do Planalto será questionado por "infringir" as leis da OMC que estipulam que governos não podem usar regras tributárias nacionais para criar discriminação entre produtos nacionais e importados.

Outras ações do governo brasileiro já passaram pela « malha fina » da Organização, como o IPI para carros.

Desta vez, no entanto, o questionamento sobre toda a estratégia de incentivo fiscal do governo indica que países ricos não darão trégua ao Brasil e, nos próximos meses, aumentarão a pressão.

"Existem preocupações sobre o que parecem ser medidas discriminatórias contra produtos importados em certas medidas adotadas pelo Brasil na área de taxação indireta", afirma o documento dos países ricos.




Fonte: Brasil247

Imagem: Google

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Presidente da Nestlé quer privatizar a água




Peter Brabeck-Letmathe

O empresário austríaco Peter Brabeck-Letmathe, presidente do grupo Nestle desde 2005, afirma que é necessário privatizar o fornecimento da água. Em suas palavras, nós, a sociedade, precisamos tomar consciência sobre sua importância, para dar o valor que ela merece - como se não soubéssemos. Mas, o que ele não disse é que a empresa é líder em venda no segmento e quais os interesses da corporação estão por trás de suas palavras.


Palavras sujas que provocaram estupor, sobretudo quando se tem em conta que a Nestlé é a líder mundial na venda de água engarrafada. Um setor que representa 8% de seu capital, que em 2011 totalizaram aproximadamente 68,5 bilhões de euros.

Pero Brabeker junta essa a outras críticas para destacar que o fato de muitas pessoas terem a percepção de que a água é gratuita faz com que em várias ocasiões não lhes deem valor e a desperdicem. Assim sustenta que os governos devem garantir que cada pessoa disponha de 5 litros de água diária para beber e outros 25 litros para sua higiene pessoal, mas que o resto do consumo teria que gerido segundo critérios empresariais.

Apesar das rejeições que sua posição provoca, faz tempo que ele defende, sem cerimônia, com entrevistas como esta que aparece no vídeo abaixo, que qualifica de extremistas as ONGs que sustentam que a água deveria ser um direito fundamental.



Em sua opinião, a água deveria ser tratada como qualquer outro bem alimentício e ter um valor de mercado, estabelecido pela lei de oferta e procura.






Fonte: Brasil de Fato, publicado originalmente em Abadia Digital

terça-feira, 23 de abril de 2013

Mídia, uma fábrica de manipulação



Não seria saudável e urgente repensar os meios de comunicação?

Por Franklin Cunha*

A expansão metastática da violência se constitui num dos vetores principais do processo de globalização. A guerra pela produção e pelos mercados, não é paralisada pelos limites territoriais, temporais e muito menos pelos éticos. Uma vez desencadeada a luta selvagem para a obtenção do poder e dos lucros, não existem mais limites para a capacidade de destruição. O extermínio maciço, organizado e sistemático de populações indefesas, diluído numa tragédia enorme, incessante e infinda, tornam obsoletas as acadêmicas delimitações conceituais entre guerra civil, total, de guerrilhas, justas ou santas, genocídio, limpeza étnica, terrorismo ou corriqueiros latrocínios.

Só as tragédias nos comovem. E só as que nos tocam de perto. Quanto maior a “milhagem“ , menos nos perturbam o número de mortes violentas causadas por fenômenos naturais ou por ações bélicas de quaisquer origens, aparentemente justificadas ou não. De aliviar nossos sentimentos de pena, culpa ou horror - não nos preocupemos – disso a mídia se encarregará.

O capitalismo neoliberal não trata apenas da exclusiva acumulação de capitais, de poder e de liberdades, mas também utiliza e exerce estas três condições para negá-las à maioria das pessoas excluídas do sistema. E nessa tarefa, a mídia exerce um papel fundamental ao “ fabricar consensos “ manipulando fatos e publicando versões do que se passa no mundo, versões essas criadas nas redações dos editorialistas que pensam rigorosamente como seus patrões e esses como seus poderosos anunciantes..

Noam Chomsky
Há vinte e cinco anos, um livro chamado Fabricando Consensos , escrito por Noam Chomsky e Edward S.Herman definiu o novo modelo dos meios de comunicação o qual eles chamaram de Modelo Propaganda. Trataram de interpretar a estrutura dessas empresas comerciais cuja base de lucros são os anúncios, a propaganda que executam de qualquer produto ou idéia para quem mais lhes pagar. O livro revela a origem e a maneira de como são expostas as notícias,em geral originadas nas grandes agências noticiosas que dominam o mercado e as redações dos jornais, revistas e TVs. Na realidade, elas ditam o pensamento de seus leitores e sua ideologia é profundamente conservadora, incentivadora de todos os regimes da direita política e da crença no mercado e na livre iniciativa. Procuram e conseguem influenciar a orientação econômica dos governos sejam liberais ou liberticidas, fazem parte da política econômica, refletindo os desejos do grande capital nacional e transnacional, mas estão sempre disputando e arrancando generosos empréstimos, concessões e incentivos governamentais.

Zizek diz que “ não pensamos a mídia nos pensa” e nos pauta. Há vários dias as manchetes de primeira página são as bombas da maratona de Boston com três mortos e alguns feridos a lamentar. Quando os drones americanos no Afeganistão assassinam famílias inteiras e incendeiam ônibus com crianças, tais fatos ocupam pequenas notas no interior dos jornais e apenas alguns segundos nas TVs. Esta orientação editorial da mídia, revela entre outras coisas que ela está impregnada de idéias racistas, pois faz-nos parecer que vidas de cidadãos americanos valem muito mais do que a vida de seres humanos dos países pobres ora invadidos e violentados pela máquina bélica do Império.

Enfim, os meios de comunicação fazem parte de um complexo financeiro, econômico e ideológico, verdadeira tropa de choque de interesses de grupos econômicos que dominam as finanças globalizadas sejam elas de origem clara ou mesmo claramente obscuras.



*Franklin Cunha é médico


Fonte: Sul21
Imagens: Google (colocadas por este blog)

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

John Kerry - “A América Latina é nosso quintal (...) temos que aproximarmos de maneira vigorosa”


Obama e John Kerry

Diante das declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Jonh Kerry, que afirmou que a América Latina é o "quintal" dos EUA, durante discurso realizado diante o Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) emitiu uma nota em repúdio ao secretário. Leia a íntegra.  

Cebrapaz repudia declarações de Jonh Kerry sobre América Latina


Socorro Gomes


Nota de Repúdio ao Secretário de Estado dos EUA, Jonh Kerry

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz, Cebrapaz, expressa o seu mais veemente repúdio à arrogante declaração do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry, de que a América Latina é um quintal estadunidense.

Conforme noticiado pela rede de notícias Telesur, em uma reunião do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes, Kerry reproduziu a execrável doutrina Monroe, na qual os Estados Unidos se arrogam o direito de intervir em países soberanos da América Latina para servir aos seus vis interesses.

Esta declaração ocorre no contexto em que os Estados Unidos se recusam a reconhecer o resultado das eleições democráticas e legítimas na Venezuela, na qual seu candidato, Henrique Caprilles, mais uma vez derrotado, incita opositores a praticarem atos de vandalismo e sabotagem buscando gerar o caos no país.

Deixamos claro que os povos da América Latina não aceitarão golpes de Estado, ingerência externa, ou intervenções estadunidenses nos processos democráticos do continente.

Socorro Gomes,
Presidenta do Cebrapaz
São Paulo, 18 de abril de 2013.



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John Kerry considera América Latina como "quintal" dos EUA

O secretário de Estado estadunidense, John Kerry, qualificou nesta quinta-feira (18) que a América Latina é o “quintal dos Estados Unidos” e não como uma região vizinha, soberana e independente onde convergem numerosas nações, com diferentes ideias ou tendências sociais, econômicas ou culturais.

Em discurso realizado diante o Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes, Kerry quis destacar a importância de uma maior aproximação com a América Latina, porque trata-se do “quintal” de seu país.


Neste sentido, adiantou que tem planos de viajar, em breve, para a Colômbia e Brasil, e confirmou visitas do presidente Barack Obama para o México e Costa Rica, em maio. “A América Latina é nosso quintal (...) temos que aproximarmos de maneira vigorosa”, disse o chefe da diplomacia estadunidense, exortando para a administração Obama fazer um esforço especial com os países latinos.

Com suas declarações, Kerry revive a velha Doutrina Monroe, que desde 1823, serviu de guia para as relações dos Estados Unidos com a América Latina. Sua visão única é impor a vontade e influência política e econômica norteamericana aos vizinhos do sul, eliminando qualquer indicio de resistência.

A Doutrina Monroe estabelece que se um país americano ameaça ou coloca em perigo os direitos ou propriedades de cidadãos ou empresas estadunidenses, então Washington está obrigado a intervir nos assuntos deste país para “reordená-lo” e restabelecer os direitos e o patrimônio de sua cidadania e suas empresas.


Fonte: Vermelho

Imagens: Google

Washington aprova golpe preventivo contra o Irã



Os EUA garantirão o apoio necessário a Israel no caso de um conflito com o Irã, informam alguns meios de comunicação social. Com isso, o apoio será prestado quer se trate de uma agressão iraniana ou de um ataque preventivo por parte de Telavive. A retórica agressiva dos “falcões”, segundo assinalam peritos, pode ser qualificada como uma tentativa de exercer pressão sobre o Irã ou um resultado da luta política interna nos EUA.

Por Vlad Grinkevich, na Voz da Rússia

O Senado norte-americano adotou uma resolução segundo a qual Washington prestará a assistência multilateral a Israel em face de um conflito militar com o Irã. O documento foi colocado à discussão em março pelo dirigente da comissão parlamentar das relações exteriores, democrata Robert Menendez, aliado a um grupo de senadores. Tal passo não foi inesperado.

É que, em termos estratégicos, Israel tem sido sempre um aliado político dos EUA e o programa nuclear iraniano não deixou de ser a dor de cabeça para ambos os países. Por isso, a resolução não contém muitas surpresas, constata o presidente do Instituto de Avaliações Estratégicas, Alexander Konovalov.

“Tal medida era previsível, já que o Irã é um dos adversários sérios dos EUA. Atualmente, uma das prioridades da política externa norte-americana foi e continua sendo não admitir que o Irã possua armas nucleares. Vários peritos dos EUA acentuam que tal cenário poderá agravar a situação e gerar mais problemas do que uma operação com vista ao desmantelamento da infraestrutura nuclear”.

No entanto, a resolução aprovada não significa que a situação no Oriente Médio se tenha agravado especialmente. Antes pelo contrário, peritos têm apontado para sinais de início do desanuviamento na problemática iraniana. De acordo com o politólogo Dmitri Drobnitsky, os ânimos radicais e belicistas dos “falcões” são equilibrados pela retórica pacifista dos “pombos” da Administração norte-americana.

“A Administração Obama tem conduzido, desde 2008, uma política persistente de dissuasão e contenção de Israel contra eventuais ações não coordenadas com os EUA e a comunidade mundial em geral. O presidente Barack Obama, o vice-presidente, Joe Biden, e algumas novas figuras políticas dos altos escalões do poder têm apelado para a solução do problema iraniano por via diplomática. Entretanto, o Congresso dos EUA opta, por vezes, por decisões e declarações mais duras do que o poder executivo”.

Um dos autores do documento, senador pelo Partido Republicano, Lindsey Graham, salientou não ser necessário encarar a resolução como um apelo à guerra. Os EUA querem evitar o conflito, mas não querem que o Irã se transforme numa potência nuclear. Todavia, o emprego da força, segundo ressalta Alexander Konovalov, pode acarretar problemas econômicos sérios na região e no mundo inteiro.

“O conflito no Irã seria um cenário indesejável, pois se trata de uma região muito sensível em termos econômicos. Através do Estreito de Ormuz passam centenas de navios e petroleiros. A Ásia recebe petróleo procedente do Golfo Pérsico. O fim dos fornecimentos na sequência de quaisquer operações militares teria um impacto negativo na conjuntura econômica mundial”.

Uma guerra seria uma catástrofe na altura em que a economia mundial atravessa uma prolongada crise. Incute otimismo o fato de um golpe preventivo ter sido visto como um meio e não como fim. Poderá haver um ataque se o Estado judaico tiver a certeza absoluta de que o Irã possui armas nucleares.

Mas, nesse caso, Telavive atuará sem olhar para Washington e a comunidade mundial. Essa será uma questão de vida ou morte. Israel é um Estado pequeno e uma explosão nuclear levaria a uma catástrofe nacional ou a seu completo descalabro econômico e político.




Fonte: Vermelho
Imagem: Google

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Sapo e os "ecologistas"




Animal raro emperra construção de usina no Vale do Taquari


Pesquisadores alertam que hidrelétrica em Arvorezinha ameaça espécie

Um animal que cabe na palma da mão de uma criança ameaça a construção de uma hidrelétrica em Arvorezinha, no Vale do Taquari. Atrasada, a obra pode não avançar por colocar em risco de extinção do sapo que só existiria no Rio Grande do Sul.

De um lado, está o anfíbio de 3,5 centímetros, descoberto há nove anos por pesquisadores da Universidade do Vale do Taquari (Univates), que habita área de 700 metros às margens do Rio Forqueta, no ponto turístico chamado de Perau de Janeiro, a 19 quilômetros do centro de Arvorezinha. Conhecido como sapo-de-barriga-vermelha, é uma espécie endêmica, ou seja, não existe em nenhum outro lugar do mundo.

No outro, está a Cooperativa Energia Desenvolvimento Rural de Fontoura Xavier (Cerfox), que tenta instalar a pequena central hidrelétrica Perau de Janeiro, no limite entre Soledade e Arvorezinha, há cerca de cinco anos. A usina teria capacidade de 1,8 megawatt, energia suficiente para abastecer 2 mil casas. O investimento previsto é de R$ 9 milhões. Para os ambientalistas, a maior preocupação é o impacto que pode causar a obra a cerca de um quilômetro.

– É uma espécie pequena e muito sensível. Qualquer alteração na água, na floresta e no ambiente pode levar à extinção – justifica o professor do curso de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Márcio Borges Martins.

Coordenador da pesquisa, com quatro estudantes do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal da UFRGS, Martins diz ter comprovado que a espécie só existe na área. Agora, tenta determinar a população de sapos e como pode ser preservada. Em defesa do investimento, o presidente da Cerfox, Jandir Conte Zanotelli, afirma existir déficit de energia na região e considera o investimento urgente:

– Entendemos a importância do sapo e já temos no projeto uma área que será destinada a ele. Precisamos um acordo para obter a licença ambiental.

O projeto está em fase de licença de instalação na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Antes, o órgão pretende delimitar a área de preservação do animal, que será transformada em Reserva Particular de Proteção Natural. As tratativas começaram, mas não há previsão de conclusão. Zanotelli diz que a Cerfox pretende fazer parceria com a universidade para monitorar a espécie.

Que animal é esse

A espécie foi descoberta em 2004 por alunos da Univates e, dois anos depois, recebeu o nome científico de melanophryniscus admirabilis, devido a sua beleza.

Conhecido como sapo-de-barriga-vermelha, mede cerca de 3,5 centímetros. Tem manchas verde-claras e pés e barriga vermelhos.

É uma espécie endêmica, ou seja, não existe em outro lugar do mundo a não ser no Perau de Janeiro, em Arvorezinha, no Vale do Taquari, onde há Mata Atlântica e o Rio Forqueta.

O sapo usa pequenas poças nas margens rochosas do rio para se reproduzir. Depois que os girinos crescem, escondem-se na mata.

A espécie integra o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Anfíbios e Répteis do Sul do Brasil, avaliada por pesquisadores e considerada "criticamente em perigo", com altíssimo risco de extinção.

Há três anos, outro sapo emperrou uma obra. Na época, a construção de um túnel no Litoral Norte, como parte da duplicação da BR-101, parou por seis meses para que ambientalistas avaliassem o impacto na espécie sapo-narigudo-de-barriga-vermelha (melanophryniscus macrogranulosus). Em uma visita ao Estado, em julho de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva arrancou risos da plateia:

O país não pode ficar a serviço de uma perereca. Nós sabemos a importância da perereca, mas não pode parar a obra.






Fonte: Zero Hora

Cientistas alertam sobre guerra mundial nos próximos 10 anos




Previsões são baseadas na teoria de ciclos econômicos e seu impacto sobre o nível de agressão militar no mundo. Mesmo assim, especialistas sugerem que conflito pode assumir características diferentes das duas guerras mundiais que dividiram o mundo no século passado.


O professor catedrático da Universidade Lomonossov de Moscou e membro da Academia de Ciências Militares da Rússia, Serguêi Malkov, declarou recentemente que a próxima guerra mundial pode começar nos próximos 10 anos, embora não se possa dizer se será “fria” ou “quente”.

“Nos próximos 10 anos, enfrentaremos uma forte instabilidade política e tecnológica”, disse o cientista durante uma reunião do Conselho para Ciência e Educação junto à presidência. O cientista justificou sua afirmação pela teoria dos ciclos econômicos desenvolvida pelo economista soviético Nikolai Kondratieff. Pela teoria, a economia mundial se desenvolve em ciclos com duração de 40 a 60 anos cada. A mudança de ciclos seria justamente impulsionada por revoluções tecnológicas e científicas.

Cada ciclo possui duas fases distintas: uma ascendente, com taxas de crescimento econômico altas, e outra decrescente, com taxas de crescimento relativamente baixas. Além desses ciclos (também chamados de “ondas de Kondratieff”), a ciência econômica destaca outros dois ciclos – de Jugliar, com duração de 7 a 12 anos, e de Kuznets, com duração de 16 a 25 anos.

Malkov garante que os especialistas da Universidade Lomonosov analisaram os ciclos econômicos e o nível de agressão militar no mundo ao longo dos últimos 200 anos e chegaram à conclusão de que as guerras mundiais e os ciclos econômicos estão sincronizados. “Estamos no fim da quinta onda de Kondratieff e passando à sexta ordem tecnológica. Portanto, uma nova guerra mundial pode acontecer nos próximos 10 anos”, adianta o cientista.

O secretário para assuntos científicos da Academia de Ciências Militares e vice-diretor da revista Strateguitcheskaia Stabilnost (“Estabilidade Estratégica”, em português), Víktor Kovalev, também segue a mesma linha de Malkov. “Atualmente, os ciclos de Kondratieff, Jugliar e Kuznets estão terminando a quase mesmo tempo. Uma análise retrospectiva da história mostra que em períodos como esse uma ‘grande guerra’ é bem provável. Estamos entrando em um período de uma forte instabilidade e o mundo está à beira de grande mudanças”, afirma Kovalev.

A saída da crise global que se arrasta desde 2008 não terá como consequência um crescimento econômico sustentado, acredita o secretário da Academia. Pelo contrário, já em um futuro próximo, uma nova crise econômica pode acontecer e é muito provável que desencadeie uma “forte desestabilização social e política, assim como perturbações sociais e conflitos militares”.

“Entre 2014 e 2025, grandes mudanças geopolíticas e econômicas semelhantes às ocorridas no período de 1937 a 1955 são muito prováveis. Essas mudanças abrirão possibilidades para a disseminação global de tecnologias avançadas e revolucionárias”, acrescenta Kovalev. Apesar disso, não se pode prever o uso de aeronaves, mísseis de cruzeiro e bombas atômicas nos próximos 10 anos.

“A guerra pode ocorrer em ambientes virtuais ou até mesmo ataques terroristas em território inimigo. Ainda assim, esses tipos de conflito não seriam menos destruidores”, diz o cientista, ao listar o Extremo Oriente, Oriente Médio, ex-repúblicas soviéticas no Cáucaso e na Ásia Central, Ucrânia, Paquistão e Índia como possíveis regiões onde poderia haver conflitos.

Sobre as recentes ameaças da Coreia Popular, o especialista é categórico. “Na verdade, trata-se de um país pacífico que não irá intervir em nada por iniciativa própria”, arremata Kovalev.






Fonte: Vermelho, Gazeta Russa, com materiais dos veículos Interfax e Vzgliad
Imagem: Google (colocada por este blog)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Obama e as "mamonas assassinas"




O FBI confirmou nesta quarta-feira (17) que testes preliminares apontaram a presença da substância letal ricina em uma carta enviada ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O envelope, recebido ontem no centro de distribuição postal da Casa Branca, situado fora do complexo presidencial, foi interceptado pelo Serviço Secreto norte-americano.

A ricina é uma substância altamente tóxica, de origem vegetal, encontrada na semente de mamona. Não há antídoto após a aspiração ou ingestão do veneno.

O FBI informou ainda que novos testes estão sendo feitos no material colhido e que o resultado definitivo deve ser conhecido em até 48 horas.

"Sempre que os testes indicam a possibilidade de um agente biológico, o material é enviado a um laboratório para análise posterior. Somente um exame completo pode determinar a presença de um agente biológico como a ricina. Estes testes já estão sendo feitos e costumam demorar de 24 a 48 horas", diz o comunicado do FBI.



Fonte: noticias.uol

Imagem: Google

terça-feira, 16 de abril de 2013

Atentado em Boston



Entrevista com o historiador Waldir Rampinelli.









Fonte: Elaine Tavares


China critica expansionismo dos EUA na Ásia



Pequim – O Governo chinês publicou nesta terça-feira um relatório sobre a atual situação de suas Forças Armadas, no qual assegurou que não persegue "nenhum tipo de hegemonia" e criticou os Estados Unidos por "prejudicarem a situação na Ásia-Pacífico" com o aumento de sua presença militar na região.

O documento, reproduzido integralmente pela agência oficial "Xinhua" e apresentado em entrevista coletiva, também acusa nações vizinhas (em alusão a países como Filipinas e Vietnã) de "produzirem ações que complicam a situação".

Além disso, ressalta que o Japão "está causando problemas com a questão das ilhas Diaoyu", arquipélago disputados pelas duas nações, mas controlado de fato por Tóquio e que os japoneses denominam Senkaku.

Com relação às crescentes tensões regionais, o relatório promete que o Exército de Libertação Popular (ELP), o maior do mundo em número de soldados, "nunca atacará, a menos que seja atacado", mas especifica que "sem dúvida contra-atacará se for atacado".

Ao mesmo tempo, o gigante asiático "nunca buscará a hegemonia ou se comportará de maneira hegemônica, nem se envolverá em uma expansão militar", destaca o relatório, que, no entanto, reconhece o desejo da China de se transformar em uma "potência marítima".

Por outro lado, o documento dá pela primeira vez alguns números sobre o tamanho das Forças Armadas da China. O Exército é composto por 850 mil soldados, enquanto a Marinha tem 235 mil efetivos e a Força Aérea conta com 398 mil.

No entanto, o relatório não diz quantos membros têm os outros dois principais braços das Forças Armadas: a divisão de artilharia (responsável pelo armamento nuclear e os mísseis) e a Polícia Marinha (que costuma intervir no controle de manifestações, protestos e distúrbios sociais).





Fonte: NavalBrasil

A luta de uma gaúcha contra o capitalismo selvagem




Área nativa do Morro de Santa Tereza volta a ser ameaçada por construção


Quase três anos depois da luta dos moradores da área de 73 hectares onde funciona a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) para evitar a venda do terreno, a especulação imobiliária volta rondar a região. Tramita na Prefeitura de Porto Alegre um processo de licença ambiental para a construção de um edifício com 55 apartamentos em área de mata nativa ao lado dos edifícios ‘escadinha’, na Rua Monroe, em frente ao estádio Beira-Rio. O local sofre intervenções há seis meses e moradores se mobilizam para impedir o avanço da obra. Nesta quinta-feira (4), o assunto foi levado ao conhecimento da Câmara de Vereadores e do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS).

A área é de propriedade privada e foi adquirida em 1975, quando a legislação ambiental ainda estava se consolidando. Atualmente, já com um segundo proprietário, o terreno está sendo demarcado para evitar a ocupação devido ao crescimento da comunidade que habita o Morro Santa Tereza. Em visita ao local, a reportagem do Sul21 constatou que árvores estão numeradas e algumas certamente foram derrubadas. Alguns troncos estão no chão e instrumentos como enxadas, pás e sacos de terra comprovam que intervenções na mata estão sendo feitas.

Débora Luzardo Rodrigues

Segundo a moradora Débora Luzardo Rodrigues, o principal agravante é o local ser remanescente de mata atlântica e ter um manancial de água. “Existe uma dúvida sobre o espaço ser área de preservação permanente. Mas o fato é que a Lei Orgânica Municipal determina que os morros e matas nativas são patrimônio dos municípios”, diz a advogada. De acordo com Débora, a fiscalização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi ao local e “os técnicos confirmaram que a área tem mata nativa”. Na semana seguinte, alega, “outras árvores foram derrubadas e o trabalho segue sendo feito por profissionais contratados pelo proprietário”.

Por meio de assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informa que a autorização dada até o momento foi somente para remoção para árvore timbaúva. Já sobre o licenciamento ambiental para a construção de novo edifício, a SMAM alega que “há um processo em tramitação na Prefeitura, atualmente na Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb), mas não há autorização de remoção de árvores para este empreendimento”. Segundo o órgão, o pedido foi de intenção de obra e ainda será analisado pelas áreas da administração municipal envolvidas.

O mesmo confirmou a Smurb, também por meio da assessoria de imprensa. O referido processo sobre o empreendimento teria ingressado nesta quarta-feira (3) no serviço de assessoria jurídica da pasta. O síndico do prédio vizinho à área, José Freitas, que busca informações junto aos órgãos da Prefeitura há um mês, confirma que a última informação lhe dada foi do ingresso do processo no setor jurídico. “Estamos lutando para impedir este projeto porque não é possível que saiam cortando tudo aqui. Nós já estamos ao lado da mata atlântica remanescente, num espaço que nos foi vendido em outra época, há 40 anos. Não podem acabar com que resta aqui”, alega.

Conforme a moradora Débora Rodrigues, após uma publicação sua no Facebook, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA) a convidou para uma reunião. “Quando compareci nesta reunião, há um mês, ninguém sabia que este projeto tinha ingressado na Prefeitura. Isso é estranho”, alega. Nesta quinta-feira (4), Débora levou a denúncia à vereadora Sofia Cavedon (PT), autora do projeto de lei para demarcação da área total do terreno onde funciona a Fase como Área de Proteção do Ambiente Natural.

Oposição cobra respostas da Prefeitura e apresenta projeto para demarcação da área

Vereadora Sofia Cavedon

Segundo a vereadora, foram pedidas explicações para as secretarias de Meio Ambiente e de Urbanismo. Além disso, ela encaminhou a denúncia à Promotoria de Justiça de Habitação e Ordem Urbanística. “Nós vamos acompanhar de cima. Não é uma área do estado, como os 73 hectares onde funciona a Fase, mas nem por isso vamos descuidar da mata nativa que é a mesma daquela região”, disse.

Em março, Sofia Cavedon protocolou projeto de lei complementar, construído de forma coletiva, que visa suprir a responsabilidade do município com a identificação da área nos parâmetros do Plano Diretor de Porto Alegre. Isto respeitaria o direito à moradia de quem está há mais de 40 anos no local, mas também a preservação ambiental, com a constituição de um Parque.


Sofia destaca que a proposta é uma construção coletiva, iniciada a partir da reação ao projeto de Lei 388 de 2009, que visava à venda da FASE. “O Movimento reagiu e venceu a iniciativa, articulando os ambientalistas, os políticos e os ativistas que atuam pela sustentabilidade da cidade no movimento chamado Morro Santa Teresa é Nosso! O projeto protocolado traduz a nova etapa do Movimento que construiu um diálogo com o governo estadual para a realização plena desse importante tripé”, salienta a vereadora.






Fonte: Sul21
Imagens: Sul21, Google

sábado, 13 de abril de 2013

Cuidado! Amanhã, a vítima pode ser você


Alguém consegue descrever essa cena? 


Muçulmanos tiveram seu país invadido e ocupado no Afeganistão.
E eles foram massacrados.

Muçulmanos tiveram seu país invadido e ocupado no Iraque.
E eles foram massacrados.

Muçulmanos tiveram seu país invadido e ocupado na Líbia.
E eles foram massacrados.

Muçulmanos tiveram seu país invadido e ocupado na Palestina.
E eles continuam sendo massacrados.

E os muçulmanos é que são terroristas?

Pense um pouco.
Reflita.

Não se deixe enganar pelas mentiras da mídia.
Nem pelos filmes de Hollywood.

Cuidado!

Amanhã, a vitima pode ser você.






Fonte: retirado do Blog do Bourdoukan

Offshore Leaks: as caixas pretas do poder global



Vazamento inédito revela pontos obscuros da globalização, onde bancos e multinacionais misturam-se ao crime organizado, para se esconder das sociedades

Por Antonio Martins, no blog Outras Palavras

Um facho de luz está iluminando o lado obscuro do poder global desde o início do mês, sem que os jornais brasileiros pareçam interessados em segui-lo. Após 15 meses de trabalho, uma equipe do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, em inglês) começou a publicar reportagens muito constrangedoras sobre os centros financeiros offshore, também conhecidos pelo termo eufemístico de “paraísos fiscais”. Por envolverem políticos e magnatas conhecidos do público, as revelações já estão provocando sobressaltos políticos em países tão diferentes como França (onde caiu o ministro das Finanças), Canadá, Indonésia, Filipinas, Venezuela, Rússia e Azerbaijão.

O trabalho do ICIJ tem como fonte um vazamento de informações extraordinário. Um operador anônimo, de uma instituição financeira que opera nas Ilhas Virgens britânicas, enviou a Gerard Ryle, diretor do Consórcio, um disco rígido de computador contendo 260 gigabytes de dados – 2,5 milhões de documentos, acumulados ao longo de trinta anos. Em volume, são 160 vezes mais dados que o material vazado, pelo Wikileaks, a partir do Departamento de Estado dos EUA. Por isso, o caso tornou-se internacionalmente conhecido como o “offshore leaks”. Uma equipe de 86 jornalistas, de 37 publicações (nenhuma brasileira…) analisou as informações e está produzindo as reportagens. É possível acompanhá-las, por exemplo, em seções especiais criadas no próprio site do ICIJ, mas também no Guardian, de Londres, e no Le Monde, de Paris.

A importância política dos documentos é proporcional a seu tamanho. Até o momento, estes jornais preferem destacar o lado mais vistoso das revelações: governantes, super-ricos e celebridades que escondem dinheiro em pontos longínquos do planeta, para sonegar impostos. Mas o que já foi publicado permite outra leitura, menos superficial. As praças offshore não podem mais ser vistas como ilhas tropicais paradisíacas, para onde flui a riqueza resultante de alguns negócios marginais. Elas são uma engrenagem fundamental no centro do capitalismo contemporâneo.

Primeiro, por seu próprio tamanho. Conforme estudos citados pelo ICIJ, os centros offshore acumulam depósitos estimados entre 21 e 31 trilhões de dólares – entre um terço e metade do PIB anual do planeta. Segundo, por sua própria constituição. As ilhotas pitorescas que compõem a galáxia do offshore são apenas a franja (e, num certo sentido, a fachada), numa vasta rede oculta em cujo centro está Londres – a principal praça financeira do mundo.


Nicholas Shaxon
A geografia política de tal rede é descrita — numa entrevista que Outras Palavras publica também hoje — por Nicholas Shaxon, autor de obra recente e fundamental sobre o offshore: Treasure Islands: Uncovering the Damage of Offshore Banking and Tax Havens [1].
Ele explica: a grande teia do sistema financeiro nas sombras parte da capital britânica e articula-se por meio de dois núcleos intermediários, de onde se estende por todo o planeta. Um dos núcleos tem base em três ilhas do litoral inglês – Jersey, Guernsey e Man – e abre-se para Ásia e África. Outro, baseia-se nas Ilhas Cayman e Bermundas, voltando-se para as Américas.


A Grã-Bretanha articula a enorme estrutura de captação de recursos. Mas os Estados Unidos são o principal destino do dinheiro, prossegue Shaxon. Maiores devedores do planeta há décadas, os EUA abriram-se, a partir dos anos 1970, ao mundo offshore. Acostumaram-se a fechar suas contas externas, cronicamente deficitárias, atraindo também dinheiro de origem duvidosa – ao qual oferecem isenções fiscais e proteção legal.

É neste mundo de finanças ocultas e anonimatos, relata o ICIJ, que escondem e “lavam” (legalizam) seu dinheiro as grandes redes do crime organizado: máfias de distintas nacionalidades, políticos corruptos que se apropriam de recursos públicos, traficantes de seres humanos, beneficiários de caça proibida, escroques de todos os tipos.

O esquema é conhecido. Quem precisa dar aparência de legalidade a uma soma obtida por meios ilícitos transfere-a para uma conta bancária offshore. Aproveita-se dos impostos muito baixos cobrados pelos “paraísos fiscais”. Mais tarde, reintroduz o dinheiro no país, na forma de crédito proveniente de uma instituição respeitável, com sede na Suíça, em Luxemburgo ou nas Ilhas Virgens. Quem irá investigar a origem primeira do dinheiro?

Mas o circuito que abastece o crime seria insustentável, continua Nicholas Shaxon, sem uma presença luxuosa: a das grandes corporações transnacionais. Praticamente todas as empresas com atuação internacional, relata ele, atuam offshore. Fazê-lo tornou-se quase obrigatório, na dinâmica que a globalização assumiu.

Permite evasão sistemática de impostos, explicada na entrevista. A tal ponto que não operar offshore penalizaria as corporações eventualmente dispostas a respeitar seus sistemas tributários nacionais, obrigando-as a cobrar preços superiores aos das concorrentes.

Surge, aqui, um primeiro círculo de conveniências e cumplicidades. Se as transnacionais deixassem o circuito offshore, raciocina Shaxon, ele ira tornar-se rapidamente insustentável. Seria uma confraria frágil de milionários fora-da-lei, facilmente denunciável e desmontável. Sua força, e sua suposta honorabilidade, é transferidas pelas grandes corporações.

Por elas e, é claro, pelos bancos. Quase todas as instituições bancárias importantes, conta a reportagem do ICIJ, têm relações com a rede financeira das sombras. Por meio delas, tornam-se capazes de oferecer aos clientes premium a faculdade de ocultar dinheiro obtido legal ou ilegalmente – e de reintroduzi-lo no país, sempre que necessário.



Os bancos chegam a competir entre si, na oferta de serviços eficazes de ocultamento de recursos. Num documento vazado, o Crédit Suisse, com sede em Zurique e representações em todo o mundo (inclusive no Brasil, onde “patrocina” a Orquestra Sinfônica de São Paulo), é descrito como “o Santo Graal” da rede.

Os procedimentos que adota nas transferências de recursos são tão “eficientes” – admira-se um operador offshore – que autoridades policiais ou bancárias eventualmente interessadas em descobrir a identidade de um depositante irão “deparar-se com uma muralha blindada”… Mas não se trata de um exemplo isolado.



Reportagens do Der Spiegel e do Le Monde estão revelando como instituições “respeitáveis” como o Deutsche Bank (alemão), Banque National de Paris e Paribas (franceses), IMG e Amro (holandeses) envolveram-se no esquema.

Nem mesmo a crise iniciada em 2008 parece abalar o mundo financeiro clandestino. Segundo o ICIF, entre 2005 e 2010, os depósitos dos 50 maiores bancos do mundo mais que duplicaram, avançando de US$ 5,4 para US$ 12 trilhões. Este salto ajuda, aliás, a compreender o cenário global em que se alastra o universo offshore; e também o ambiente ideológico que o alimenta. Na última década, a desigualdade espalhou-se pelo mundo (com a exceção notável da América do Sul).

Mesmo num país como os Estados Unidos, 400 pessoas detêm tanta riqueza quanto metade da população. O grupo restrito dos ultra-ricos formou o que o filósofo francês Patrick Viveret chamou de uma oligarquia financeira. Esta possível “nova classe” tem enorme poder econômico e político. Deseja ter mãos livres tanto para intervir nas decisões dos Estados nacionais quanto para driblá-las, quando contrariam seus interesses. Vê, numa galáxia financeira opaca, um instrumento extremamente funcional para preservar seus privilégios e ampliar seu poder.

É possível enfrentar o universo offshore? Do ponto de vista técnico, não faltam alternativas, explica Nicholas Shaxon. Os fluxos de recursos para os “paraísos fiscais” podem ser limitados tanto por tributação mais elevada – que inibe as transferências – quanto por restrições diretas dos Estados. O difícil, ressalta o autor de Threasury Islands, é enfrentar a força política da oligarquia financeira. Entre os grupos diretamente interessados em manter a situação atual estão banqueiros, grandes empresas, bancadas políticas corruptas e crime organizado.

A mídia exerce um papel central na resistência às mudanças. Os jornalistas dos meios tradicionais normalmente sabem muito pouco sobre finanças internacionais, observa Shaxon. Nas raras vezes em que escrevem sobre o tema, recorrem aos “especialistas do mercado financeiro” – precisamente os que mais têm interesse em que nada mude.

É sintomático que nenhum jornal, TV, rádio ou portal de internet brasileiro tenha dado destaque ao Offshore Leaks. Considere a participação dos bancos e das transnacionais em sua carteira de anunciantes…

Mas é animador que, em todo o mundo, o episódio tenha alcançado tanta repercussão. A crise financeira tornou as sociedades mais críticas. A vida de luxo e ostentação dos altos executivos é vista com desconfiança e desconforto crescentes. Muitos julgam-na uma afronta, diante do empobrecimento de vastos setores sociais.

Nunca houve condições tão favoráveis para abrir um debate sobre o assunto. Um sintoma é o fato de você estar lendo este texto, apesar do boicote da mídia brasileira sobre o tema…




1 - Ilhas do Tesouro: revelando os danos dos paraísos fiscais e das finanças “offshore”, infelizmente ainda sem tradução em português – ler verbete na Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/Treasure_Islands:_Tax_Havens_and_the_Men_who_Stole_the_World).




Fonte: Vermelho

Imagens: Google
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