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domingo, 31 de março de 2013

Suspeito de matar Che Guevara receberá Yoani Sánchez em Miami





Um dos principais acusados de assassinar Che Guevara, Félix Rodríguez receberá a blogueira Yoani Sánchez em Miami no mês de abril, quando ela fará nova viagem aos Estados Unidos. De acordo com o site espanhol Terceira Informação, o encontro entre Yoani e o ex-agente policial da ditadura de Fulgencio Batista será organizado pela Associação de Veteranos da Baía de Cochinos, grupo de cubanos que vivem em Miami.

O evento chegou a ser questionado pelos membros da associação, depois que a blogueira defendeu o fim do embargo econômico à ilha caribenha, o que contraria a agenda desses exilados cubanos. No entanto, na semana passada, foi emitida uma nota de boas vindas a Yoani, na qual expõem as suas divergências, mas a classificam como “lutadora pela democracia e os direitos humanos”. No debate interno na associação, Rodríguez foi um dos principais defensores da visita de Yoani à cidade.

Che Guevara morreu na Bolívia em outubro de 1967. De acordo com documentos desclassificados do governo norte-americano, Rodríguez, que atuava sob os nomes de Capitão Ramos ou “O Gato”, recebeu por um rádio a ordem para matar Che. Até então, o próprio agente imaginava que o argentino seria levado vivo aos Estados Unidos.



Segundo os mesmos documentos, Rodríguez passou a ordem de execução de Che para o sargento Jaime Terán, o que ele mesmo admitiu em entrevista para uma revista espanhola em 1998. “Mandei Terán cumprir a ordem. Disse que ele deveria disparar embaixo do pescoço para que Che parecesse ter sido morto em combate.”





Fonte: Sul21

Imagens: Google (colocadas por este blog)

Imperialismo prepara opinião pública mundial para atacar Coreia do Norte







Por Glauber Ataide

A tensão crescente na península coreana, prenunciando o que alguns já chamam de “Segunda Guerra da Coreia”, já “ultrapassou a linha de perigo e entrou na fase de uma guerra real”, declarou o Comando Supremo do Exército do Povo Coreano na última terça.

Os grandes oligopólios de informação, a serviço do capital em sua campanha de (des)informação pública, constroem a imagem de que o governo coreano busca, irresponsavelmente e a qualquer custo, iniciar um conflito contra o país que é simplesmente a maior potência bélica do mundo.

Como parte dessa campanha pró-agressão à Coreia do Norte, o jornal estadunidense The Washington Post tentou vender a seus leitores na semana passada o velho golpe do “combate ao tráfico de drogas”, que estaria sendo organizado a mando do próprio governo coreano, mostrando assim a que ponto chegou o descaramento imperialista.

Em resposta a esta calúnia, a Central de Notícias da Coreia do Norte publicou nota informando que “isso não passa de uma sórdida e infundada campanha contra a Coreia do Norte”.

Diz ainda a nota:

“Os Estados Unidos estão abertamente preparando a atmosfera internacional [...], rotulando a Coreia do Norte como um ‘estado criminoso’ e ‘trapaceiro’, empregando todos os meios e métodos possíveis [...] O jornal busca atuar como uma brigada de choque executando a política hostil da administração dos EUA contra a Coreia do Norte e assim manchar a imagem do país e justificar tal política”.

“O uso ilegal, o tráfico e a produção de drogas, as quais reduzem o ser humano a aleijados mentais, não existe na Coreia do Norte.

“O país aderiu a convenções internacionais de controle de drogas e tem controlado com rigor sua entrada no país através de leis nacionais e internacionais.

“É ilógico que os EUA, um país com graves problemas sociais como o abuso de drogas, o contrabando e a produção ilegal, venha falar sobre um inexistente ‘tráfico de drogas’ na Coreia do Norte.”

Além de plantar falsas informações, é notória a omissão deliberada e criminosa por parte da grande mídia dos atos de provocação dos governos estadunidense e sul-coreano na fronteira com a Coreia do Norte.

Nesta semana a Coreia do Sul divulgou uma “lista de alvos” na Coreia do Norte, mirando principalmente monumentos dedicados a líderes norte-coreanos, símbolos da dignidade e da suprema liderança do país. Segundo os “gangsters militares” da Coreia do Sul, este plano de destruição resultaria num grande impacto psicológico sobre o povo norte-coreano.

Na última segunda-feira, segundo pronunciamento do Ministro do Exterior da Coreia do Norte, Pak Ui Chun, soldados estadunidenses sobrevoaram o céu da Coreia do Sul ensaiando um bombardeio nuclear surpresa sobre a Coreia do Norte, o que mostraria que o ato prova claramente que o plano dos EUA para iniciar uma guerra nuclear entrou numa fase incontrolável.

Ainda segundo o ministro, os EUA temem que a prosperidade econômica da Coreia do Norte prove o fracasso de sua política hostil contra o país.

Nos últimos dois meses os EUA já inventaram duas “resoluções sobre sanções” através do Conselho de Segurança da ONU, criando um círculo vicioso de tensão escalonada para criar um pretexto internacional para iniciar uma guerra nuclear sob o mote da “não-proliferação nuclear”. Os ministros da União Europeia concordaram em proibir o comércio de títulos do governo norte-coreano, bem como de ouro, metais preciosos e diamantes, além de proibir os bancos do país de abrir filiais na União Europeia. Bancos europeus também não podem se instalar no país. A ampliação das sanções também inclui mais empresas e indivíduos norte-coreanos numa “lista negra”, que impõe proibições de viagem e congela contas bancárias.

Mísseis estratégicos nucleares nos EUA já estão apontados para a Coreia do Norte, e submarinos com ogivas nucleares já estão saindo da região da Coreia do Sul em direção à região do Pacífico.

O secretário de defesa dos EUA, Ashston B. Carter, afirmou abertamente em sua visita à Coreia do Sul que o exército estadunidense considera top priority a “Segunda Guerra Coreana”, dando assim sinal verde para se iniciar uma guerra nuclear.




Fonte: averdade.org.br

Imagem: Google (colocada por este blog)

As cotas para negros: por que mudei de opinião.





Por William Douglas,
juiz federal (RJ), mestre em Direito (UGF), especialista em Políticas Públicas e Governo (EPPG/UFRJ), professor e escritor, caucasiano e de olhos azuis.



Roberto Lyra, Promotor de Justiça, um dos autores do Código Penal de 1940, ao lado de Alcântara Machado e Nelson Hungria, recomendava aos colegas de Ministério Público que "antes de se pedir a prisão de alguém deveria se passar um dia na cadeia". Gênio, visionário e à frente de seu tempo, Lyra informava que apenas a experiência viva permite compreender bem uma situação.

Quem procurar meus artigos, verá que no início era contra as cotas para negros, defendendo - com boas razões, eu creio - que seria mais razoável e menos complicado reservá-las apenas para os oriundos de escolas públicas. Escrevo hoje para dizer que não penso mais assim. As cotas para negros também devem existir. E digo mais: a urgência de sua consolidação e aperfeiçoamento é extraordinária.

Embora juiz federal, não me valerei de argumentos jurídicos. A Constituição da República é pródiga em planos de igualdade, de correção de injustiças, de construção de uma sociedade mais justa. Quem quiser, nela encontrará todos os fundamentos que precisa. A Constituição de 1988 pode ser usada como se queira, mas me parece evidente que a sua intenção é, de fato, tornar esse país melhor e mais decente. Desde sempre as leis reservaram privilégios para os abastados, não sendo de se exasperarem as classes dominantes se, umas poucas vezes ao menos, sesmarias, capitanias hereditárias, cartórios e financiamentos se dirigirem aos mais necessitados.

Não me valerei de argumentos técnicos nem jurídicos dado que ambos os lados os têm em boa monta, e o valor pessoal e a competência dos contendores desse assunto comprovam que há gente de bem, capaz, bem intencionada, honesta e com bons fundamentos dos dois lados da cerca: os que querem as cotas para negros, e os que a rejeitam, todos com bons argumentos.

Por isso, em texto simples, quero deixar clara minha posição como homem, cristão, cidadão, juiz, professor, "guru dos concursos" e qualquer outro adjetivo a que me proponha: as cotas para negros devem ser mantidas e aperfeiçoadas. E meu melhor argumento para isso é o aquele que me convenceu a trocar de lado: "passar um dia na cadeia". Professor de técnicas de estudo, há nove anos venho fazendo palestras gratuitas sobre como passar no vestibular para a EDUCAFRO, pré-vestibular para negros e carentes.

Mesmo sendo, por ideologia, contra um pré-vestibular "para negros", aceitei convite para aulas como voluntário naquela ONG por entender que isso seria uma contribuição que poderia ajudar, ou seja, aulas, doação de livros, incentivo. Sempre foi complicado chegar lá e dizer minha antiga opinião contra cotas para negros, mas fazia minha parte com as aulas e livros. E nessa convivência fui descobrindo que se ser pobre é um problema, ser pobre e negro é um problema maior ainda.

Meu pai foi lavrador até seus 19 anos, minha mãe operária de "chão de fábrica", fui pobre quando menino, remediado quando adolescente. Nada foi fácil, e não cheguei a juiz federal, a 350.000 livros vendidos e a fazer palestras para mais de 750.000 pessoas por um caminho curto, nem fácil. Sei o que é não ter dinheiro, nem portas, nem espaço. Mas tive heróis que me abriram a picada nesse matagal onde passei. E conheço outros heróis, negros, que chegaram longe, como Benedito Gonçalves, Ministro do STJ, Angelina Siqueira, juíza federal. Conheço vários heróis, negros, do Supremo à portaria de meu prédio.

Apenas não acho que temos que exigir heroísmo de cada menino pobre e negro desse país. Minha filha, loura e de olhos claros, estuda há três anos num colégio onde não há um aluno negro sequer, onde há brinquedos, professores bem remunerados, aulas de tudo; sua similar negra, filha de minha empregada, e com a mesma idade, entrou na escola esse ano, escola sem professores, sem carteiras, com banheiro quebrado. Minha filha tem psicóloga para ajudar a lidar com a separação dos pais, foi à Disney, tem aulas de Ballet. A outra, nada, tem um quintal de barro, viagens mais curtas. A filha da empregada, que ajudo quanto posso, visitou minha casa e saiu com o sonho de ter seu próprio quarto, coisa que lhe passou na cabeça quando viu o quarto de minha filha, lindo, decorado, com armário inundado de roupas de princesa. Toda menina é uma princesa, mas há poucas das princesas negras com vestidos compatíveis, e armários, e escolas compatíveis, nesse país imenso. A princesa negra disse para sua mãe que iria orar para Deus pedindo um quarto só para ela, e eu me incomodei por lembrar que Deus ainda insiste em que usemos nossas mãos humanas para fazer Sua Justiça. Sei que Deus espera que eu, seu filho, ajude nesse assunto. E se não cresse em Deus como creio, saberia que com ou sem um ser divino nessa história, esse assunto não está bem resolvido. O assunto demanda de todos nós uma posição consistente, uma que não se prenda apenas à teorias e comece a resolver logo os fatos do cotidiano: faltam quartos e escolas boas para as princesas negras, e também para os príncipes dessa cor de pele.

Não que tenha nada contra o bem estar da minha menina: os avós e os pais dela deram (e dão) muito duro para ela ter isso. Apenas não acho justo nem honesto que lá na frente, daqui a uma década de desigualdade, ambas sejam exigidas da mesma forma. Eu direi para minha filha que a sua similar mais pobre deve ter alguma contrapartida para entrar na faculdade. Não seria igualdade nem honesto tratar as duas da mesma forma só ao completarem quinze anos, mas sim uma desmesurada e cruel maldade, para não escolher palavras mais adequadas.

Não se diga que possamos deixar isso para ser resolvido só no ensino fundamental e médio. É quase como não fazer nada e dizer que tudo se resolverá um dia, aos poucos. Já estamos com duzentos anos de espera por dias mais igualitários. Os pobres sempre foram tratados à margem. O caso é urgente: vamos enfrentar o problema no ensino fundamental, médio, cotas, universidade, distribuição de renda, tributação mais justa e assim por diante. Não podemos adiar nada, nem aguardar nem um pouco.

Foi vendo meninos e meninas negros, e negros e pobres, tentando uma chance, sofrendo, brilhando nos olhos uma esperança incômoda diante de tantas agruras, que fui mudando minha opinião. Não foram argumentos jurídicos, embora eu os conheça, foi passar não um, mas vários "dias na cadeia". Na cadeia deles, os pobres, lugar de onde vieram meus pais, de um lugar que experimentei um pouco só quando mais moço. De onde eles vêm, as cotas fazem todo sentido.

Se alguém discorda das cotas, me perdoe, mas não devem faze-lo olhando os livros e teses, ou seus temores. Livros, teses, doutrinas e leis servem a qualquer coisa, até ao nazismo. Temores apenas toldam a visão serena. Para quem é contra, com respeito, recomendo um dia "na cadeia". Um dia de palestra para quatro mil pobres, brancos e negros, onde se vê a esperança tomar forma e precisar de ajuda. Convido todos que são contra as cotas a passar conosco, brancos e negros, uma tarde num cursinho pré-vestibular para quem não tem pão, passagem, escola, psicólogo, cursinho de inglês, ballet, nem coisa parecida, inclusive professores de todas as matérias no ensino médio.

Se você é contra as cotas para negros, eu o respeito. Aliás, também fui contra por muito tempo. Mas peço uma reflexão nessa semana: na escola, no bairro, no restaurante, nos lugares que freqüenta, repare quantos negros existem ao seu lado, em condições de igualdade (não vale porteiro, motorista, servente ou coisa parecida). Se há poucos negros ao seu redor, me perdoe, mas você precisa "passar um dia na cadeia" antes de firmar uma posição coerente não com as teorias (elas servem pra tudo), mas com a realidade desse país. Com nossa realidade urgente. Nada me convenceu, amigos, senão a realidade, senão os meninos e meninas querendo estudar ao invés de qualquer outra coisa, querendo vencer, querendo uma chance.

Ah, sim, "os negros vão atrapalhar a universidade, baixar seu nível", conheço esse argumento e ele sempre me preocupou, confesso. Mas os cotistas já mostraram que sua média de notas é maior, e menor a média de faltas do que as de quem nunca precisou das cotas. Curiosamente, negros ricos e não cotistas faltam mais às aulas do que negros pobres que precisaram das cotas. A explicação é simples: apesar de tudo a menos por tanto tempo, e talvez por isso, eles se agarram com tanta fé e garra ao pouco que lhe dão, que suas notas são melhores do que a média de quem não teve tanta dificuldade para pavimentar seu chão. Somos todos humanos, e todos frágeis e toscos: apenas precisamos dar chance para todos.

Precisamos confirmar as cotas para negros e para os oriundos da escola pública. Temos que podemos considerar não apenas os deficientes físicos (o que todo mundo aceita), mas também os econômicos, e dar a eles uma oportunidade de igualdade, uma contrapartida para caminharem com seus co-irmãos de raça (humana) e seus concidadãos, de um país que se quer solidário, igualitário, plural e democrático. Não podemos ter tanta paciência para resolver a discriminação racial que existe na prática: vamos dar saltos ao invés de rastejar em direção a políticas afirmativas de uma nova realidade.

Se você não concorda, respeito, mas só se você passar um dia conosco "na cadeia". Vendo e sentindo o que você verá e sentirá naquele meio, ou você sairá concordando conosco, ou ao menos sem tanta convicção contra o que estamos querendo: igualdade de oportunidades, ou ao menos uma chance. Não para minha filha, ou a sua, elas não precisarão ser heroínas e nós já conseguimos para elas uma estrada. Queremos um caminho para passar quem não está tendo chance alguma, ao menos chance honesta. Daqui a alguns poucos anos, se vierem as cotas, a realidade será outra. Uma melhor. E queremos você conosco nessa história.

Não creio que esse mundo seja seguro para minha filha, que tem tudo, se ele não for ao menos um pouco mais justo para com os filhos dos outros, que talvez não tenham tido minha sorte. Talvez seus filhos tenham tudo, mas tudo não basta se os filhos dos outros não tiverem alguma coisa. Seja como for, por ideal, egoísmo (de proteger o mundo onde vão morar nossos filhos), ou por passar alguns dias por ano "na cadeia" com meninos pobres, negros, amarelos, pardos, brancos, é que aposto meus olhos azuis dizendo que precisamos das cotas, agora.

E, claro, financiar os meninos pobres, negros, pardos, amarelos e brancos, para que estudem e pelo conhecimento mudem sua história, e a do nosso país comum pois, afinal de contas, moraremos todos naquilo que estamos construindo.

Então, como diria Roberto Lyra, em uma de suas falas,
"O sol nascerá para todos. Todos dirão - nós - e não - eu. E amarão ao próximo por amor próprio. Cada um repetirá: possuo o que dei. Curvemo-nos ante a aurora da verdade dita pela beleza, da justiça expressa pelo amor."

Justiça expressa pelo amor e pela experiência, não pelas teses. As cotas são justas, honestas, solidárias, necessárias. E, mais que tudo, urgentes. Ou fique a favor, ou pelo menos visite a cadeia.







Fonte: pciconcursos, ocorreiodaelite 

Aos amigos


Estive ausente por uns dias, peço desculpas a todos que aqui estiveram durante o silêncio do blog,  estou hoje retornando ao blog. 


Um grande abraço a todos

Burgos Cãogrino

terça-feira, 26 de março de 2013

Universitária é obrigada a deixar a Casa do Estudante após ganhar bebê





UFRGS: jovem mãe é despejada de Casa do Estudante


Jovem de 26 anos recebeu ordem de despejo quatro dias após nascimento da filha

Uma universitária foi obrigada a deixar a Casa do Estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) depois de dar à luz porque não foi permitido que a criança permanecesse no local. Quatro dias após a filha da estudante de 26 anos nascer, em fevereiro, a jovem recebeu uma ordem de despejo. A notificação foi encaminhada pela Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis. A instituição defende que o ambiente é institucional, dedicado à educação, e não pode abrigar um recém-nascido. As informações são do jornal Zero Hora.


Estudantes que moraram com a universitária lutam pela permanência dela na Casa do Estudante. A UFRGS, por outro lado, afirma que não há estrutura para a convivência com o bebê. A instituição sugeriu que ela volte para a casa da mãe, no interior do Rio Grande do Sul. A jovem - que concluiu a licenciatura e agora cursa o bacharelado - permanece residindo no local.


Fonte: Terra
Imagem: Bruno Alencastro / Agencia RBS 

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É um paradoxo!


O Sistema prisional brasileiro permite que as mulheres criminosas presas fiquem com seus filhos recém nascidos, enquanto isso, o Sistema Educacional Universitário do Rio Grande do Sul despeja mãe universitária com filho recém nascido.


Concluíndo: Uma criminosa pode, uma estudante universitária não.

(Burgos Cãogrino)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Chamados de “sujos” e “fedidos”, indígenas são expulsos de sala de aula pelo Diretor da escola




Segundo denúncia, grupo de indígenas foi expulso da sala de aula pelo diretor do colégio, pressionado por professores e estudantes não-indígenas

Por Ruy Sposati, 

de Dourados (MS)


Cerca de 28 estudantes indígenas Kaiowá e Guarani da aldeia Campestre foram retirados de uma sala de aula de uma escola estadual em Antônio João (MS), sob a alegação de que eram “sujos” e “fedidos”. A denúncia foi realizada pelo conselho do Aty Guasu, grande assembleia Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul, no último dia 12, no Ministério Público Federal do estado, em Dourados.

Atualmente, a comunidade de Campestre tem acesso, no próprio tekoha (aldeia), ao ensino básico e fundamental. Para cursar o ensino médio, os estudantes precisam sair da aldeia e estudar em colégios no perímetro urbano do município.


Segundo a denúncia, no dia 27 de fevereiro, o grupo de indígenas foi expulso da sala de aula da turma do primeiro ano do ensino médio matutino da Escola Estadual Pantaleão Coelho Xavier pelo diretor do colégio, pressionado por professores e estudantes não-indígenas.


“Disseram pros nossos estudantes que eles não deveriam estudar ali”, conta a liderança da aldeia, Joel Aquino. “Disseram aos nossos jovens que se eles continuassem estudando o ano todo, iam encher a sala e escola de terra, porque temos ‘pés sujos’. E ‘chulé’, que as indígenas femininas tem aquele cheiro de mulher”, conta. O diretor colocou o grupo do lado de fora da sala de aula, enquanto o professor continuou dando aula para os não-indígenas. “Às vezes o professor ia lá fora passar alguma atividade para os indígenas”, diz Joel.


Quando voltaram à aldeia, os estudantes relataram à comunidade o que havia acontecido. Joel conta que ele próprio e uma outra liderança da aldeia, em momentos diferentes, foram pessoalmente falar com o diretor da escola, que confirmou ter expulsado os jovens da aula por considerar que eles não eram higiênicos o suficiente.

“Depois disso, nossos estudantes não querem mais frequentar a escola por motivo de vergonha, tamanha a situação humilhante que passaram”.

Segundo Joel, apenas três deles resolveram continuar frequentando as aulas na escola estadual. “O resto está perdendo aula, decidiram que não vão [para a escola]. Os três que estão indo disseram que o diretor decidiu que eles podem voltar pra sala de aula, porque são poucos. Mas que se voltar a ir todo mundo, eles não vão poder ficar na sala”, conclui.

Além do MPF, os relatos também foram encaminhados à Fundação Nacional do Índio (Funai) e a representantes da Secretaria de Direitos Humanos.



 Fonte: Brasil de Fato, Professor Jeovane Esquerdopata



segunda-feira, 18 de março de 2013

A suposta “turma socialista”



Por Cão Uivador



Recebi mais um texto daqueles que classifico como “correntes”. Só que este é diferente: mais bem escrito, elaborado, sem exalar aquele ódio comum aos que recebo mais frequentemente. Mas ainda assim, não podia ficar sem resposta.

Vamos a ele, então:

Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.” Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas’. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “A”.

Após calculada a média da primeira prova todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi “D”. Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um “F”. As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina… Para sua total surpresa.

O professor explicou: “o experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto isso.”

1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;
2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;
3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;
4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividí-la;
5. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.


Em primeiro lugar, nos atenhamos ao “um professor de economia em uma universidade americana”. Qual é o nome do professor? De qual universidade ele é? O fato do texto não passar tais informações me faz pensar que muito provavelmente tal “experimento socialista” jamais aconteceu. Basta lembrar que o “experimento nazista” relatado no filme “A Onda” não foi ideia “de um professor de História em um colégio nos Estados Unidos”: o professor se chamava Ron Jones, e a escola era a Cubberley High School, em Palo Alto, Califórnia. Mas, vamos dar ao texto o benefício da dúvida e supor que o experimento realmente aconteceu – afinal, o mais importante é contra-argumentar.

Os alunos acreditavam, como o texto mostra, que basta o Estado redistribuir a riqueza e criar uma sociedade igualitária para que haja socialismo. Nada mais errado. Afinal de contas, socialismo não é simplesmente todos ganharem o mesmo: é preciso dar a todos as mesmas oportunidades de seguirem seus caminhos (o que, bem sabemos, não existe em uma sociedade como a nossa). Mas de nada adiantará todos termos “o mesmo ponto de partida”, se o individualismo continuar a ser mais importante que a solidariedade, como aconteceu na turma: as notas foram “coletivizadas”, mas os alunos continuaram a agir “cada um por si”, sem ajudarem uns aos outros, mesmo sabendo que tal atitude prejudicaria a todos – se todos tirassem “A”, a nota da turma seria “A”. (Daí a importância da educação, que jamais será neutra: o sonho dos reacinhas de plantão que reclamam da “partidarização” do ensino é que os professores apenas “preparem os alunos para o mercado” – ou seja, uma educação voltada para a manutenção do status quo.)

O professor (que, como já deu para perceber, não era socialista), em resposta aos alunos que acreditavam saber o que é socialismo, decidiu fazer o experimento com as notas das provas. Em primeiro lugar, sou da opinião que provas não medem o conhecimento de ninguém (quem nunca se ferrou numa prova para a qual tinha estudado um monte?). Em segundo lugar, lembro que já me aconteceu num final de ano no colégio de estar passado em uma matéria (provavelmente matemática) e um colega precisar de muita nota para passar: eu queria poder passar um pouco de meus pontos para ele não ter tanta dificuldade. Mas não podia, pois isso seria um estímulo para o cara “continuar não estudando” (quando na verdade eu é que quase não estudava, por ter menos dificuldade para compreender a matéria; já o colega “se matava” de tanto estudar e ainda assim ia mal).

O “experimento socialista” do professor demonstrou que “o socialismo não funciona”. O motivo foi muito simples: ele foi feito para isso. Pois como eu disse, socialismo não é simplesmente “redistribuir riqueza”, e foi apenas isso que o professor procurou fazer.

Sem contar que ele cometeu um erro crasso: usou um bem “infinito” (a soma da nota das provas) para demonstrar o “fracasso” da distribuição equitativa de bens finitos (recursos materiais). A riqueza de um país pode variar pelos mais diversos motivos (crises econômicas, aumento ou redução de importações e exportações etc.), mas é finita. E se pensarmos em termos globais (ou seja, na riqueza do mundo), fica ainda mais fácil entender, visto que não temos relações comerciais com outros planetas.

Um exemplo simples: um hipotético grupo de dez pessoas, isolado do resto do mundo, possui um total de cem pedras (não sendo possível encontrar mais) e elas foram distribuídas de forma igualitária (ou seja, dez para cada pessoa); é impossível que todos os membros do grupo possam ter mais pedras ao mesmo tempo, pois para que um deles tenha, digamos, doze pedras, a “riqueza” somada dos nove restantes deverá diminuir em duas pedras; e para que uma das pessoas tenha o máximo (ou seja, cem pedras), o restante terá de ficar sem nada. Bem diferente das notas das provas: uma grande quantidade de notas baixas em uma sala não necessariamente significa que uma minoria tire notas absurdamente altas; sem contar que o próprio texto indica que o professor “jamais havia reprovado nenhum aluno”, sinal de que é perfeitamente possível que todos tirem boas notas ao mesmo tempo, o que não acontece com a riqueza.


Agora, vou responder aos cinco tópicos que estão no final do texto.


Tirar a prosperidade do mais rico não significa levar o pobre à prosperidade, fato. Afinal, ela pode ser repassada ao segundo mais rico… Mas é impossível os pobres serem menos pobres sem os ricos serem menos ricos, justamente porque a riqueza é finita;


Para cada um recebendo sem trabalhar, há alguém trabalhando sem receber – ou recebendo muito pouco. Exato: quem compra ações que se valorizam na Bolsa de Valores ou ganha na loteria, recebe (muito) dinheiro sem derramar uma gota de suor;


O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa. E é exatamente o que tem de fazer: tirar de quem tem muito e repassar aos que têm pouco, para reduzir a desigualdade;


Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividi-la – prova do erro crasso cometido pelo professor. O conhecimento não tem limites e precisa ser multiplicado, enquanto que a riqueza é finita e por isso, tem de ser dividida;


Me digam algum país onde metade da população possa se dar ao luxo de não trabalhar. Brasil? Só se quiserem fazer com que eu tenha um ataque de riso: o Bolsa Família, por exemplo, é apenas ajuda, muito abaixo do salário mínimo – se ouvirem falar de alguém que largou o emprego para “viver” do Bolsa Família, podem ter certeza de que tal pessoa trabalhava por um salário de fome.


Por fim: o “socialismo” do professor falhou, como ele queria. Também falharam os socialismos da União Soviética e vários outros inspirados nela, pelos mais variados erros – autoritarismo, burocratização excessiva etc. Porém, isso não quer dizer que o socialismo esteja fadado a jamais dar certo: em “Era dos Extremos”, Eric Hobsbawm diz que “o fracasso do socialismo soviético não se reflete sobre a possibilidade de outros tipos de socialismo”. Ou seja, para usar um ditado bem popular, podemos dizer que o professor calçou “salto alto”: talvez não leve um tombo em vida, mas isso poderá acontecer com quem o imitar.



Fonte: Sul21
Imagem: Google (colocada por este blog)

sábado, 16 de março de 2013

OS SEGREDOS DO SANTO PADRE



Por Carlos Alberto Lungarzo

Não é um segredo para ninguém o fato de que a totalidade das hierarquias católicas são inimigas da homossexualidade (alheia), condenam o aborto até de fetos anencefálicos (o aborto voluntário é admitido por todos os países Europeus, salvo Espanha), advogam pelo celibato sacerdotal, proíbem o sexo por prazer, consideram a mulher um ser inferior, etc. 

Inclusive o aborto e o homoerotismo são criticados pela assim chamada “Teologia da Libertação”, tida como minoria progressista da Igreja.


Tampouco é novidade a histórica aliança de 1700 anos entre a Igreja e as grandes ordens de Cavalheiros e, depois, dos exércitos regulares, o que culminou no século XX com o apoio ao fascismo e a sua versão mais truculenta, o sangrento franquismo espanhol.


Dizer que o novo papa, Francisco, compartilha esses valores seria uma redundância.


Mas há alguns “segredos” na vida do pontífice que nem todos conhecem fora de seu país de origem. De fato, quando ele foi proclamado Papa, milhões de pessoas no mundo devem ter comprado um mapa para saber onde tinha nascido aquele homem de aspecto simpático e humilde, e biótipo de italiano do Norte. É natural que alguns desses detalhes não se conheçam.


Para os que desejem informar-se, há numerosos artigos na Internet, e até alguns livros, cujo conteúdo o próprio Francisco tentou rebater num contra-livro, só em 2010, quando sua condição de um dos grandes favoritos (já insinuada em 2005, quando ganhou o segundo lugar após Ratzinger) se tornou mais concreta.


Os interessados podem ver, entre outros muitos, os seguintes links:


http://www.redebrasilatual.com.br/temas/internacional/2013/03/novo-papa-e-associado-a-sequestros-de-jesuitas-e-de-bebe-durante-ditadura
http://www.cbsnews.com/8301-202_162-57574147/jorge-bergoglio-who-is-the-new-pope/
http://www.advivo.com.br/blog/antonio-ateu/vaticanao-o-papa-da-ditadura-militar-argentina


O leitor encontrará também outros textos, alguns escritos por organizações que assinam como católicas. Eventualmente, como em todos os casos, alguns textos podem não ser 100% verídicos, mas eu não estou fazendo uma acusação. Estou apenas informando de acusações feitas por outros, e cabe ao leitor se perguntar: “Qual seria o interesse dessas pessoas em criticar um humilde servidor de Deus?”

A Argentina voltou à normalidade democrática em 1983 quando o então padre Bergoglio estava com 47 anos. Nessa época, o atual papa era reitor do Colégio Máximo San José (da cidade de San Miguel), o maior seminário de formação de sacerdotes da Argentina (1980-1986) após ter sido, entre 1973 e 1979, o principal chefe (dito, na gíria eclesial, provincial) da poderosa e influente ordem dos jesuítas.


Sendo Argentina um país absolutamente católico, sem qualquer miscigenação com religiões nativas como no resto das Américas, e tendo como exceção apenas uma comunidade judia que sempre padeceu perseguição (e alguns evangélicos e islâmicos), tudo o que faz a Igreja foi sempre claramente percebido pelo resto da sociedade. Aliás, ainda hoje, Argentina talvez seja o único país (não sei o que acontece atualmente na Polônia, mas eventualmente poderia ser um de dois casos), em que a Igreja não está separada do Estado. Por exemplo, o Estado paga um salário aos bispos (não sei se Bergoglio o aceita ou o doa), mas já houve um conflito com o Vaticano quando Nestor Kirchner quis tirar a mensalidade de uns 3.000 dólares a um bispo que propôs que o ministro Gines, defensor da camisinha, devia ser linchado.


Em 1983, Jorge Bergoglio, uma figura austera, silenciosa, alheia a chamar a atenção, não tinha nenhuma influência política evidente, mas acumulava muita influência invisível. Ele utilizou essa influência para tentar mostrar um rosto “moderno” da Igreja, modificando a imagem desta como cúmplice qualificado e ativo dos genocídios e torturas generalizadas, que foram comuns na Argentina muitas vezes.


Por que fez isto? Muito simples. Apesar de ter mais de 90% de católicos e da mística medieval que impregna quase todas as instituições da Argentina (pelo menos, até a última vez que eu estive em meu país de origem), a Igreja ganhou um enorme número de inimigos combatentes, muitos dos quais, de maneira paradoxal, continuavam se considerando católicos.


Esses inimigos formavam um grande grupo de pessoas que eram parentes, amigos ou conhecidos qualificados dos desaparecidos pela ditadura de 1976. O número de mortos em tortura e depois desaparecidos foi tradicionalmente fixado em 30.000 no ano de 1978, mas eu acredito que o número total deve ser muito maior, provavelmente entre 35.000 e 42.000, tendo em conta que a ditadura continuou até 1983.


(Não é este o lugar para justificar esta afirmação que surge de documentação dispersa, e de documentos internacionais parcialmente desclassificados.)


Unidos aos parentes dos 1.200.000 exilados, refugiados e asilados pelo mundo (ou seja, 3% dos habitantes do país nesse momento), os familiares e amigos dos desaparecidos deviam somar algo como 6 milhões, o que significa 20% da população. Calculo que, embora muitas pessoas não tivessem parentes nem amigos, é razoável considerar que a média de afetos por cada exilado ou desaparecido seja de 5 pessoas.


Como é bem conhecido, a Igreja Católica apoiou intensa e devotadamente os crimes da ditadura, não apenas encobrindo ou justificando-os, mas também dando apoio psicológico e propagandístico, colocando a seu serviço seu aparato internacional (incluída a máfia italiana e o grupo P2), abençoando as máquinas de choque e os instrumentos usados para mutilação, e até, em vários casos, aplicando tortura com suas próprias mãos.


Há pelo menos 40 livros em espanhol e pelo menos 15 em inglês, dedicados de maneira total ou parcial à cumplicidade da Igreja Católica com os crimes de Estado na Argentina nos anos 1976-1983, e milhares de páginas de Internet.


Padre Christian Wernich
De todos os casos de católicos aliados da ditadura, o mais espantoso é o do padre Christian Wernich, condenado em 2007 a prisão perpétua. Os que sobreviveram a seu sacerdócio afirmam que, de todos os torturadores civis e militares, ninguém era tão temido como o santo confessor. Ele chamava “fazer a barba” a passar a máquina elétrica, mas esta não era a máquina de barbear, mas de aplicar choque. 


Bergoglio
Com seu estilo discreto, Bergoglio tentou jogar um manto de esquecimento nos fatos protagonizados por uma das mais poderosas e compactas igrejas do planeta, num dos países mais católicos do mundo, junto com a Polônia e a Irlanda. Não sabemos se ele conseguiu refrear a saída de fieis da Igreja, já que no ano 2000, menos de 10% do país assistia regularmente a missa. Mas, ele fez grandes esforços e até permitiu a jornalistas estrangeiros que redigissem biografias sobre ele, e escreveu sua própria versão de sua vida, tentando refutar algumas dúzias de testemunhos que o acusavam de ter participado ativamente na ditadura. Ele fez um trabalho similar ao de Pio XII, quando, depois da guerra, tentou disfarçar, sem nenhum sucesso, a estreita colaboração do Vaticano com o nazismo.

Mas, antes de 1983, como era a relação de Francisco com a ditadura? 

Jesuítas e Crianças

Como em muitos outros países, uma minoria de padres apoiou a causa dos direitos humanos e teve certa militância no que foi chamado “Teologia da Libertação”.


Dois deles foram os jesuítas Orlando Dorio e Francisco Jalic que propagavam uma visão social do cristianismo em favelas e bairros populares. Estes padres foram capturados pelos esquadrões da morte dos militares e submetidos a tortura, mas conseguiram sobreviver. Enquanto Jalic se fechou num mosteiro alemão e nunca mais falou de seu passado (e possivelmente, nunca voltou a Argentina), Dorio acusou explicitamente a Bergoglio, que era a máxima autoridade de jesuítas, de ter negado proteção, e ter permitido que ele fosse capturado.


Em vários dos links citados, especialmente no editado pela UNISINOS, há numerosos detalhes que descrevem, em total, uma quantidade apreciável de testemunhas. Embora a mídia brasileira tenha ignorado estas afirmações e diga que são simples conjecturas, um número tal de testemunhas seria possivelmente aceito por um tribunal penal.
Bergoglio usou por duas vezes os privilégios de não acatar as decisões da justiça, privilégio que a Argentina concede aos bispos, que têm um fórum privilegiado equivalente ao dos deputados, senadores e presidentes. Em função disso, recusou dar depoimento aos tribunais que julgaram os crimes contra a humanidade na época da ditadura.
Bergoglio aceitou, porém, comparecer a uma terceira intimação, quando a pressão dos milhares de vítimas se tornou muito intensa.


Segundo a advogada Myriam Bregman que trabalha em direitos humanos, as afirmações de Bergoglio, quando aceitou ir aos tribunais, mostram que ele e outros padres eram coniventes com os atos praticados pela ditadura. Ele, porém, não foi indiciado, também com base na “falta” de provas.


Em 1977, a família De la Cuadra - formada por ativos defensores do direitos humanos (cuja matriarca Licha, 1915-2008, foi condecorada pelos governos democráticos posteriores à ditadura) - teve sequestrados cinco de seus membros, dos quais apenas um reapareceu muito depois.


O padre Bergoglio se recusou a indagar onde eles estavam e até a ajudar a procurar uma criança recém nascida, filha de uma das mulheres desaparecidas.
Em algumas ocasiões, o Santo Padre não pode refutar que a ditadura argentina tinha feito numerosas atrocidades, mas argumentou que isso foi uma resposta provocada pela esquerda, que, segundo ele, também teria usado o terror. Este infame argumento, como todos sabem, foi fortemente repudiado em todos os países que tiveram ditaduras recentemente.


Durante o governo de Néstor Kirchner e, após, o de sua esposa, Cristina Fernández, o atual papa, mantendo seu estilo “sutil” aproveitou para criticar muitas vezes ao governo (que, como o governo brasileiro, subiu ao poder pelo voto popular), o acusando de ditatorial, de gerar o caos, de defender pessoas de vida sexual “abominável”, etc.


Bergoglio,  Néstor e Cristina Kirchner

Com seu estilo aparentemente moderado, Bergoglio teve certo sucesso onde outros padres, que pregaram abertamente a tortura e o genocídio dos ateus e marxistas, fracassaram. Com efeito, apesar de ser unanimemente repudiado pelos defensores de direitos humanos, inclusive os católicos, ele nunca foi processado, como aconteceu com o padre Wernich, e até conseguiu forjar uma máscara de tolerância.





Fonte: A Luz Protegida

Imagens: Google

quinta-feira, 14 de março de 2013

"Democratas" e ditadores






Democratas e ditadores

O que, os que se dizem “democratas”, gostariam de merecer:





"Chávez, você é a alma e a esperança dos povos oprimidos da América".
(Piedad Córdoba)







“Hugo Chávez é a alma de nossos povos, é a própria poesia, é a própria revolução. Saiu das entranhas do povo e das Forças Armadas venezuelanas para dar início à luta libertária por seu país, pela América e pela humanidade. A revolução bolivariana que o comandante Chávez semeou já é colhida na Venezuela e em toda a América Latina. Já não existe retrocesso possível”.  (Daniel Ortega)



“Trata-se de um ditador raríssimo, porque ganhou 12 eleições e é muito raro que um ditador ganhe 12 eleições de maneira limpa”.
(Eduardo Galeano)




“Não deve ter presidente na América Latina e no mundo que tenha passado por tantas eleições e as tenha ganhado como Chávez. Não acredito que alguém possa ser antidemocrático tendo ganhado tantas eleições”.
(Cristina Kirchner)


“Sob o governo de Chávez, o governo venezuelano teve conquistas extraordinárias. As classes populares jamais foram tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade. Estas conquistas precisam ser preservadas e consolidadas. Obrigado, companheiro, por tudo que fez pela América Latina”. (Fidel Castro)


“Chávez mudou a história da Venezuela e creio que de grande parte da América Latina. É um extraordinário ser humano. Foi incrível o que ele conseguiu. Seu país tem sido um exemplo para toda a América Latina. O admiramos muito”. (Rafael Correa)


“Sem dúvida Chávez é o melhor presidente que a Venezuela teve nos últimos cem anos. E ainda assim não exerce nem remotamente a influência que atribuem a ele. A Europa não precisa ter medo da esquerda latino-americana”.
(Luiz Inácio Lula da Silva).


"Hugo Chávez é um demônio. Por quê? Porque alfabetizou dois milhões de venezuelanos que não sabiam ler nem escrever, ainda que vivessem em um país que tem a riqueza natural mais importante do mundo, que é o petróleo. Eu vivi neste país alguns anos e conheci bem o que era. Lá havia dois milhões de crianças que não podiam ir para as escolas porque não tinham documentos. Então chegou um governo, este governo diabólico, demoníaco, que faz essas coisas elementares, como dizer ‘as crianças devem ser aceitas nas escolas com ou sem documentos’. E então o mundo caiu. Isso é uma prova de que Chávez é um malvado, muito malvado".
(Eduardo Galeano)




Fonte: C de ...

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