No mês passado meu dono encontrou uma cachorrinha que foi abandonada perto de nossa casa, no frio e na chuva o animalzinho ficava dia e noite perto de uma árvore, ele passou a levar comida e ração para ela, pois é uma pessoa que se preocupa com os animais, outros vizinhos também alimentavam o animalzinho que além de tudo estava grávida.
Numa noite quando levamos ração e água, ela nos acompanhou até nossa casa, gemia e tremia de frio, meu dono resolveu deixa-la dormir no nosso jardim, no dia seguinte ela entrou em trabalho de parto e teve 8 cachorrinhos, um nasceu morto.
Meu dono achou melhor ficar com ela uns dias e depois entrar em contato com algum orgão do governo para tomarem uma providência.
Uma semana depois levou-a para tomar banho e tomar remédio para vermes, assim que ela se restabeleceu do parto, ele entrou em contato com a delegacia do Meio ambiente em Curitiba (moramos na região metropolitana de Curitiba), disseram que não podiam fazer nada, falaram pra ele ligar para o Controle de Zoonose, mas também disseram que não podiam fazer nada, nos informaram que em Curitiba não existe nenhum orgão que receba animais abandonados.
Fiquei completamente horrorizado com isso.
Como pode uma cidade que se diz exemplo e "Capital Ecológica" do Brasil não se preocupar com os animais abandonados?
Hoje antes de dormir vou fazer minha oração a todos os animais abandonados em Curitiba e no Estado do Paraná.
PRECE DE UM CÃO ABANDONADO
Sabe, senhor, ainda não entendi, viemos à praça, pensei ser um passeio, estranhei, ele não tinha esse hábito, mas fui, feliz.
Lá chegando, me deu as costas, entrou no carro e nem me disse adeus. Olhei para os lados, nem sabia o que fazer. Ainda tentei segui-lo, quase fui atropelado.
Que teria feito eu de tão mau? À noite, quando ele chegava, abanava o rabo, feliz mesmo que ele nunca viesse no quintal me ver.
Às vezes, eu latia, mas tinha estranhos no portão, não poderia deixá-los entrar sem avisar meu dono.
Quem sabe foi minha dona que mandou, devia estar dando trabalho.
Mas não as crianças, elas me adoravam. Como sinto saudades! Puxavam-me a cauda às vezes eu ficava uma fera, mas logo éramos amigos novamente. Creio que elas nem sabem, devem ter dito que fugi.
Estou faminto, só bebo água suja, meus pelos caíram quase todos, nossa, como estou magro!
Sabe, Pai, aqui nesse canto que arrumei para passar a noite, faz muito frio, o chão está molhado.
Creio que, hoje, vou me encontrar contigo, ai no céu meu sofrimento vai terminar, mesmo em espírito vou ter permissão para ver as crianças.
Peço-vos, então, não mais por mim, mas pelos meus irmãozinhos:
Mandem-lhes pessoas que deles tenha compaixão, como eu, sozinhos não viverão mais que alguns meses na terra do homem.
Amenize-lhes o frio, igual o que agora sinto, com o calor de atos de pessoas abençoadas.
Diminua-lhes a fome, tal qual a eu sinto, com o alimento do amor que me foi negado.
Mata-lhes a sede, com a água pura de seus ensinamentos transmitidos ao homem.
Elimine a dor das doenças, extirpando a ignorância da terra.
Tire o sofrimento dos que estão sendo sacrificados em atos apregoados como religiosos, laboratórios e tudo mais. Tirando das mãos humanas o gosto pelo sangue.
Ampare as cachorrinhas prenhas eu verão suas crias morrerem de fome, frio e pestes sem nada poderem fazer.
Abrande a tristeza dos que, como eu, foram abandonados, pois, entre todos os males o que mais me doeu foi esse.
Receba, pai, nesta noite gélida, a minha alma, pois não mais será meu sofrimento, mas dos que ficarem e por eles vos peço.
Um comentário:
Burgos,
obrigado por essa bonita prece.
Obrigado Jesus, nosso amigo e mestre, por também ajudares os nossos amigos animais.
Cumprimentos,
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R. Saraiva
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