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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Evo volta à Bolívia: "Queriam me intimidar"


Presidente da Bolívia Evo Morales foi impedido de seguir viagem na volta da Rússia, o que pode constituir uma violação do direito internacional e uma ofensa dos europeus "a todo um povo", disse o presidente. 

Evo Morales volta à Bolívia após horas de espera: "Queriam me intimidar"

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, cobrou explicações dos governos que proibiram o ingresso do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, nos seus espaços aéreos, nesta terça-feira (2). Em comunicado, Insulza se disse “profundamente incomodado” e ressaltou que “nada justifica uma ação de tanto desrespeito”. Morales já anunciou o seu retorno à Bolívia nesta quarta (3), depois de quase 14 horas de espera.


Ao retornar da Rússia, Morales recebeu a ordem de que seu avião não poderia ingressar nos espaços aéreos da França, da Itália e de Portugal, segundo autoridades bolivianas, por suspeitas de que o ex-agente estadunidense Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e a aguardar autorização para seguir viagem em Viena, na Áustria.

Os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Rafael Correa (Equador) prestaram solidariedade a Morales. Os líderes avaliam a hipótese de convocar uma reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para avaliar o tema.

“Sinto que foi um pretexto para amedrontar-me, intimidar-me”, disse Morales, “para tratarem de nos calar contra a luta das políticas de saqueio, contra as invasões e a dominação”, completou, em uma coletiva de imprensa, antes de embarcar para a Bolívia na manhã desta quarta-feira (3).

O presidente disse ter se sentido como um “sequestrado”, e afirmou que não permitiu que o embaixador espanhol subisse no avião presidencial:

“O presidente tem imunidade inviolável, tem seu direito a transitar por qualquer parte do mundo. Eu rechacei por dignidade, tenho a obrigação de defender a dignidade, a soberania, porque isso não é uma ofensa ao presidente, é a todo um povo, é a toda uma região, como a América Latina”.

 

Fonte: Vermelho


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Nota Oficial do pronunciamento
da Presidenta Dilma Rousseff


O governo brasileiro expressa sua indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao presidente Evo Morales por alguns países europeus que impediram o sobrevoo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito.

O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores.

Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Europeia.

O constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação.

O governo brasileiro expressa sua mais ampla solidariedade ao presidente Evo Morales e encaminhará iniciativas em todas as instâncias multilaterais, especialmente em nosso Continente, para que situações como esta nunca mais se repitam.

Dilma Rousseff"
Presidenta da República Federativa do Brasil




Um comentário:

Octopus disse...

Burgos,

Este "incidente diplomático" relatado pelos média europeus é extremamente grave e abre um precedente.

Trata-se de um grave precedente que não deve ser aceite. Espero que a América do Sul, na qual deposito tanta esperança, saiba responder à altura.

Como sempre escrevi, deposito uma grande esperança no trabalho que está a ser feito em países como o Uruguai, Venezuela, Bolívia, Equador e também alguma esperança na Argentina e Brasil.

Um abraço

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