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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Chávez transfere reservas internacionais da Venezuela para “países amigos”



Chávez justifica medida com a crise financeira "no Norte"

A pouco mais de um ano das eleições presidenciais na Venezuela, Hugo Chávez ordenou a transferência das reservas internacionais depositadas em bancos nos Estados Unidos ou na Europa para outros “países amigos”, como a Rússia, China ou Brasil.
A decisão foi confirmada depois de o Presidente venezuelano ter anunciado que irá nacionalizar a produção de ouro da Venezuela e o objectivo, segundo a oposição e vários analistas, será blindar as reservas internacionais contra eventuais sanções ou embargos contra o Governo, sublinhou o “El País”. O próprio Chávez o deu a entender. “Olhem para o que se está a passar no mundo árabe com o uso de reservas internacionais... esses recursos são praticamente confiscados, e isso é coisa que temos de evitar a qualquer custo”, disse, referindo-se ao congelamento das reservas dos regimes líbio e sírio. As reservas internacionais da Venezuela rondam os 29.100 milhões de dólares e, desse montante, 63 por cento são cerca de 364 toneladas de lingotes de ouro. A maior parte, 211 toneladas, está depositada no estrangeiro. O que o Governo pretende agora fazer é trazer de volta esse ouro para Caracas e, para além disso, transferir também 6300 milhões de dólares que tem depositado em diferentes bancos para instituições bancárias de países aliados como a Rússia, China ou Brasil. Chávez defende que se trata de uma medida “sensata”, tendo em conta a crise financeira “no Norte”, mas vários analistas consideram que esta decisão poderá aumentar a desconfiança dos investidores. Rodrigo Cabezas, deputado do partido de Chávez, justificou a decisão ao dizer que “os países emergentes não têm hoje convulsões económicas ou políticas e serão uma garantia para as reservas da Venezuela”. O anúncio estará relacionado com o receio de um aumento da instabilidade na Venezuela quando já se aproximam as eleições previstas para Dezembro do próximo ano, nas quais Chávez – que se encontra no poder há 13 anos – procurará ser reeleito. A oposição vê neste escrutínio uma oportunidade para derrubar o “chavismo” e o estado de saúde do Presidente, que sofre de cancro e tem sido submetido a tratamentos de quimioterapia, aumenta a incerteza. O país está a atravessar um momento político decisivo. É o principal exportador de petróleo da América do Sul e vários analistas consideram que a transferência de reservas tornará mais opaca a situação financeira da Venezuela. “É uma medida que não tem justificação económica, só política”, disse à AFP Asdrubal Oliveros, director da consultora venezuelana Ecoanalítica. “Terá efeitos negativos na percepção de transparência da Venezuela e no seu perfil de risco, que já está bastante afectado.”

(Reuters)

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente o como gosta a mídia -Ditador Chaves que não é bobo botou as suas barbas de molho, ainda mais que do Haiti (ilha-porta-aviões) americando ancorado no Caribe fica próximo da Venezuela para os gringos é praticamente um passeio. Acho que o "ditador" foi prudente.

Saudações.

Luiz Vieira

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