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sábado, 21 de dezembro de 2013

O que mudou de fato no mundo em 2013?





Como sempre, se acumulam uma quantidade de fatos – entre mortes, eleições, sublevações, etc. – que se destacam jornalisticamente no mundo, mas dificultam a compreensão das alterações nas relações de poder, as que efetivamente contam na evolução da situação internacional.

Por Emir Sader*, em seu blog

No emaranhado de acontecimentos, o mais importante foi a mudança de clima no cenário internacional. Desde que triunfou na guerra fria, os EUA tem tido como postura diante dos conflitos internacionais, sua militarização. Transferir para o campo em que sua superioridade é manifesta, tem sido a característica principal da ação imperial dos EUA. Foi assim no Afeganistão, no Iraque, por forças intermediárias na Líbia. E se encaminhava para ser assim nos casos da Síria e do Irã.

De repente, pegando ao Secretario de Estado norte-americano, John Kerry, pela palavra, o governo russo propôs ao da Síria um acordo, que desconcertou o governo norte-americano, até que não pôde deixar de aceitar. Isto foi possível porque Obama não conseguiu criar as condições políticas para mais uma ofensiva militar dos EUA. Primeiro o Parlamento britânico negou o apoio a Washington.

Depois, foi ficando claro que nem a opinião publica, nem o Congresso norte-americano, nem os militares dos EUA, estavam a favor da ofensiva anunciada ou do tipo de ofensiva proposta.

O certo é que os EUA foram levados a aceitar a proposta russa, o que abriu as portas para outros desdobramentos, entre eles, combinado com as eleições no Irã, para a abertura de negociações políticas também com esse país por parte dos EUA. No seu conjunto, se desativava o foco mais perigoso de novos conflitos armados.

Como consequência, Israel, a Arábia Saudita, o Kuwait, ficaram isolados nas suas posições favoráveis a ações militares contra a Síria e até contra o Irã. Foi se instalando um clima de negociações, convocando-se de novo uma Conferência na segunda quinzena de janeiro, em Genebra, para discutir um acordo de paz. Uma conferência que não coloca como condição a questão da saída do governo de Assad, como se fazia anteriormente.

A oposição teve que aceitar participar, mesmo nessas condições. E ainda teve a surpresa que os EUA e a Grã Bretanha suspenderam o fornecimento de apoio militar aos setores opositores considerados moderados, que foram totalmente superados pelos fundamentalistas, apoiados pela Arábia Saudita e pelo Kuwait.

Como dois pontos determinam um plano, as negociações sobre a Síria abriram campo para as negociações dos EUA com o Irã, aproveitando-se da eleição do novo presidente iraniano. Desenhou-se, em poucas semanas, um quadro totalmente diverso daquele que tinha imperado ao longo de quase todo o ano. Os EUA passaram da ofensiva à defensiva, a Rússia, de ator marginal, a agente central nas negociações de paz, a ponto que a Forbes, pela primeira vez, elegeu Vladimir Putin como o homem mair forte do mundo, na frente de Obama. Isso se deve não ao poderio militar ou econômico da Rússia, mas ao poder de iniciativa política e de negociação que o país passou a ter.






*Emir Sader é sociólogo e cientista político

Fonte: Vermelho
Imagens: Google (colocadas por este blog)


3 comentários:

RAMIRO ANDRADE - O PROVOCADOR disse...

Caro Burgos

Em primeiro lugar, desejo-lhe um feliz natal, e prospero ano novo 2014, para ti e sua família, em harmonia e paz.

Agora ..... notícias frescas !!!

NELSON MANDELA FOI AGENTE DO MOSSAD EM 1962.

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=448446

Mandela recebeu treino de armas da Mossad


Por Redação
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Nelson Mandela foi treinado pela Mossad, serviço secreto israelita, que queria fazer dele um espião.

A notícia é avançada pelo jornal israelita Haaretz, que explica que o plano da Mossad era que Mandela fosse espião na África do Sul.

Segundo a publicação, corria o ano de 1962 quando o jovem David Mobsari se apresentou na embaixada de Israel na Etiópia. David era um jovem ativista sul-africano e que o mundo conheceria anos depois como Nelson Mandela.

«Pimpinela Negra», assim era o nome de código de Mandela, recebeu treino no uso de armas, em ações de sabotagem e de defesa pessoal, além de mostrar interesse pelo estado de Israel.

A Mossad apercebeu-se que David Mobsari era de facto Nelson Mandela quando viu imagens de detidos pelo regime do Apartheid, e onde estava o potencial espião, escreve o jornal espanhol El Mundo.

A confirmação de que Mandela recebeu treino da Mossad foi avançada pelo Haaretz, que cita um documento secreto da Mossad. A cópia de uma carta datada de 11 de outubro de 1962 foi endereçada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e confirma o treino concedido a Nelson Mandela.

Rogério G.V. Pereira disse...

"Os EUA passaram da ofensiva à defensiva!"

2013 pode ter sido um ano de viragem...

Rogério G.V. Pereira disse...

Hoje cito-o, depois de ter eleito este tema o acontecimento mundial do ano!

Abraço e votos de um melhor 2014

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