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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Delegação brasileira barrada na Líbia (o Brasil, que se cuidem, porque a cobiça é cada vez mais intensa


(O Brasil, que se cuidem, porque a cobiça é cada vez mais intensa)


Fonte: http://www.tijolaco.com
O Blog do Brizola Neto

Delegação brasileira barrada na Líbia

Estamos com evidentes dificuldades de contato com o deputado Brizola Neto que, a esta altura, deve estar regressando ao Brasil. Todos estão lendo que os combates na Líbia estão acirrados e o bombardeio da Otan nem mais se preocupa em alegar estar atacando alvos militares: o objetivo é oferecer cobertura de artilharia aérea para aniquilar a capacidade do governo líbio de resistir ao avanço das forças rebeldes. Algo totalmente diverso do mandato que deu a ONU à OTAN para criar uma zona de exclusão aérea e proteger civis.

A impressão que se tem, pela mídia, é de que um imenso aparato de força vai se fechando sobre Trípoli, sem que haja qualquer esforço da comunidade internacional, há meses, por produzir um cessar-fogo, salvar vidas e produzir uma transição negociada e democrática.

Tunis (Tunisia) - Estas linhas estão sendo elaboradas em Túnis, capital da Tunísia, onde uma delegação brasileira ficou retida por não poder ingressar na Líbia em função dos intensos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em Trípoli não dá para chegar de avião, somente por terra e numa estrada a partir da fronteira com a Tunísia. Próximo daquela área houve durante quatro dias na semana que passou (e continuaram) combates entre os chamados rebeldes e as forças leais a Muammmar Khadafi.

Civis foram atingidos e ninguém pôde atravessar a fronteira para ir ao território líbio. Os que tentaram, como o médico líbio Heghan Abudeihna, que chegava do exterior via Tunísia foram atingidos. Integrantes da família do médico foram vitimados, segundo informações procedentes de Trípoli.

A Otan não quer nem saber se seus ataques atingem ou não populações civis, o que o governo líbio garante acontecer e até chamou delegações de várias partes do mundo, não só a brasileira, como dos Estados Unidos, Itália e muitos outros países, para verificar de perto os acontecimentos, como os efeitos dos bombardeios da Otan sobre a população civil.

Lamentavelmente, quando chegava a vez dos brasileiros, a última delegação que faria um relatório a ser apresentado à Organização das Nações Unidas, a ação militar da Otan impediu a entrada, que se fosse acontecer colocaria em risco os nove integrantes, inclusive este jornalista, dois parlamentares, Protógenes Queiroz e Brizola Neto, entre outros. O próprio governo líbio recomendou a não ida, para evitar algum incidente de consequências fatais.

Na verdade, os insurgentes contra Khadafi só conseguem avançar, e mesmo assim por um tempo curto, com a ajuda da Otan. Sem isso, provavelmente a crise já teria terminado com algum tipo de acordo político. Um dos objetivos da presença da delegação brasileira na Líbia era o de também colaborar no sentido de a paz retornar ao país norte africano.

Depois de seis meses de combates e menos um pouco de bombardeios das forças estrangeiras, uma coisa está clara: a crise não se resolverá militarmente, apesar das seguidas declarações de Madame Hillary Clinton falando hipocritamente em democracia.

Uma das propostas que voltou a ser sugerida, inclusive apoiada em nota da delegação brasileira, é a da realização de um plebiscito, sob a supervisão da ONU, para que o povo decida o regime a ser seguido no país. A Otan, entretanto, ainda acredita que ao sufocar a capital líbia com bombardeios diários para dificultar a entrada de víveres e mesmo ajuda humanitária que chega à Líbia atravessando a estrada Djerba (na Tunísia) até Trípoli, conseguirá o objetivo de acabar com o regime atual na Líbia. Ou seja, a estratégia atual é de sufocar Trípoli impedindo a entrada de alimentos e combustíveis. E na guerra da informação, os rebeldes ganham força, o que é negado pelo governo líbio.

Se as forças anti-Khadafi tivessem povo mesmo como apregoam teriam realizado manifestações populares massivas, o que nunca aconteceu até agora. Os constantes ataques aéreos e o cerco atual a Tripoli é mais uma tentativa do Ocidente de acabar com o regime capitaneado por Khadafi. Por estas e muitas outras, países com reservas de petróleo, inclusive o Brasil, que se cuidem, porque a cobiça é cada vez mais intensa. No caso líbio ainda se soma o fator geopolítico do controle da região,

Então, a crise deverá continuar por mais tempo, apesar da mídia de mercado dizer o contrário ao apregoar que os dias do dirigente Khadafi estão contados. Se a estratégia dos bombardeios continuar não dando certo, já não se exclui a possibilidade de uma invasão da Otan ao estilo Iraque.

Mas para tomar essa decisão, os integrantes da Otan terão que pensar duas ou mais vezes, simplesmente pelo fato de o povo em Trípoli estar armado e preparado para responder a uma agressão estrangeira. Hillary Clinton, Obama, Sarkozy, Angela Merkel e mesmo Berlusconi sabem disso e terão de continuar ameaçando e agindo sem produzir resultados, a não ser prejudicando a vida do povo líbio, que quer viver em paz e sem intromissão estrangeira.


Muito obrigado Brizola Neto pelas informações fidedignas.



Um comentário:

Anônimo disse...

Solução? "é a da realização de um plebiscito, sob a supervisão da ONU" - Até parece que a ONU tem moral e credibilidade para mediar alguma coisa, não consegue fiscalizar sequer os aliados a força de coalizão que bonbardeia a Líbia, não consegue fazer Israhell cumprir com as resoluções que ela mesmo aplica...não tem jeito mesmo.

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