Por Husc no Blog do Ambientalismo
Uma ampla gama de ONGs militantes da versão ad hoc dos direitos humanos, que dançam ao ritmo dos milhões de dólares da Fundação Ford e
outras entidades representantes dos poderes globais, governos
inclusive, se agruparam em torno de uma denominada Coalizão
Internacional pelos Direitos Humanos nas Américas (CIDHA). Segundo uma
reportagem publicada em 17 de julho no jornal O Globo, assinada pelo jornalista José Casado, a finalidade da entidade é disputar com os governos sul-americanos «a tutela dos direitos humanos na região».
Na sua agenda, está contemplada uma série de ações contra os governos
do Brasil, Venezuela, Peru, Colômbia e Equador, acusados de obstaculizar
a aplicação das resoluções dos órgãos competentes sobre direitos
humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A
nova frente, que aglutina 700 ONGs que atuam no setor, pretende se
constituir em um corpo de vigilância que, caso os governos cedam às
pressões, deixará os países-alvo à mercê das determinações do aparato de
direitos humanos encastelado na OEA e, a rigor, de qualquer outro
sistema de intervenção supranacional que utilize a defesa de direitos
humanos como pretexto para suas intervenções nos Estados nacionais.
A
criação da Coalizão foi motivada pelo fato de que os governos referidos
vêm, há algum tempo, questionando a atuação dos órgãos da OEA ligados
aos direitos humanos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
(CIDH) e a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH). Na
última assembléia-geral da OEA, realizada em Cochabamba, Bolívia, em
junho, um dos temas candentes discutidos foi um conjunto de reformas
pretendidas para orientar a atuação da Comissão.
É um fato conhecido que a carta diplomática dos direitos humanos foi elaborada por agências do establishment anglo-americano,
nas décadas de 1970 e 1980, como um instrumento político de intervenção
em nações soberanas, em paralelo com as motivações de proteção
ambiental. Mais recentemente, o nível de tais intromissões atingiu tal
monta que alguns países da região têm reagido contra elas, por
diferentes razões.
Por
isso, a pressão política das ONGs se fez sentir antes da reunião de
Cochabamba. Segundo a reportagem de Casado, em uma audiência da CIDH,
realizada em Washington, em 28 de março último, «as 700 ONGs afirmaram
que Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador, reunidos em torno do
Grupo de Trabalho Especial de Reflexão sobre o Fortalecimento da CIDH
para o Funcionamento do Sistema Interamericano, propuseram recomendações
voltadas a obstaculizar as ações da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos contra as violações de direitos humanos».
Uma
das mudanças propostas pelos governos citados é a eliminação da
denominada “lista negra”, o capítulo 4 do relatório anual da CIDH, que
aponta os países que devem dar explicações e punir os responsáveis por
alegadas violações de direitos humanos, em sua maioria, apontadas pelas
mesmas ONGs e seus critérios duvidosos. Em tais casos, o respeito à
soberania e à independência dos Estados nacionais é inadmissível para a
arrogante militância dos direitos humanos, cuja pauta é feita para impor
condicionalidades e reprimentas políticas a nações que não respeitem as
normas impostas pelos poderes globais.
A
CIDHA é o mais novo ator em cena no palco onde se encena essa ópera
bufa. Entre as ONGs que integram o seu núcleo formador, encontram-se
duas que, por si mesmas, corroboram o que este Alerta tem documentado
abundantemente: a Conectas e o Centro pela Justiça e o Direito
Internacional (CEJIL).
A
primeira, fundada em 2002, em São Paulo (SP), é integrada por um grupo
de acadêmicos e intelectuais oriundos do meio universitário, que
trocaram a atividade acadêmica pela “engenharia social” encastelada em
vários organismos das Nações Unidas. Sob tal orientação, o Estado
nacional é considerado como uma ficção jurídica e a dignidade do
indivíduo, uma variável que deve se acomodar às conveniências políticas
do momento. Desta forma, esses paladinos dos direitos humanos atuam em
perfeita sintonia com os desígnios dos mentores das estruturas de
“governo mundial”.
Vários
integrantes da Conectas foram membros do Centro de Estudos sobre
Violência da Universidade de São Paulo (USP), que, na década de 1990,
funcionava como uma sucursal da Americas Watch, que tinha (e continua
tendo) entre os seus patrocinadores o megaespeculador George Soros, um
dos mais visíveis membros do Establishment oligárquico
envolvidos na promoção dessas agendas intervencionistas. Atualmente, a
Conectas aspira a ser a entidade líder dos direitos humanos “no Sul e do
Sul”. Desde 2006, a ONG tem status consultivo na ONU e, desde 2009, o
de observador na Comissão Africana de Direitos Humanos. Entre os seus
patrocinadores, encontramos “os suspeitos de sempre”: as fundações Ford e
MacArthur e o indefectível Open Society Institute de Soros.
A
Conectas tem se destacado por ações direcionadas para encurralar a
diplomacia brasileira, numa tentativa de impedir que as reformas
pretendidas no aparelho panamericano de direitos humanos reflitam os
interesses dos Estados membros. O que mais desperta temor é a
determinação do governo da presidente Dilma Rousseff de dar um basta nas
interferências das entidades da OEA nos assuntos referentes ao
desenvolvimento do País. A tensão chegou ao ponto de o governo ter
chamado para consultas o embaixador brasileiro na OEA, após a investida
da CIDH contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio
Xingu, por alegadas violações aos direitos das comunidades indígenas.
Um
boletim divulgado no sítio da ONG, em 17 de julho, sobre um intercâmbio
de notas com o Itamaraty, referente às reformas na OEA, é esclarecedor:
«Depois de solicitar por duas vezes em diferentes níveis hierárquicos as correspondências oficiais trocadas entre o Itamaraty e a Missão Brasileira na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, Conectas decidiu protocolar ontem na Controladoria Geral da União (CGU) um recurso solicitando os documentos.»«A organização quer entender qual a real posição do Estado brasileiro no processo de revisão das atribuições e reorganização interna do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, responsável entre outras coisas por emitir medidas cautelares capazes de proteger vítimas de graves violações de direitos humanos nos países da América.»«Depois de dois revezes para o governo – no caso de Belo Monte e da Lei de Anistia – Conectas se preocupa com a possibilidade de que o País esteja trabalhando para enfraquecer o sistema. Soma-se a isso, o fato do Brasil ter chamado de volta seu embaixador na OEA, Ruy Casaes, em abril. Os documentos solicitados pela Conectas e negados pelo Itamaraty poderiam dirimir as dúvidas.»«Infelizmente, a transparência ativa é um conceito ainda alheio à política externa brasileira e mesmo um gesto simples como o de pedir documentos de interesse público acaba parecendo algo extraordinário”, disse Lucia Nader, diretora executiva da Conectas. “Se o Brasil realmente não trabalha contra o Sistema, deveria mostrar as correspondências que contêm as instruções dadas à sua missão na OEA. Em tese, eles acabariam com qualquer dúvida» — completou Lucia.«Em resposta aos dois primeiros pedidos feitos pela Conectas, o Itamaraty diz que os documentos solicitados estão classificados como reservados, secretos e ultrassecretos, o que garantiria seu sigilo por até 25 anos, prorrogáveis por mais 25 nos casos mais restritos.»
Em
18 de julho, a Fundação Ford anunciou uma nova rodada de doações, no
montante de 50 milhões de dólares para os próximos cinco anos,
destinados a fortalecer o movimento de “direitos humanos global”. As
primeiras selecionadas foram sete entidades com atividades no Sul, entre
elas duas brasileiras, a Conectas e a Justiça Global, com 1 milhão de
dólares para cada uma.
Por
sua vez, o CEJIL é mantido por doações das Nações Unidas, órgãos da
Igreja Católica e os governos da Alemanha, Noruega e Suécia. Uma de suas
principais intervenções foi um processo na OEA contra o Estado
brasileiro, por violações de direitos humanos ocorridas durante o regime
militar de 1964-1985, na repressão à Guerrilha do Araguaia.
Movimento de Solidariedade Íbero-americana
Créditos ➞ este post é matéria apresentada no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, do MSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. IV, No 07, de 27 de julho de 2012.
Fonte: Blog do Ambientalismo
Imagem: Google (colocada por este blog)
6 comentários:
Bem-vindo seja! O bom filho à casa torna! Sou grato.
Aldo
Meu amigo, fico feliz em voltar depois de tanto tempo, e reencontrar os amigos novamente.
Um grande abraço
Olá Burgos,boa tarde *_*
Bom ver que esta de volta, e com todo o gás.
Pri:)
Caro Burgos
Olá amigo.
É verdade, já voltei a Portugal, foram 23 dias maravilhosos no Brasil, e sobrevivi para poder contar, hahahaha.
Ok, é bricadeira.
Minha viagem correu bem, foi uma visita para ver o ambiente, reativar contactos, e preparar o regresso.
Agora estou na Figueira da Foz, a preparar as coisas, tenho uma mãe que vai fazer 86 anos no fim do mes, e vai ficar sozinha, isto é um problema enorme para resolver.
Terei que ir para o Brasil, mas deixar este assunto " encaminhado ".
É dificil recomeçar do zero no Brasil aos 49 anos, bem não será do zero, mas terei que montar uma casa, e comprar um carro, arranjar trabalho, etc ........... sabes o que é isto.
Portugal está morto !!!!!!!!!
Conseguiram destruir um país maravilhoso, com um bom povo, boa comida, bom clima, tudo arrebentado pelos ladrões de Portugall , os POLITICOS , não há mais nada a fazer .............
O Brasil é um lugar que eu conheço bem, vivi 27 anos no rio de janeiro, sei o que é , e ao que vou , mas preferia ficar em Portugal, ver o fim de vida de minha mãe e apoia-la em seus momentos finais.
Este é um problema que me vai torturar e preocupar, não sei ...
Veremos quando irei ao Brasil, talvez para o mes de setembro, ainda não sei.
Te mantenho informado amigo.
Um abraço e fico contente em ve-lo no ativo outra vez.
Ramiro Lopes Andrade
Pri
É muito bom estar de volta, e melhor ainda é reencontrar amigos como você.
Um grande abraço
Ramiro
Entendo bem o que é isso, sua preocupação é mais que justa, pense positivo meu amigo, tudo dará certo.
Um grande abraço
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