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sábado, 29 de junho de 2013

Como os EUA conquistaram o Brasil usando a mídia




Em 1957, uma CPI da Câmara dos Deputados, comprovou que O Estado de São Paulo, O Globo e Correio da Manhã foram remunerados pela publicidade estrangeira para moverem campanhas contra a nacionalização do petróleo.



Por Leandro Severo*


Nelson Rockfeller, governador de Nova York,
recebido pelo ditador Costa e Silva.
Em momentos cruciais para o país se inclinaram para o golpismo e a traição aos interesses nacionais: contra Getúlio, a Petrobrás, JK, contra Jango, apoiando a ditadura, Collor, FHC e suas privatizações, atacando Lula.

Em 1941, enquanto milhões de homens e mulheres derramavam seu sangue pela liberdade nos campos da Europa e da União Soviética, a elite dos círculos financeiros dos Estados Unidos já traçava seus planos para o pós-guerra.



Nelson Rockefeller 
Como afirmou Nelson Rockefeller, filho do magnata do petróleo John D. Rockefeller, em memorando que apresentava sua visão ao presidente Roosevelt: “Independente do resultado da guerra, com uma vitória alemã ou aliada, os Estados Unidos devem proteger sua posição internacional através do uso de meios econômicos que sejam competitivamente eficazes…” (COLBY, p.127, 1998).

Seu objetivo: o domínio do comércio mundial, através da ocupação dos mercados e da posse das principais fontes de matéria-prima.

Anos mais tarde o ex-secretário de imprensa do Congresso americano, Gerald Colby, sentenciava sobre Rockefeller: “No esforço para extrair os recursos mais estratégicos da América Latina com menores custos, ele não poupava meios”
(COLBY, p.181, 1998).


Henry Luce
Neste mesmo ano, Henry Luce, editor e proprietário de um complexo de comunicações que tinha entre seus títulos as revistas Time, Life e Fortune, convocou os norte-americanos a “aceitar de todo o coração nosso dever e oportunidade, como a nação mais poderosa do mundo, o pleno impacto de nossa influência para objetivos que consideremos convenientes e por meios que julguemos apropriados” (SCHILLER, p.11, 1976).

Ele percebeu, com clareza, que a união do poder econômico com o controle da informação seria a questão central para a formação da opinião pública, a nova essência do poder nacional e internacional.

 Evidentemente para que os planos de ocupação econômica pelas corporações americanas fossem alcançados havia uma batalha a ser vencida: Como usurpar a independência de nações que lutaram por seus direitos? Como justificar uma postura imperialista do país que realizou a primeira insurreição anticolonial?



Herbert Schiller
A resposta a esta pergunta foi dada com rigor pelo historiador Herbert Schiller: “Existe um poderoso sistema de comunicações para assegurar nas áreas penetradas, não uma submissão rancorosa, mas sim uma lealdade de braços abertos, identificando a presença americana com a liberdade – liberdade de comércio, liberdade de palavra e liberdade de empresa. Em suma, a florescente cadeia dominante da economia e das finanças americanas utiliza os meios de comunicação para sua defesa e entrincheiramento onde quer que já esteja instalada e para sua expansão até lugares onde espera tornar-se ativa” (SCHILLER, p.13, 1976).

Foi exatamente ao que seu setor de comunicações se dedicou. Estava com as costas quentes, já que as agências de publicidade americanas cuidavam das marcas destinadas a substituir as concorrentes europeias arrasadas pela guerra.



O setor industrial dos EUA havia alcançado um vertiginoso aumento de 450% em seu lucro líquido no período 1940-1945, turbinado pelos contratos de guerra e subsídios governamentais.

Com esta plataforma invadiram a América Latina e o mundo.

Com o suporte do coordenador de Assuntos Interamericanos (CIIA), Nelson Rockefeller, mais de mil e duzentos donos de jornais latinos recebiam, de forma subsidiada, toneladas de papel de imprensa, transportada por navios americanos.

Além disso, milhões de dólares em anúncios publicitários das maiores corporações eram seletivamente distribuídos. É claro que o papel e a publicidade não vinham sozinhos, estavam acompanhados de uma verdadeira enxurrada de matérias, reportagens, entrevistas e releases preparadas pela divisão de imprensa do Departamento de Estado dos EUA.

A vontade de conquistar as novas “colônias” e ocupar novos territórios como haviam feito no século anterior, no velho oeste, não tinha limites.



No Brasil, circulava desde 1942, a revista Seleções (do Reader’s Digest), trazida por Robert Lund, de Nova York.
A revista, bem como outras publicações estrangeiras, pagavam os devidos direitos aduaneiros por se tratarem de produtos importados, mas solicitou, e foi atendida pelo procurador da República, Temístocles Cavalcânti, o direito de ser editada e distribuída no Brasil, com o argumento de ser uma revista sem implicações políticas e limitada a publicar conteúdos culturais e científicos. Assim começou a tragédia.



Logo chegou o grupo Vision Inc., também de Nova York, com as revistas Dirigente Industrial, Dirigente Rural, Dirigente Construtor e muitos outros títulos que vinham repletos de anúncios das corporações industriais.


Um fato bastante ilustrativo foi o da revista brasileira Cruzeiro Internacional, concorrente da Life International, que apesar de possuir grande circulação, nunca foi brindada com anúncios, enquanto a concorrente americana anunciava produtos que, muitas vezes, nem sequer estavam à venda no Brasil.



Ficava claro que os critérios até então estabelecidos para o mercado publicitário, como tempo de circulação efetiva, eficiência de mensagem e comprovação de tiragem, de nada adiantavam. O que estava em jogo era muito maior.


Um papel importantíssimo na ocupação dos novos mercados foi desempenhado pelas agências de publicidade americanas. McCann-Erickson e J. Warter Thompson eram as principais e tinham seu trabalho coordenado diretamente pelo Departamento de Estado. Para se ter uma ideia a McCann-Erickson , nos anos 60, possuía 70 escritórios e empregava 4619 pessoas, em 37 países, já a J. Warter Thompson tinha 1110 funcionários, somente na sede de Londres.

Os Estados Unidos tinham 46 agências atuando no exterior, com 382 filiais. Destas 21 agências em sociedade com britânicos, 20 com alemães ocidentais e 12 com franceses. No Brasil atuavam 15 agências, todas elas com instruções absolutamente claras de quem patrocinar.



Adolf Berle
No início dos anos 50, Henry Luce, do grupo Time-Life, já estava luxuosamente instalado em sua nova sede de 70 andares na área mais nobre de Manhattan, negócio imobiliário que fechou com Nelson Rockefeller e seu amigo Adolf Berle, embaixador americano no Brasil na época do primeiro golpe contra o presidente Getúlio Vargas.


Victor Civita
Luce mantinha fortes relações com os irmãos Cesar e Victor Civita, ítalo-americanos nascidos em Nova Iorque. Cesar foi para a Argentina em 1941 onde montou a Editorial Abril, como representante da companhia Walt Disney, já Victor, em 1950, chega ao Brasil e organiza a Editora Abril.


Victor Civita e seu filho Roberto Civita
Neste mesmo período seu filho, Roberto Civita, faz um estágio de um ano e meio na revista Time, sob a tutela de Luce e logo retorna para ajudar o pai. Poucos anos depois, o mercado editorial brasileiro está plenamente ocupado por centenas de publicações que cantavam em prosa e verso o american way of life.


Somente a Abril, financiada amplamente pelas grandes empresas americanas, edita diversas revistas: Claudia, Quatro Rodas, Capricho, Intervalo, Manequim, Transporte Moderno, Máquinas e Metais, Química e Derivados, Contigo, Noiva, Mickey, Pato Donald, Zé Carioca, Almanaque Tio Patinhas, a Bíblia Mais Bela do Mundo, além de diversos livros escolares.


Em 1957, uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados, comprova que O Estado de São Paulo, O Globo e Correio da Manhã foram remunerados pela publicidade estrangeira para moverem campanhas contra a nacionalização do   petróleo.



Em 1962, o grupo Time-Life encontra seu parceiro ideal para entrar de vez no principal ramo das comunicações, a Televisão. A recém-fundada TV Globo, de Roberto Marinho. Era uma estranha sociedade.


Roberto Marinho

O capital da Rede Globo era de 600 milhões de cruzeiros, pouco mais de 200 mil dólares, ao câmbio da época. O aporte dado “por empréstimo” pela Time-Life era de seis milhões de dólares e a empresa tinha um capital dez mil vezes maior.




João Calmon
Como denunciou o deputado João Calmon, presidente da Abert (Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão): “Trata-se de uma competição irresistível, porque além de receber oito bilhões de cruzeiros em doze meses, uma média de 700 milhões por mês, a TV Globo recebe do Grupo Time-Life três filmes de longa metragem por dia – por dia, repito… Só um ‘package’, um pacote de três filmes diários durante o ano todo, custa na melhor das hipóteses, dois milhões de dólares” (HERZ, p.220, 2009).

O Brasil e o mundo estão em efervescência. A tensão é crescente com revoluções vitoriosas na China e em Cuba. A luta pela independência e soberania das nações cresce em todos continentes e os EUA colocam em marcha golpes militares por todo o planeta. A Guerra Fria está em um ponto agudo.

É nesse quadro que a Comissão de Assuntos Estrangeiros do Congresso dos EUA, em abril de 1964, no relatório “Winning the Cold War. The O.S. Ideological Offensive” define: “Por muitos anos os poderes militar e econômico, utilizados separadamente ou em conjunto, serviram de pilares da diplomacia. Atualmente ainda desempenham esta função, mas o recente aumento da influência das massas populares sobre os governos, associado a uma maior consciência por parte dos líderes no que se refere às aspirações do povo, devido às revoluções concomitantes do século XX, criou uma nova dimensão para as operações de política externa. Certos objetivos dessa política podem ser colimados tratando-se diretamente com o povo dos países estrangeiros, em vez de tratar com seus governos. Através do uso de modernos instrumentos e técnicas de comunicação, pode-se hoje em dia atingir grupos numerosos ou influentes nas populações nacionais – para informá-los, influenciar-lhes as atitudes e, às vezes, talvez, até mesmo motivá-los para uma determinada linha de ação. Esses grupos, por sua vez, são capazes de exercer pressões notáveis e até mesmo decisivas sobre seus governos”
(SCHILLER, p.23, 1976).

A ordem estava dada: “informar”, influenciar e motivar. A rede está montada, o financiamento definido.

O jornalista e grande nacionalista, Genival Rabelo, exatamente nesta hora, denuncia no jornal Tribuna da Imprensa do Rio de Janeiro: “Há, por trás do grupo (Abril), recursos econômicos de que não dispõem as editoras nacionais, porém muito mais importante do que isso está o apoio maciço que a indústria e as agências de publicidade americanas darão ao próximo lançamento do Sr. Victor Civita, a exemplo do que já fizeram com as suas 18 publicações em circulação, bem como as revistas do grupo norte-americano Vision Inc.”
(RABELO, p.38, 1966)
Mas é necessário mais. É preciso enfraquecer, calar e quebrar tudo que seja contrário aos interesses dos monopólios, tudo que possa prejudicar os interesses das corporações. A General Eletric, General Motors, Ford, Standard Oil, DuPont, IBM, Dow Chemical, Monsanto, Motorola, Xerox, Jonhson & Jonhson e seus bancos J. P. Morgan, Citibank, Chase Manhattan precisam estar seguros para praticar sua concorrência desleal, para remeter lucros sem controle, para desnacionalizar as riquezas do país se apossando das reservas minerais.

Robert Sarnoff
Várias são as declarações, nesta época, que deixam claro qual o caminho traçado pelos EUA. Nas palavras de Robert Sarnoff, presidente da RCA – Radio Corporation of America – “a informação se tornará um artigo de primeira necessidade equivalente a energia no mundo econômico e haverá de funcionar como uma forma de moeda no comércio mundial, convertível em bens e serviços em toda parte” (SCHILLER, p.18, 1976).


Já a Comissão Federal de Comunicações (FCC), em informe conjunto dos Ministérios do Exterior, Justiça e Defesa, afirmava: “As telecomunicações evoluíram de suporte essencial de nossas atividades internacionais para ser também um instrumento de política externa” (SCHILLER, p.24, 1976).

George W. Ball
É esclarecedor o pensamento do delegado dos Estados Unidos nas Nações Unidas, vice-ministro das Relações Exteriores, George W. Ball, em pronunciamento na Associação Comercial de Nova Iorque: “Somente nos últimos vinte anos é que a empresa multinacional conseguiu plenamente seus direitos. Atualmente, os limites entre comércio e indústria nacionais e estrangeiros já não são muito claros em muitas empresas. Poucas coisas de maior esperança para o futuro do que a crescente determinação do empresariado americano de não mais considerar fronteiras nacionais como demarcação do horizonte de sua atividade empresarial” (SCHILLER, p.27, 1976).

 A ação desencadeada pelos interesses externos já havia produzido a falência de muitos órgãos de imprensa nacionais e, por outro lado, despertado a consciência de muitos brasileiros de como os monopólios utilizam seu poder de pressão e de chantagem.

 Marcus Pereira

Em 1963, o publicitário e jornalista Marcus Pereira afirmava em debate na TV Tupi, em São Paulo: “Em última análise, a questão envolve a velha e romântica tese da liberdade de imprensa, tão velha como a própria imprensa. Acontece que a imprensa precisa sobreviver, e, para isso, depende do anunciante. Quando esse anunciante é anônimo, pequeno e disperso não pode exercer pressão, por razões óbvias. É o caso das seções de ‘classificados’ dos jornais. Mas poucos jornais têm ‘classificados’ em quantidade expressiva. A maioria dos jornais e a totalidade das revistas vivem da publicidade comercial e industrial, dos chamados grandes anunciantes. Acho que posso parar por aqui, porque até para os menos afoitos já adivinharam a conclusão” (RABELO, p.56, 1966).

Não é difícil perceber o quanto a submissão aos interesses econômicos estrangeiros levou a dita “grande mídia” brasileira a se afastar da nação. A se tornar, ao longo dos anos, em uma peça chave da política do Imperialismo.

Em praticamente todos os principais momentos da vida nacional se inclinaram para o golpismo e a traição. Já no primeiro golpe contra Getúlio, depois, contra sua eleição, contra sua posse, contra a criação da Petrobrás, contra a eleição de Juscelino, contra João Goulart, contra as reformas de base, apoiando a Ditadura, apoiando a política econômica de Collor, apoiando Fernando Henrique e suas privatizações, atacando Lula.

Hoje, ela novamente tem lado: o das concessões de estradas, portos e aeroportos, o dos leilões de privatização do petróleo e da necessidade da elevação das taxas de juros, do controle do déficit público com evidentes restrições aos investimentos governamentais, ou seja, da aceitação de um neoliberalismo tardio.

Porque atuam desta forma?

Genival Rabelo deu a resposta: “Um industrial inteligente desta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro me fez outro dia, esta observação, em forma de desafio: ‘Dou-lhe um doce, se nos últimos cinco anos você pegar uma edição de O Globo que não estampe na primeira página uma notícia qualquer da vida americana, dos feitos americanos, da indústria americana, do desenvolvimento científico americano, das vitórias e bombardeios americanos. A coisa é tão ostensiva que, muita vez, sem ter o que publicar sobre os Estados Unidos na primeira página, estando o espaço reservado para esse fim, o secretário do jornal abre manchete para a volta às aulas na cidade de Tampa, Miami, Los Angeles, Chicago ou Nova Iorque. Você não encontra a volta às aulas em Paris, Nice, Marselha, ou outra cidade qualquer da França, na primeira pagina de O Globo, porque, de fato, isso não interessa a ninguém. Logo, não pode deixar de haver dólar por trás de tudo isso…’ Outro amigo presente, no momento, e sendo homem de publicidade concluiu, deslumbrado com seu próprio achado: ‘É por isso que O Globo não aceita anúncio para a primeira página. Ela já está vendida. É isso. É isso!’. ‘E muito bem vendida, meu caro – arrematou o industrial – A peso de ouro’
(RABELO, p.258, 1966).


*Delegado à Conferência Nacional de Comunicação, Secretário Municipal de Comunicação em São Carlos entre 2007 e 2012 .







Referências:
 
COLBY, G; DENNETT, C. Seja feita a vossa vontade: a conquista da Amazônia, Nelson Rockefeller e o evangelismo na idade do Petróleo. Tradução: Jamari França. Rio de Janeiro: Record, 1998. 
HERZ, D. A história secreta da Rede Globo. Porto Alegre: Dom Quixote, 2009. Coleção Poder, Mídia e Direitos Humanos. 
RABELO, G. O Capital Estrangeiro na Imprensa Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.
SCHILLER, H. I. O Império norte-americano das comunicações. Tradução: Tereza Lúcia Halliday Petrópolis: Vozes, 1976.





Fonte: Vermelho
Imagens: Vermelho, Google


10 comentários:

Ricardo disse...

Olá Burgos,

Parabéns pelo blog. Leio há algum tempo vários artigos seus mas nunca comentei.

Estou vendo que a fonte do artigo é o Vermelho, normal que ele tenda à defender o lado... vermelho. Porém:

"FHC e suas privatizações, atacando Lula..."

Todos sabemos que essa história se aplica ao pós guerra até o fim da ditadura militar. Existem declarações dos militares responsáveis por censurar os meios de comunicação que desde a década de 70 eles não precisavam mais monitorar a Rede Globo. Ela havia aprendido à se auto-censurar.

A postura pró-FHC e contra-Lula é ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE BRASILEIRA!!! Não existe nenhum suporte dos EUA nisso! É opnião "pessoal" da Rede Globo e da Veja (etc).

Um ótimo texto como esse fica prejudicado por causa de misturar besteirol no meio...

Com o fim da ditadura militar e a implantação do Consenso de Washington, acabou isso de apoiar um ou outro. Os únicos brasileiros à participarem das reuniões foram FHC e Lula. Ou seja, os EUA não se importavam com qual dos dois lados vencesse, afinal, se vermos as ações de ambos os governos, tanto o PSDB quanto o PT, ambos seguiram à risca as diretrizes.

Por mais que o Lula tivesse uma postura ideológica contra o imperalismo, algumas medidas populares, por mais que o FHC tenha criado medidas protecionistas fortes para defender o capital nacional durante as privatizações... não interessa. Os dois eram obrigados à fazer isso. Foi o FHC, poderia ter sido o Lula. O loteamento do país já estava programado. O Lula só se livrou do FMI por ter seguido à risca o Consenso...

E por aí vai...

Gosto muito das informações que você levanta... mas seria bem legal se tentasse se manter neutro!

Estamos no século XXI! Você sabe que as dualidades comunismo-captalismo, esquerda-direita, conservadorismo-progressismo... são artifícios aristrocáticos que já estão presentes há 3000 mil anos nas sociedades humanas como a melhor arma para as elites moldarem o pensamento das massas... muito mais eficiente do que qualquer meio de comunicação!

[ ]s

Ricardo disse...

Some socialist political leaders in Latin America are vocal and well-known critics of the Washington Consensus, such as the late Venezuelan President Hugo Chávez, Cuban ex-President Fidel Castro, Bolivian President Evo Morales, and Rafael Correa, President of Ecuador. In Argentina, too, the recent Peronist party government of Néstor Kirchner undertook policy measures which represented a repudiation of at least some Consensus policies.

Others on the Latin American left take a different approach. Governments led by the Socialist Party of Chile, by Alan García in Peru, by Tabaré Vázquez in Uruguay, and by Luiz Inácio Lula da Silva in Brazil, have in practise maintained a high degree of continuity with the economic policies described under the Washington Consensus (debt-paying, protection to foreign investment, financial reforms, etc.).

O Lula pagar a dívida externa não foi algo positivo. Ele esgotou recursos públicos... ele cedeu títulos à bancos e investidores brasileiros que se tornaram gigantes e monopolizadores... aumentando os lobbies...

Gosto muito das declarações do Lula sobre o Consenso depois que deixou de ser presidente...

Mas nada disso pode esconder os escândalos... corrupções e tudo mais que tanto governos federais quanto estaduais fizeram para garantir a agenda.

Todo mundo tem que ser preso.

Se for comprovado que nem FHC, nem Lula, nem Dilma, tiveram enriquecimento pessoal durante o período, ok, escapam da fogueira. Mas não pode negar a quantidade impressionante de políticos, investidores e empresários, tanto da esquerda quanto da direita envolvidos nos processos que se tornaram multi-milionários ou bilionários.

Não conheço escândalos pessoais de FHC ou Dilma. Mas há indícios do Lula. O quanto disso é propaganda, aí eu não sei...

infinitoamanajé disse...

Virou "link" na minha postagem. Sou grato.

Unknown disse...

A maior conquista americana, é, talvez, a cultural. Observando nossa juventude, seus gostos, seu linguajar e seus valores, chegamos a uma conclusão desanimadora: são mais americanos que brasileiros!

BURGOS disse...

Ricardo

Você disse: "Gosto muito das informações que você levanta... mas seria bem legal se tentasse se manter neutro!"

Não entendi o que você quis dizer com isso? Não fiz nenhuma observação no artigo com respeito a minha opinião, coloquei o texto na íntegra.

Se você frequenta meu blog deve saber que toda vez que coloco alguma opinião pessoal, faço a observação e assino embaixo, e também deve ter visto que eu não sigo partido político algum, o único político que simpatizei em minha vida foi com Leonel Brizola, mas não vou negar que prefiro mil vezes o governo atual do que os anteriores que somente se preocupavam e governavam para as elites, sempre especulando em cima do sofrimento da classe pobre nesse país.

Quanto ao site Vermelho, que você diz que tende a defender o lado "vermelho", acho isso uma visão totalmente direitista e elitista de sua parte.

E você querer eximir a culpa do Império Americano da maioria dos problemas que enfrentamos ao longo dos anos não só na América do Sul como em toda a América Latina é no mínimo ignorância sobre a verdadeira história que está escancarada para qualquer pessoa que se interesse pelo assunto.

Mas é claro que para aqueles que cultuam o capitalismo, e que com a "era Lula" perderam seus benefícios, proveitos especulativos, cargos de comissão, lucros,etc.. os textos do meu blog sempre vão ser tendenciosos.


BURGOS disse...

Aldo

Sou grato!!!!!!!!!


Um grande abraço meu amigo

BURGOS disse...

Mateus

Infelizmente tenho que concordar totalmente com você, e tenho certeza de que a culpa disso tudo foi da mídia brasileira com o apoio da direita que sempre governou em prol do império americano e que também sempre esteve bem empenhada em conseguir esse objetivo, sempre distorcendo a verdade e tentando manipular os brasileiros, como podemos constatar atualmente em relação a situação do país.


Um grand abraço meu amigo

Regina disse...

Monteiro Lobato em seu livro O Escândalo do Petróleo, já fazia sérias observações a respeito de Rockefeller.

BURGOS disse...

Regina

Não lí o livro, mas agradeço pela informação, vou ler e me informar a respeito.


Um grande abraço minha amiga e agradeço a visita ao meu blog

Ricardo disse...

Burgos. Primeiramente me desculpe. Realmente, meu foco de crítica, agora constatando que se trata de uma reprodução (e não análise) do texto original, é 100% focada no Vermelho. Vou lá criticar. Ele também está no meu roll de favoritos, mas não no meu RSS feed.

Agora, JAMAIS minimizei a participação da política internacional dos EUA na neo colonização da América Latina, da África ou Oriente Médio. O ponto que coloquei foi quanto ao Brasil, essa colonização ter terminado com o fim da ditadura.

Após esse período qualquer pressão, internacional ou interna, foi feita por meio de lobbies, da mesma forma de que não só os EUA, como todas as grandes empresas de qualquer área fazem no mundo inteiro.

É a coisa mais nojenta do mundo, mas não tem NADA de capitalismo nisso.

O capitalismo que defendo é um sistema econômico e não político. Monopólio, cartelização, lobbies, oligarquia, plutocracia... tudo foi muito bem explicado por Adam Smith que, não entendia de política, mas sabia que o governo (o povo) deveria exercer uma função regulamentadora pesada no mercado para evitar isso.

O que vivemos hoje é exatamente o contrário. Não é só no Brasil, só nos EUA... aqui na Europa é mais recente, porém foi muito mais rápido essa desmantelação do capitalismo.

Eu sei que O Globo e Veja tem uma visão tendenciosa explicita, por exemplo, quando fazem uma novela impressionante quanto à qualquer fato negativo da Argentina, como o abuso de poder na solicitação ao fisco à investigar inimigos políticos que, gigantes empresariais, com certeza são corruptos... e completamente desprezam o lado positivo. E por aí vai.

Mas da mesma forma, RT, Vermelho... os de esquerda também são manipuladores igual à direita. Só que do lado contrário.

Eu gostaria de ler algo realmente crítico. Que coloca os dois lados e tenta achar a verdade.

Por que acho que a verdade não é de esquerda nem de direita... não é política... é como... Noam Chomsky! É como... Beppe Grillo... é como esse cara:

http://www.youtube.com/watch?f&v=JyMd_qGgv4s

Marx é um excelente economista. Descordo da política dele. Adam Smith é um excelente economista que tenta não influenciar a política... se você juntar os dois com uma política forte, popular, porém apartidária... teríamos algo lindo... equilibrado... não utópico... mas sem extrema pobreza e com muito mais ricos, ao invés de absolutamente tudo com os super super ricos, sem precisar nem chegar perto de qualquer Comunismo da vida.

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