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terça-feira, 27 de maio de 2014
Diálogo entre "professor" e aluna
Vejam o nível do debate numa sala de aula da FGV (Fundação Getulio Vargas), no ano da graça de 2014, na República Federativa do Brasil: (por Gabriel Priolli)
"Hoje estava em sala de aula (aluna no curso de direito) e o professor começou a falar abobrinhas. Eu ouvindo. Parecia estar vomitando a Veja (Revista Veja). Eu me segurando. Aí veio a Copa e ele vomitando Veja, gastos que deveriam estar na saúde, educação, nada de retorno.
Acontece que minha faculdade é da FGV (Fundação Getúlio Vargas), então perguntei se a FGV era uma instituição de moleques ou uma empresa séria. Ele perguntou o que eu queria dizer. Eu disse que a FGV estimou 143 BILHÕES de retorno financeiro da Copa.
Ele passou para a etapa seguinte de todo alienado:
"Mas esse dinheiro vai pra quem?".
Eu: "Como professor de economia o Sr. não devia dizer uma asneira dessas, sabe como a moeda circula num país".
Ele: "Vai junto com o meu dinheiro pra distribuir pra pobres do Nordeste".
Eu: "Ou com o meu dinheiro pra sustentar sua filha numa federal ou em bolsa de pós-graduação no exterior, e eu gostaria de poder escolher, porque o meu iria para os pobres do nordeste."
Ele: "O problema é que 'nós, paulistanos', carregamos o Brasil nas costas. 80% do dinheiro do país é nosso e 80% dos votos são dos pobres do nordeste" (outro absurdo se analisarmos a densidade demográfica, mas já sei que pra eles todo mundo que não é de SP é nordestino).
Eu: "Então devolvam a nossa matéria-prima, nosso trabalho e o dinheiro que expropriaram do resto do país concentrando toda a renda e investimentos no seu estado".
Os colegas de sala gritavam como torcida organizada. Entre outras asneiras ele disse que o estádio Mané Garrincha é do governo federal (!!!!) A aula foi suspensa.
Acho que serei a primeira aluna da FGV a obter o direito de fazer curso presencial a distância. Bem melhor do que ficar ouvindo um professor de graduação vomitar asneiras num espaço que devia ser dedicado a análise dos fatos, e não à reprodução de desinformação.
Não aguentei. Foi punk."
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