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terça-feira, 3 de julho de 2012

É possível controlar a corrida armamentista?




Por Christiane Marcondes

Sabe-se que o comércio de armas é um setor blindado às crises. Os fabricantes de armamento ganham bilhões de dólares por ano com a venda de tanques de guerra, revólveres, balas e aviões de caça. O próspero setor possui regras próprias já há centenas de anos, consolidadas durante o século 20 e as suas inúmeras guerras, principalmente as mundiais.

Nesse contexto, a negociação pró-contenção armamentista dos países-membros da ONU, que teve início nesta segunda-feira (02/07), em Nova York, parece infrutífera. O encontro objetiva definir as metas de um tratado de controle do comércio armamentista no mundo. Seus pontos mais relevantes são: suspensão de fornecimento de armas a regiões de crise ou em conflito; proibição de exportação de armas quando as mesmas forem usadas para violar os direitos humanos ou quando o fornecimento coloca em risco o combate à pobreza e o desenvolvimento econômico.

 Sem dúvida, os conflitos armados que ocorrem ao redor do mundo precisam de um freio, já que são os civis, principalmente, que pagam a conta desses ataques com a própria vida e o imperialismo faz, assim, a sua escalada com essas mortes encomendadas. Sob essa ótica, o projeto é bem-vindo.

 O que lhe tira o mérito é a sua justificativa míope e parcial. A ONU alega que o mercado fornece “a ditadores e seus opositores o que eles precisam para oprimir populações ou fazer guerras. Um exemplo atual é a Síria: o regime Assad só consegue continuar reprimindo seus opositores graças às importações de armas da Rússia”, enfatiza.


 Tendo-se em conta que quem maneja essas armas contra os “ditadores” – na verdade, chefes de estado, segundo a população sob sua régia – são mercenários pagos por governos desenvolvidos para invadirem e assumirem o comando de países do seu interesse político ou econômico, por exemplo, os do Oriente e os da América Latina, quem se beneficiará com essas medidas de contenção serão os países imperialistas.

 Sem dúvida, o tema que a ONU colocou na berlinda merece atenção, mas em uma abrangência de discussão muito mais ampla, afinal, nas situações bélicas os “mocinhos e bandidos” não são vistos do mesmo modo pelos diferentes tipos de governos. Principalmente, os conflitos recebem diferentes avaliações de correntes políticas imperialistas e antiimperialistas.

Critérios

 Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- EUA, Rússia, China, França e Reino Unido – são todos grandes exportadores de armas. Esses pedem que os critérios para o controle sejam “humanitários”.


 A China opõe-se a decisões baseadas nos “direitos humanos", explica Simone Wisotzki, da ONU. Justificável: trata-se de critérios vagos e facilmente manipulados.
 

Já os EUA, segundo Wisotzki, exercem "um papel ambivalente" neste contexto, principalmente no que diz respeito à submissão do controle de munições e armas de pequeno porte às Nações Unidas.

 Katharina Spiess, da Anistia Internacional, acredita que os grandes exportadores de armas têm interesse em regras internacionais para o setor. "Já temos regras de controle do comércio de armas em âmbito regional. Na União Europeia, por exemplo, há desde 2008 uma 'cláusula comum' que proíbe a transferência de armas quando há violações de direitos humanos. Os EUA também conhecem tais regras", completa Spiess.

 Consenso

 Os 193 países-membros da ONU estão reunidos em Nova York para negociar sobre o assunto, embora o prazo de quatro semanas seja muito curto para se chegar a um acordo, observa Simone Wisotzki. Na opinião dela, é possível que o documento fique cada vez menos consistente devido à necessidade de chegar a qualquer custo a um consenso.


Para quem observa criticamente e à distância, consenso, nesse debate, assemelha-se muito mais a um horizonte inatingível do que a real possibilidade de trilhar os primeiros passos na direção da paz possível e desejada por movimentos humanitários e sociais.




Fonte: Vermelho
Imagem Google

4 comentários:

Octopus disse...

A ONU não merece, por minha parte, qualquer credibilidade.
Os Estados Unidos não temem que eventualmente algum órgão qualquer da ONU "controle" as vendas de armas, porque a ONU é controlada pelos Estados Unidos.
Nenhum país exportador de armas teme pelo seu controle, porque o tráfico de armas é feito na maioria dos casos ilegalmente.
Esse controlo vigiado pela ONU serve apenas para mascarar a vontade de reduzir o armamento beligerantes inconveniente para os objectivos imperialistas americanos.

Um abraço

BURGOS disse...

Octopus

A ONU não merece credibilidade nenhuma, uma organização que é controlada pelo imperialismo nunca merecerá credibilidadde alguma.
A ONU é uma desculpa para fazerem o que bem entendem.
Você está repleto de razão.


Um grande abraço meu amigo

voz a 0 db disse...

Olá....

eheheh isto há coisas do caneco!!!

escrevi o seguinte noutro blogue

"A própria ONU é mero faz-de-conta… Serve apenas para desviar atenções e manter a ILUSÃO de que se está a tentar fazer algo de DIFERENTE..."

Não tinha nada a ver com a questão das armas, tinha a ver com a Rio+20 e a palhaçada completa de estas Cimeiras são!

Apenas reforça o ponto de que a ONU é uma máquina vendedora de ILUSÕES em forma de FENO para as MANADAS continuarem sossegadas a ruminar...

Bjhs e Festinhas

BURGOS disse...

Voz

Ninguém te supera em comentários, hehehehe, conseguiu a melhor definição para a tão "respeitada" ONU.

Basta ver que os EUA e Israel fazem o que bem entendem e a ONU, NADA.

Somente idiotas para acreditarem numa organização que é comandada pelos imperialistas e sionistas.

É uma máquina de ilusões com certeza.

Um grande abraço meu amigo

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