O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta (03) duramente aos países ricos pela política anticrises aplicada, a qual -assegurou- "castiga às vítimas e distribui prêmios entre os responsáveis".
As crises sempre são respondidas da mesma forma pelos países
desenvolvidos: com austeridade para os trabalhadores e distribuição de
benefícios para o sistema financeiro, que causou a crise, apontou Lula
ao falar em um Seminário sobre Cooperação com África, que se efetua no
Rio de Janeiro.
"Ao
sistema financeiro, dão todo o apoio para que não sofra com a crise; e
aos trabalhadores, aos acomodados, aos mais frágeis, aos países mais
pobres, nenhum socorro", sublinhou o ex-mandatário em seu primeiro
discurso público, após o desaparecimento do tumor na laringe, que lhe
detectaram em outubro de 2011.
O
ex-presidente sustentou que as medidas de austeridade das nações ricas
se traduzem em redução dos investimentos públicos, dos salários e dos
benefícios dos trabalhadores, bem como aumento das demissões e o
incremento da idade mínima para a aposentadoria.
Esses
países, prosseguiu, pedem austeridade aos povos, aos trabalhadores e
aos governos dos países mais frágeis economicamente, e ao mesmo tempo
aprovam pacotes e pacotes de injeção de recursos ao sistema financeiro,
justo para os setores responsáveis pela especulação que gerou a crise
que estamos vivendo.
"Isto
é, castigam às vítimas da crise e distribuem prêmios entre os
responsáveis por ela. Há algo de errado, muito errado, nesse caminho",
disse.
Lula
assegurou que tudo faz indicar que os organismos multilaterais não têm
autoridade nem governança para fazer valer suas deliberações, porque
recorda que em 2009 os países do G-20 chegaram a um acordo sobre um
conjunto de medidas para reforçar a regulação dos mercados financeiros.
"De
lá para cá, nada foi feito nesse sentido. Observo a evolução da crise e
constato com tristeza que muitos governantes dos países ricos continuam
movidos pela mesma lógica que produziu a crise de 2008, ainda não
resolvida", apontou o ex-mandatário.
Já
sobre as relações de cooperação entre Brasil e África, Lula referiu que
tiveram um grande impulso em seu governo, porque não foram paralisadas
pela crise internacional, que não foi criada nem pelos brasileiros nem
pelos africanos.
Assim
mesmo, elogiou as medidas que adotam os governos africanos para
enfrentar o atual palco econômico internacional, como aumentar os
investimentos e o consumo interno. "O continente (africano) consolida a
passos longos a democracia, apesar de alguns problemas que possam
existir", afirmou.
Fonte: IrãNews
Imagem: Google
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