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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Obama dará continuidade à sua estratégia belicista



A utilização dos aviões sem piloto, os drones, substituiu progressivamente os bombardeamentos da força aérea tradicional


Miguel Urbano Rodrigues


A reeleição de Barack Obama foi recebida com simpatia pelos seus aliados europeus. Sobre ele chovem elogios.

Mas a sua campanha eleitoral não transcorreu na atmosfera triunfalista da anterior. O presidente não cumpriu as promessas sintetizadas no slogan «sim, nós podemos!», que em 2008 entusiasmou milhões de compatriotas que acreditaram numa «mudança».

O País continua mergulhado numa crise profunda. A dívida pública interna aumentou para um nível astronômico.A divida externa é a maior do mundo. O defícit da balança comercial é colossal. Os EUA são hoje um estado parasita que consome muito mais do que produz e mantém a hegemonia mundial em consequência do seu enorme poderio militar. A política financeira de Obama, concebida para favorecer as grandes transnacionais e a banca, contribuiu para agravar o desemprego e manteve na miséria dezenas de milhões de famílias.

Romney com o seu programa assustou os negros, os latinos e um amplo setor da pequena burguesia branca. No início o seu discurso era tão reacionário que o modificou, deslocando-se da direita cavernícola para o centro.

Nos debates televisivos que encerraram o grande circo milionário da campanha eleitoral ele e Obama coincidiram praticamente nas questões fundamentais.

A mídia apresentou a política internacional do presidente como o grande êxito do seu mandato; Romney não a criticou. Essa coincidência dos candidatos é por si só reveladora do nível de alienação do eleitorado da grande república.

É difícil encontrar precedente na história dos EUA para uma politica exterior que tenha configurado para a humanidade uma ameaça comparável à desenvolvida por Barack Obama.

No Iraque, vandalizado pela ocupação militar, permanecem milhares de oficiais e dezenas de milhares de mercenários e a violência é um flagelo endémico. No Afeganistão, a guerra está perdida. A maior parte do pais encontra-se sob controle das forças que combatem a ocupação dos EUA e da Otan, e o governo fantoche de Karzai é odiado pelo povo.

A utilização dos aviões sem piloto, os drones, substituiu progressivamente os bombardeamentos da força aérea tradicional. O presidente Obama elogiou repetidamente durante a campanha o recurso a essa nova modalidade criminosa de guerra. É ele pessoalmente quem selecciona os «inimigos» a abater em listas elaboradas pela CIA, submetidas à sua aprovação. Mas nesses bombardeamentos «cirúrgicos» a aldeias do Paquistão milhares de camponeses, como reconhece o próprio New York Times, têm sido mortos.

Durante a campanha, Obama evitou o envolvimento dos EUA em novas guerras de agressão. Mas, reeleito, a sua estratégia belicista de dominação mundial vai ser retomada. O ataque à Síria será o próximo objetivo. A decisão será americana, muito embora Washington incumba dessa tarefa a Turquia e provavelmente a França e a Grã-Bretanha.

Resolvida «a questão síria», os EUA, em parceria com Israel, intensificarão a campanha mundial que visa a destruição do seu grande «inimigo» na região, o único grande Estado islâmico que não se submete à sua estratégia imperial: o Irã.

A atual política para a América Latina, que através de golpes de Estado atípicos - Honduras e Paraguai - afastou presidentes incômodos, terá continuidade. Washington sofreu uma derrota importante com a reeleição de Hugo Chávez, mas a guerra não-declarada contra a Revolução Venezuelana vai prosseguir.

A prioridade na estratégia belicista da nova Administração será contudo a China. Obama foi transparente quando anunciou que dois terços do poder aeronaval dos EUA vão ser concentrados na Ásia Oriental. É por ora imprevisível o estilo que assumirá a política anti-chinesa (e anti-russa) de Barack Obama. Mas pode-se antecipar que o seu segundo mandato será para a humanidade tão negativo ou mais do que o primeiro.

Cabe perguntar: como foi possível atribuir a tal homem o Prêmio Nobel da Paz?

Fez uma chuva de novas promessas, mas elas serão engavetadas tal como as do primeiro mandato.




Vila Nova de Gaia,7 de Novembro de 2012



Miguel Urbano Rodrigues é jornalista e escritor português


Fonte: Brasil de Fato
Imagem: Google

5 comentários:

infinitoamanajé disse...

E o 4º REICH avança sua agenda...

infinitoamanajé disse...

Caro amigo, sinto muito, falei isto em outros blogs; enquanto "eleições democráticas" nos desviam da dura verdade por trás dos fatos (nada é por acaso), o invisibilizado 4º REICH NAZI SIONISTA avança sua macabra agenda para a implantação da imperial Guantânamo planetária...
Um forte abraço. Sinto muito, sou grato.

BURGOS disse...

Aldo

Eleições "democráticas" com certeza é uma coisa que nunca existiu naquele país, quanto a agenda sionista ainda tenho esperança de que a humanidade aos poucos já está acordando, e como os EUA está afundado em dívidas, desemprego e mais a repressão contra a tão famosa "liberdade" norte-americana que já está virando o pesadelo americano. Em breve iremos ver a transformação de império para ruína.
O problema é que os EUA sempre foram superestimados como a maior potência e hoje vivem de aparências, a casa tá caindo, eles sabem disso. É claro que vai demorar um pouco, mas os parasitas com certeza terão que baixar a cabeça para o restante do mundo.
Ainda veremos isso com certeza.

Um grande abraço meu amigo

infinitoamanajé disse...

Querido amigo.
Sem querer desiludi-lo; se vc voltar na história vai ver que o plano é o mesmo que montou o 3º REICH, só que esse 4º vem aperfeiçoado ao longo desses 60 anos de estelionato nazi sionista de pós "guerra" pela (contínua) disputa de poder, tal qual vemos entre traficantes disputando "os pontos" de venda e domínio... Querem mais mil anos de casa grande e senzala, e a televisão, arma de controle mental e extermínio em massa não nos deixa ver... Sinto muito, sou grato. Um grande abraço.

Paulo disse...

"The Cave" ...

http://www.publico.es/internacional/445113/el-arma-total-de-obama-para-vencer-a-romney-un-megacerebro-informatico-que-controla-facebook

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