Após dez meses de ausência, Fidel Castro reapareceu em público para apresentar um livro com suas memórias, e, em uma cerimônia em Havana, falou - entre outros temas - sobre a luta dos estudantes latino-americanos por um ensino gratuito e de qualidade, sobre o socialismo e os problemas econômicos, as ameaças à Síria, ao Irã e à Coreia do Norte, os avanços da ciência e da tecnologia e as Malvinas e a Venezuela.
Fidel, de 85 anos, fez em Havana uma apresentação dos dois volumes de Guerrilheiro do Tempo, da escritora e jornalista Katiuska Blanco, que tem como base conversas com o ex-presidente da ilha.
Vestido com uma jaqueta esportiva, o líder da Revolução cubana protagonizou um encontro ao seu estilo, conversando com os convidados durante seis horas. "Eu prefiro o velho relógio, óculos antigos, botas velhas e, em política, tudo novo", definiu. O trabalho apresentado abarca desde a sua infância até 1958, mas Fidel estava entusiasmado com a ideia de acrescentar outros volumes. "Eu tenho que aproveitar agora porque a memória se gasta", disse ele
Fidel destacou que a luta pelos interesses da humanidade deve prevalecer em um mundo marcado por ameaças e os avanços científicos e tecnológicos. "Já não há espaço apenas para os interesses nacionais, eles estão enquadrados nos interesses mundiais. O nosso dever é lutar até o último minuto, por nosso país, nosso planeta e pela humanidade", disse ele, ao afirmar que tinha sido um "equívoco" pensar que, no socialismo, os problemas econômicos estariam resolvidos.
Fidel aproveitou o lançamento, para discutir questões da atualidade. A este respeito, disse que lê centenas de notícias por dia, seguindo com particular interesse a situação na Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez está liderando um "processo de transformação voltada para a inclusão social e a integração regional".
Questões como as lutas dos estudantes latino-americanos e do mundo por seus direitos, ameaças à Síria e ao Irã, as perspectivas da nanotecnologia e a importância da Internet, foram abordadas por ele.
O líder também destacou o papel da educação na formação de valores, e defendeu a educação gratuita e de qualidade. "A educação é a luta contra o instinto. Todos os instintos levam ao egoísmo, mas apenas a consciência pode nos levar à justiça", afirmou.
O ex-presidente da Ilha considerou “ridícula” a ideia de proteger a Europa com um escudo anti-míssil, antecipando que os Estados Unidos e os seus aliados europeus não conseguiriam convencer a Rússia a levar adiante o seu projeto.
Fidel também referiu-se às Malvinas, classificando-a como "aquele pedaço de terra confiscada da Argentina, onde os britânicos agora procuram extrair petróleo". Somou-se assim aos gestos de apoio em toda a região para a reivindicação argentina de soberania. Enquanto isso, a imprensa inglesa informou que o governo britânico decidiu enviar às ilhas um submarino nuclear.
Fonte: Vermelho.org
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