Após a escolha, feita pelo próprio presidente Hugo Chávez, do vice-presidente e chanceler Nicolás Maduro para comandar a Venezuela, a oposição, liderada por Enrique Capriles, que perdeu últimas as eleições no país, movimenta-se para ganhar espaço e pressionar.
Oposição reage à escolha de sucessor de Chávez
De Monica Yanakiew
Correspondente da EBC na Argentina
A escolha, pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, do vice-presidente e chanceler Nicolás Maduro como seu sucessor é analisada por especialistas como a busca pela manutenção dos ideais e da coesão da sociedade venezuelana. A oposição, liderada por Enrique Capriles, que perdeu as eleições para Chávez, movimenta-se para ganhar espaço e pressionar.
O presidente da Datanalises, instituto de análise política e econômica na Argentina, Luis Vicente Leon, disse à Agência Brasil que Chávez "sabe" usar seu carisma para assegurar os planos políticos. "Chávez sabe que é melhor consolidar o poder em vida, quando ainda pode usar seu carisma para unir o povo em torno de seu candidato. Ele escolheu Maduro porque o acompanha há anos e tem uma posição moderada, entre os dois extremos do 'chavismo'", acrescentou.
Pela primeira vez, desde que Chávez chegou ao poder, em 1999, a oposição se uniu em torno de um candidato: Enrique Capriles, que conquistou 44% dos votos. Após o anúncio de Chávez sobre a escolha de Maduro como sucessor, Capriles levantou dúvidas sobre a validade legal da decisão.
"Que fique bem claro: na Venezuela há sucessão. Isso não é Cuba, nem uma monarquia em que sobe ao trono aquele que foi designado pelo rei. Não. Aqui, na Venezuela, quando uma pessoa se afasta de um posto, a última palavra sempre será do nosso povo", disse Capriles.
"Para a oposição, é fundamental que Capriles seja reeleito governador de Miranda porque vai se consolidar como alternativa política ao chavismo", disse Leon. "Se ele perder, para a oposição vai ser mais difícil enfrentar Maduro, que é jovem, tem experiência de governo e representa a ala moderada do chavismo".
Anteontem (8), Chávez surpreendeu ao anunciar, em cadeia nacional de televisão, que fará nova cirurgia para a retirada de um tumor maligno na mesma região em que já foi operado, a área pélvica. No discurso, ele indicou que pode se ver obrigado a abandonar a Presidência da República da Venezuela. Mas apelou para que apoiem Maduro, que considera a pessoa ideal para o cargo.
Reeleito, Chávez tem a posse marcada para o próximo dia 10. Mas se ele tiver que abandonar o cargo, mesmo após assumi-lo, novas eleições presidenciais terão que ser convocadas. Maduro só pode ser presidente se vencer nas urnas.
Ex-motorista de ônibus e líder sindical, Maduro, que desempenha dupla função no governo – vice-presidente, indicado por Chávez, e ministro das Relações Exteriores da Venezuela – acompanha o presidente há seis anos.
Fonte: 247
Imagem: Google
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Disse Capriles:
"Que fique bem claro: na Venezuela há sucessão. Isso não é Cuba, nem uma monarquia em que sobe ao trono aquele que foi designado pelo rei. Não. Aqui, na Venezuela, quando uma pessoa se afasta de um posto, a última palavra sempre será do nosso povo."
Qual é o "nosso povo" ao qual Capriles se refere?
Ao povo venezuelano ou ao "nosso povo" do Império Americano???
(Burgos Cãogrino)
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