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domingo, 8 de setembro de 2013

O Irã defenderá a Síria com todo o seu poder




Médio Oriente. A administração estado-unidense lançou o processo de obtenção da aprovação do Congresso para um ataque contra a Síria. O comité de negócios estrangeiros do Senado votou pela resolução de apoio à ação planeada. O próximo passo é levar a moção ao plenário do Senado e a seguir à Câmara dos Deputados para receber apoio bipartidário. Deste modo Washington está a tentar fazer com que a decisão de atacar a Síria pareça legítima, ainda que esteja a contornar o Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Por Nikolai Bobkin




A previsão de que a guerra se espalhará para abarcar todo o Médio Oriente caso os Estados Unidos ataquem a Síria está a tornar-se verdadeira. Como era de supor, o primeiro ator externo a ser envolvido é o Irã. O alistamento está em curso, jovens iranianos estão desejosos de envergar o uniforme e defender a Síria. O número de voluntários é de aproximadamente 100 mil. Eles enviaram uma carta ao presidente da Síria a pedirem sua permissão para serem posicionados na área das Alturas do Golan... Eles querem que o seu governo providencie uma ponte aérea para a Síria através do espaço aéreo iraquiano. O Iraque é o país com maior população xiita; é alta a probabilidade de que milhares de xiitas venham a juntar-se aos voluntários iranianos. Se Obama queria que as brigas inter-religiosas no Oriente Médio se transformassem numa carnificina de âmbito universal, agora ele pode conseguir isso, ou, para ser mais exato, ele pode provocar o seu arranque na Síria com o lançamento dos mísseis Tomahawk contra este país.

É a Síria que está à vista, mas o alvo principal é a República Islâmica do Irã. A política do recém-eleito presidente Rouhani está voltada para a normalização das relações com o Ocidente e a travar o isolamento internacional. Isto provoca preocupação entre os círculos dirigentes dos Estados Unidos e Israel. Desde há muito os americanos têm estado a culpar o Irã por todas as perturbações no Médio Oriente, mesmo quando era claro que o Irã nada tinha a ver com o que aconteceu. Pode soar como um paradoxo, mas a disponibilidade de Teerã para começar as conversações sobre o programa nuclear foi percebida pela administração Obama como uma ameaça aos seus interesses. De acordo com a lógica da Casa Branca, os EUA podem perder o seu principal argumento na confrontação com Teerã. Portanto as sanções dos EUA não instilarão mais medo. A Europa já está a enviar sinais não ambíguos a demonstrar que espera um progresso real a ser alcançado nas conversações. Os EUA não têm laços comerciais e veem as sanções como uma alavanca eficaz no impasse ao passo que os europeus enfrentam perdas de muitos milhares de milhões.

O argumento da "ameaça nuclear iraniana" tornou-se uma obsessão para Washington após a saída de Ahmadinejad. Ele cumpre plenamente a intenção de encontrar um pretexto para a guerra. A fase síria da operação militar está para arrancar em breve.


Mohammad Javad Zarif
O Irã não precisa de guerra. Os iranianos, ao invés, querem que Obama pondere seriamente as consequências de tal ação deixando-o saber que não há nenhuma maneira para que possa ocultar-se por trás do Congresso. O ministro iraniano dos Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif said, disse: "O sr. Obama não pode interpretar e mudar o direito internacional com base na sua própria vontade". E acrescentou que "Só o Conselho de Segurança da ONU, sob circunstâncias especiais, pode autorizar uma ação coletiva, e isso será sob o Capítulo 7 da Carta da ONU, e esta questão precisa da aprovação do Conselho de Segurança". De um modo geral isso coincide com a posição da Rússia.

Teerã não vê intriga no fato de que o Congresso acabará finalmente por sancionar a guerra contra a Síria, apenas está curiosa por ver como os legisladores dos EUA farão isso sob o pretexto de "punir" a Síria por utilizar armas químicas enquanto contornam a questão iraniana. Os membros do Congresso inevitavelmente considerarão o "fator iraniano". Ao apelar pela guerra contra a Síria, o secretário de Estado John Kerry tenta convencer os legisladores de que, se nenhuma ação for tomada contra a Síria, é mais provável que o Irã avance no seu programa nuclear. Kerry não discute sobre a disponibilidade de ligação direta entre os eventos na Síria e o programa nuclear iraniano, ele simplesmente declara a posição da Casa Branca. O secretário da Defesa Chuck Hagel diz que não efetuar ação contra a Síria minará a capacidade de Washington para conter os esforços nucleares iranianos. O Congresso dos EUA está sob forte influência do lobby judeu e os argumentos funcionam porque, sendo hostil à Síria, Israel sempre teve o Irã em mente. Onde exatamente é desenhada a "linha vermelha" representa uma questão de importância menor para os políticos israelenses. Alguns republicanos no Congresso não só apoiam a ação contra a Síria como clamam por uma intervenção de maior escala dizendo que um ataque limitado não será suficiente para assustar seriamente o Irã. Um ataque contra a Síria é provável que faça Teerã incremente a sua segurança, incluindo a aquisição de armas nucleares como um dissuasor universal... Isto é uma advertência razoável à qual não se presta atenção. Tendo o Irã em vista, uma provocação militar contra a Síria destina-se também a aumentar o desacordo nas fileiras da liderança iraniana. Washington espera que políticos voltados para a guerra venham a prevalecer e o governo iraniano terá de ceder e abandonar abordagens equilibradas à questão. Na verdade, apenas há poucos meses tais ameaças abertas de Washington teriam alimentado uma tempestade de respostas, o antigo presidente Ahmadinejad costumava dar o tom. Agora o Irã parece estar extremamente contido. Falando a Obama na sua ausência, o ministro da Defesa do Irã, Brig. Gen. Hossein Dehghan, utiliza linguagem diplomática adequada e insiste em que todos os problemas deveriam ser resolvidos por meios políticos.

Contudo, a contenção pública do novo governo iraniano não deveria dar ilusões aos americanos. Não é com burocratas do governo que eles terão de tratar casos comecem ações de combate, mas sim com as forças armadas da República Iraniana - o garante da retaliação no caso de o país ser atacado.

O chefe dos assessores do Irã, Hassan Firouzabadi, foi citado a declarar que se os EUA atacarem a Síria, Israel será atacado. Não é casual que voluntários iranianos que estão a ir defender a Síria, não tenham interesse em serem posicionados nas áreas adjacentes às fronteiras com a Turquia ou Jordânia. Não, eles querem estar nas Alturas do Golan - a linha da fronteira síria-israelense disputada desde há muito. Um ataque potencial feito pelo Irã contra Israel em retaliação pelo ataque dos EUA à Síria é o pior cenário de todos; este será o caso em que é impossível evitar uma guerra em grande escala no Oriente Médio. Ao invés de tomar uma decisão para recuar de uma ação militar contra a Síria, Obama está a empurrar o Irão contra a parede ao encenar provocações incessantes. Como esta, por exemplo: o recente teste de demonstração israelense como preparação para o ataque retaliatório iraniano.

06/Setembro/2013

O original encontra-se em www.strategic-culture.org/...


Fonte: Pravda
Imagens: Google

3 comentários:

Fada do bosque disse...

Estes FDP dos americanos, a mando dos FDP dos judeus, têm de provocar a III guerra mundial!

Grandes Filhos da Puta!... que não me sai mais nada hoje.

Um abraço para vocês.

BURGOS disse...

Fada

Faço minha as tuas palavras.

Um grande beijo minha amiga!

Anônimo disse...

É grande a indignação mundial,só que os imperialistas precisão manter a sua famigerada agenda de dominação, e só vão parar quando o mundo acordar para essa realidade que está bem ai, diante de nossos olhos.Abraços a todos.Obrigado Burgos,por estar sempre nos informando, os fatos que estão acontecendo pelo mundo.Te sigo a muito e tem sido de grande valia suas informações.Bitten.

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