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terça-feira, 11 de março de 2014

PERDEU, OBAMA: CRIMEIA DECLARA INDEPENDÊNCIA




Decisão foi tomada pelo parlamento neste terça-feira, antes mesmo do referendo marcado para o próximo domingo; dos 100 membros do parlamento, 78 votaram a favor da decisão, que está de acordo com normas internacionais; golpe de Estado na Ucrânia, que teve apoio do Ocidente, produziu um país menor; representantes do parlamento também anunciaram que adotarão o rublo, moeda da Rússia, como sua divisa

Terminou mal a aventura do governo de Barack Obama no Leste Europeu. Nesta terça-feira, a Crimeia declarou sua independência da Ucrânia, cujo governo democraticamente eleito foi derrubado por um golpe de Estado apoiado pelo Ocidente.

A decisão da Crimeia, tomada por 78 dos 100 representantes do parlamento, veio antes mesmo do referendo marcado para o próximo domindo que irá definir se a região será anexada pela Rússia.

Leia, abaixo, um trecho da declaração do parlamento:

"Nós, os membros do parlamento da República Autônoma da Cirmeia e do conselho da cidade de Sebastopol, tendo em vista o capítulo das Nações Unidas e diversos documentos internacionais, assim como a confirmação do status de Kosovo pela corte internacional de Justiça das Nações Unidas, em 22 de julho de 2010, que determina que a declaração unilateral de independência por uma parte de um país não viola nenhuma norma internacional, tomamos esta decisão".

A partir de agora, a Crimeia já se declara uma República Independente – e não mais autônoma. Outra decisão tomada foi a adoção do rublo, moeda da Rússia, como sua divisa. No domingo, um referendo irá determinar se a Crimeia será ou não anexada à Rússia – proposta que conta com amplo apoio popular.


ENTENDA POR QUE A CRIMEIA QUER E DEVE SER RUSSA



É possível compreender o que se passa na Crimeia, epicentro da nova "Guerra Fria" entre Estados Unidos e Rússia, lendo o noticiário da mídia brasileira? Definitivamente, a resposta é não.

Seja por alinhamento incondicional aos Estados Unidos ou por comprar o noticiário de agências ocidentais, como a Reuters, a imprensa brasileira abraça, sem viés crítico, os posicionamentos que atendem à visão norte-americana. Assim é, por exemplo, que enquanto Veja pergunta em sua edição deste fim de semana "Até onde Putin é capaz de ir", Época destaca em sua capa reportagem sobre o "risco Putin", acusando o premiê russo Vladimir Putin de tentar remontar o antigo império soviético.

A realidade da Crimeia, no entanto, é bem distinta. Além de ser uma província semi-autônoma da Ucrânia, ou seja, com maior independência do que um simples estado ou província, a Crimeia tem uma população que defende, majoritariamente, a anexação à Rússia. Lá, 97% das pessoas falam russo e mais de 60% se mostram favoráveis à anexação, que será definida num plebiscito no próximo domingo 16.

Num vídeo esclarecedor, feito pelo canal Russian Times (assista aqui), moradores de cidades da Crimeia explicam por que querem fazer parte do estado russo. Em primeiro lugar, alegam que o novo regime da Ucrânia não tem legitimidade, pois é decorrente de um golpe e não de eleições diretas. Além disso, apontam a ascensão de grupos e extrema-direita – e de caráter fascista – na nova administração de Kiev. Em terceiro lugar, temem por suas raízes culturais. Sites do governo, que antes eram em russo e ucraniano, aboliram o idioma russo. Há o temor de que canais de televisão russos também sejam retirados do ar. Por último, há também a questão econômica. Na Crimeia, a grande maioria da população enxerga melhores perspectivas de salário e bem-estar material fazendo parte da Rússia – e não da Ucrânia.

No domingo, quando for realizado o plebiscito, essa realidade virá à tona. E se os Estados Unidos defendem tanto a legitimidade de manifestantes que foram às ruas em Kiev e derrubaram um governo democraticamente eleito, por que não deveriam também defender a soberania popular na Crimeia?


Fonte: 247


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