Terrorismo na fronteira: Filme vai criminalizar a região da tríplice fronteira
Vem aí o lixo cultural hollyodiano sobre a tríplice fronteira
Por José Gil
A indústria cinematográfica norte-americana é conhecida como “lixo cultural hollyodiano”, porque não passa de um instrumento para tentar legitimar os criminosos em detrimento das vítimas. Foi assim com os filmes de décadas passadas que mostravam mocinhos e a cavalaria norte-americana massacrando os “selvagens e violentos” índios norte-americanos, tentando legitimar o extermínio de nativos pelos colonizadores anglo-saxões, sob aplausos das plateias.
Os filmes sobre a Segunda Guerra deturpam e corrompem totalmente a exposição dos fatos reais, a ponto de tentar justificar o maior crime contra a humanidade de todos os tempos: o lançamento de bombas atômicas em Nagasaki e Hiroshima.
Depois tivemos filmes de guerras onde os bandidos eram sempre os povos invadidos pelas forças yanques – cambojanos, coreanos, panamenhos entre outros. Os vietcongues foram mostrados como sanguinários a serem salvos pelos militares norte-americanos, sempre tão humanos e solidários (segundo o cinema).
Atualmente o cinema norte-americano se dedica a criminalizar os árabes, mostrando a todos como terroristas enquanto os inteligentes (?) espiões norte-americanos desvendam atentados e ameaças de todos os tipos, até mesmo nucleares. Enquanto o Tio Sam conta estórias da carochinha para o público hipnotizado pelo lixo hollyodiano, a máquina de guerra das potências imperialistas podem roubar petróleo e riquezas naturais dos países que invadem e ocupam criminosamente. Episódios da vida real como Abu Graibh no Iraque e Guantânamo no caribe, que mostram a face tenebrosa do verdadeiro militar norte-americano, é esquecida, ou melhor, escondida. Fica em terceiro plano.
José Padilha – o “queridinho de Hollywood” |
Agora chegou a vez da região da tríplice fronteira. Aquilo que a CIA e o FBI não conseguiram ao longo de algumas décadas – provar que há terroristas na fronteira – o cinema norte-americano vai fazer, com a participação de um brasileiro, o diretor de Tropa de Elite e Robocop 3, José Padilha – o “queridinho de Hollywood” porque mostra a polícia e a política brasileiras dominadas por bandidos. No lugar de valorizar os policiais e políticos honrados, joga todos na vala comum da criminalidade porque interessa ao governo dos EUA desmoralizar e caluniar os governos que não se submetem ao seu domínio.
O roteiro do filme terá quatro personagens que dominam o enredo: um brasileiro 'formiguinha' que trabalha para o contrabando. O outro é um americano do DEA, polícia anti-drogas norte-americana acusada de favorecer os traficantes que apoiam ditaduras e governos golpistas na América Latina. É claro que neste filme o agente do DEA será mostrado como o mocinho, honesto, honrado, valente etc. Há também um personagem feminino que faz parte da espinha do Mossad, porque o “Hezbollah também está lá”! Justamente a polícia secreta israelense responsável pelo assassinato e tortura de centenas de pessoas em diversas partes do mundo, e pelo envenenamento, entre outros, do ex-presidente egípcio Gamal Nasser, e do ex-presidente palestino Yasser Arafat (para citar apenas dois na relação de centenas e centenas de outros). A agente do Mossad (uma força terrorista apoiada pelos serviços secretos dos países ocidentais) será mostrada como bela, provocante, sedutora, inteligente etc. Lixo, apenas lixo.
E há ainda um traficante colombiano expulso do tráfico, que descobriu que “é mais fácil atuar na tríplice fronteira do que no seu país”. Será porque a Colômbia hoje não passa de um país ocupado por tropas norte-americanas, e mesmo assim maior exportadora de cocaína? Comparar a região da Tríplice Fronteira à Colômbia é um disparate sem limites.
A região da tríplice fronteira, já dizia o ex-vereador e ex-secretário Mohamad Barakat, “é uma região de pessoas trabalhadoras. São povos de três nações – Brasil, Argentina e Paraguai - em busca de subsistência e progresso. É uma região estratégica, polo de turismo mundial, e por isso mesmo alvo de forças poderosas que desejam caluniar nossa região para enfraquecer nosso turismo e comércio”.
O lixo hollyodiano fará uma nova investida contra a região da tríplice fronteira para beneficiar o turismo em Vegas e Miami, cidades onde graças à permanente crise norte-americana os índices de pobreza e violência aumentam a cada dia, colocando por terra a imagem de tranquilidade e luxo mostradas pelo cinema norte-americano, ou melhor, pelo lixo hollyodiano.
Fonte: Jornal Água Verde
Imagens: Google (colocada por este blog), Jornal Água verde
2 comentários:
Jogam-se os mesmos jogos nos tabuleiros todos e o cinema é mais um... Aí, a mente é menos resistente
e a propaganda resulta
Rogério
É verdade, vão dando como remédio em conta-gotas, até se acostumarem.
Depois quando acontecer realmente as mentes já estão preparadas.
Um grande abraço meu amigo
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