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sábado, 13 de outubro de 2012

Barco humanitário que segue rumo à Gaza é ameaçado



O governo israelense enviou uma mensagem para as autoridades finlandesas alertando que não irá permitir que flotilha com ativistas internacionais fure o bloqueio à Faixa de Gaza, informou neste sábado o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Risto Piipponen. As informações são da Associated Press.


O comunicado, enviado no meio desta semana, não explicou o que Israel poderia fazer com o barco de ajuda humanitária. “Israel disse que vai tomar medidas para impedir a flotilha de chegar à terra”, explicou Piipponen. “Nós respondemos que é uma embarcação civil e lhes exortamos a ser moderados em qualquer ação que tomarem”, acrescentou.

A flotilha Estelle, que carrega uma bandeira da Finlândia, partiu de Nápoles, na Itália, no dia 7 de outubro com pelo menos 20 ativistas de diferentes países. Bolas de basquete, cimento, instrumentos musicais e equipamentos de iluminação para teatro estão entre os itens carregados pelo barco à Faixa de Gaza, que sofre bloqueio econômico de Israel há mais de cinco anos.

Não é a primeira vez que o governo israelense ameaça navios internacionais que procuram levar ajuda humanitária ao território palestino ocupado. Em maio de 2010, militares das Forças Armadas de Israel invadiram a flotilha turca Liberdade à Gaza que se aproximava da costa com dezenas de ativistas, matando nove turcos.

Na época, entre a ampla gama de produtos que estavam proibidos, constava marmelada, chocolate, madeira para moveis, sucos de frutas e produtos têxteis. Por conta de pressão internacional decorrente do episódio, Israel flexibilizou o bloqueio ao território ocupado palestino. Segundo entidades internacionais, agora é permitido, de forma geral, a entrada de alimentos e alguns medicamentos.

“Agora, muitas coisas são permitidas, com exceção dos materiais de construção. Nós o conseguimos pela fronteira com o Egito”, disse Hani Siliman, morador da Faixa de Gaza ao Opera Mundi. “Mas, nós ainda estamos sob ocupação e somos sitiados. O que melhorou mesmo foi o acesso a alimentação, nós ainda sofremos com a falta de medicamentos, combustível e energia”, completou.

Malaka Mohammed, outro morador da Faixa de Gaza, contou ao Opera Mundi que encontra muita dificuldade para encontrar alguns alimentos, brinquedos, materiais culinários, roupa de cama, instrumentos musicais, entre outros.


As primeiras sanções foram impostas por Israel em 2001 quando palestinos tomaram às ruas contra a ocupação israelense e intensificadas em 2007 após as eleições legislativas que levaram o Hamas democraticamente ao poder. O Egito apoiou a medida e também fechou suas fronteiras com Gaza.

As autoridades israelenses afirmam que o bloqueio tem como objetivo impedir a entrada de armamento para o Hamas e “grupos terroristas”. No entanto, em documento do estado de Israel sobre as sanções, constavam também cálculos sobre a quantidade mínima de calorias que cada habitante de Gaza deveria consumir.

"Na realidade, uma política de punição coletiva está sendo imposta a 1,4 milhão de pessoas, em violação ao direito internacional humanitário”, disse Sari Bashi, diretor da Gisha, organização israelense de direitos humanos.




Fonte: Opera Mundi, Vermelho

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