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sábado, 6 de outubro de 2012

Capriles e a mídia preparam golpe contra Hugo Chavez




Direita e mídia preparam terreno para golpe na Venezuela

A Venezuela retratada na imprensa brasileira é uma ficção, sendo difícil reconhecê-la quando se está no próprio país, que vive um período de pujante crescimento econômico, superior aos demais da região, com menor índice de desemprego e salários mais valorizados.


Por Vanessa Silva e Leonardo Wexell Severo, de Caracas - Venezuela


Encampando o discurso da direita personificada na figura de Henrique Capriles, a mídia prega o ódio e, sobretudo, o medo. Mas não faz o menor esforço para entender esse país andino-amazônico-caribenho e a luta de classes que, a partir da participação popular e do empoderamento coletivo, caminha – a passos largos – para a implantação do socialismo.

Apesar da tranquilidade no país, teme-se pelo caldo de cultura criado pela direita e sua mídia, que pode ser a antessala para algum novo tipo de golpe orquestrado pela oposição a Chávez. Em mais de uma ocasião, Capriles disse não reconhecer o resultado apresentado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Esse é um aspecto que também vem sendo explorado pela imprensa brasileira, deixando no ar a possibilidade de que o resultado eleitoral possa ser questionado. “A aliança de partidos que apoia a candidatura de Capriles teme que os eleitores optem por Chávez para não sofrer represálias por parte do governo, diante da possibilidade de a urna eletrônica oferecer o recurso de identificação do eleitor”, escreveu o Estadão desta sexta-feira.

Muito diferente deste preconceito desinformativo, o ex-presidente estadunidense, Jimmy Carter, contesta os detratores e assegura que o sistema eleitoral venezuelano é “um dos mais seguros que já conheceu”.

Voto eletrônico e biométrico

O sistema eleitoral venezuelano é eletrônico, biométrico e um dos mais seguros do mundo, afirmou, em entrevista à Rede de Comunicação Colaborativa – ComunicaSul, a vice-presidenta do CNE, Sandra Oblitas. "Tivemos resultados diferentes [nas 13 votações realizadas nos últimos 13 anos] e os atores políticos aceitaram o resultado. O sistema eleitoral da Venezuela não dá margem a dúvidas. Não existem razões válidas para pôr em questionamento o resultado da votação", disse categoricamente.

Como pudemos ver em visitas a centros de votação, onde participaram fiscais da situação e da oposição, a “denúncia” do Estadão parte da mais completa ignorância, pois não há qualquer possibilidade de fraude. O jornal da decadente oligarquia paulista ignora olimpicamente a realidade. O fato é que além do eleitor precisar se identificar com a digital, tendo a sua identidade obviamente preservada, ele posteriormente imprime o seu voto e coloca numa urna em separado, que será auditada posteriormente, evitando qualquer possibilidade de manipulação do resultado. Além disso, o sistema altera automaticamente a ordem dos votos recebidos, para que seja preservada a identidade do eleitor e garantida a inviolabilidade do voto. Antes de serem distribuídas as urnas, todo o processo foi checado nos mínimos detalhes por especialistas e técnicos das duas candidaturas. O cerco se fecha com a presença de fiscais de todos os partidos, que não apenas inibem como proíbem qualquer interferência.

Golpe?

O temor de um golpe vem do terreno movediço preparado pela direita venezuelana e encampado pela mídia brasileira. Rodrigo Cabezas, coordenador do Departamento Internacional do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) denunciou que “setores da extrema direita se negam e vão continuar se negando a reconhecer o resultado [das eleições de 7 de outubro]. Vão cantar fraude, dirão qualquer bobagem ou estupidez para deter a vitória do presidente [Chávez]”. E ressaltou que “nós, os socialistas, os bolivarianos, os nacionalistas, que apoiamos Chávez, ainda que no caso hipotético de [uma derrota], respeitaremos o resultado”.

O hipotético vem das pesquisas eleitorais que mostram a vitória do líder bolivariano no domingo. “As três principais pesquisas da Venezuela dão vitória a Chávez com margens que vão de 12% a 14%. Inclusive o Datanálises, que representa um grupo de oposição, em sua estatística de agosto mostrou uma margem de 11 pontos de vantagem”. Já o Ivad (Instituto Venezuelano de Análise de Dados), dá uma vantagem de 14 pontos”, relata Cabezas.

Ao contrário do que foi publicado pelo jornal Valor Econômico nesta sexta (5), segundo o qual “ninguém dá como certa a vitória de Chávez”, as gigantescas manifestações têm reiterado o forte sentimento popular em apoio ao processo iniciado em 1998. De acordo com o jornal, a “Venezuela vai às urnas sob temor de resultado apertado”. Para o dirigente do PSUV, “essas pesquisas que dizem que estamos perdendo, ou pelo menos que tem empate técnico, perderão muito, pelo menos em credibilidade, porque não trabalharam com objetividade”.

Campanha Carabobo

O nome da campanha de Chávez é Comando Campanha Carabobo – referência à batalha final na luta pela independência venezuelana, que pôs fim ao domínio espanhol. Apesar disso, não há clima de guerra no país. O que existe é uma polarização clara em um país onde a luta de classes fica evidente, até pela reafirmação do caráter socialista da revolução bolivariana.

Pelo que pudemos ver, o mar de gente que tem acompanhado Chávez em todo o país não deixa margem sobre qual seria o destino se a oposição reiterasse no erro – como já fez em outras oportunidades – e ir além nas maquinações de cenários desestabilizadores. “Esperamos que a oligarquia extrema possa entender que não tem força para desestabilizar a Venezuela, porque veria a aliança cívico-militar que tem essa nação, com o povo na rua e a força nacional bolivariana fiel à Constituição”, sublinhou Cabezas.

Para o presidente Chávez, a hora é de somar todos os venezuelanos e isolar os apátridas, “os que querem retroceder o país aos tempos de colônia dos Estados Unidos, os que querem retroceder o país aos anos sombrios do neoliberalismo”. “A Venezuela avança rumo ao futuro, rumo ao socialismo. Vamos juntos, em defesa da Pátria e da Humanidade”, concluiu.



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Sob tempestade, Chávez encerra campanha prometendo "pobreza zero"

Milhares de simpatizantes do presidente venezuelano se concentraram nas principais avenidas do centro de Caracas

Debaixo de uma verdadeira tempestade, milhares de venezuelanos se reuniram na tarde desta quinta-feira (04/10) no centro de Caracas para o comício de encerramento de campanha do presidente Hugo Chávez. A multidão tomou ao menos sete avenidas da capital venezuelana para apoiar o candidato à reeleição.



A multidão tomou ao menos sete avenidas da capital venezuelana para apoiar o candidato Hugo Chavez

“Isso é para que vejam do que somos capazes”, diziam diversos simpatizantes de Chávez, em referência à concentração realizada pela oposição no domingo (30/09), que também reuniu milhares de eleitores de Henrique Capriles. “Não importa se chova, se caia o mundo. Estaremos com o comandante até a morte”, afirmou David Torrealba, de 40 anos, enquanto enxugava o rosto com as mãos.

 A quantidade de chuva foi tamanha que a Avenida Bolívar, uma das principais do centro de Caracas, foi tomada por uma corrente de água. Eleitores de diversos Estados venezuelanos compareceram ao comício, inclusive de localidades distantes mais de sete horas da capital, como Apure. Crianças, cadeirantes e idosos se misturavam às centenas de jovens apoiadores, em maioria.



Apoiadores do presidente Hugo Chávez do bairro de 23 de Janeiro caminham em direção ao centro de Caracas

“Eu tenho 95 anos e apoio Chávez porque foi o único presidente que se importou conosco, o povo”, disse às lágrimas Aurora, que admirava a marcha sentada em uma escada. “Para mim não há mais tempo, mas para eles sim”, completou, dizendo que há somente 11 anos recebe uma aposentadoria.
Como ela, 1,8 milhões de pessoas desde 1999 foram incorporadas ao sistema de aposentadoria do IVSS (Instituto Venezuelano de Seguros Sociais).

Já nas primeiras horas da manhã, simpatizantes do presidente se reuniram em bairros para caminhar juntos até o centro. No bairro de 23 de Janeiro, célebre bastião chavista e há décadas conhecido por reunir destacados militantes de esquerda, a concentração se formou às 11h horário de Caracas (12h30 em Brasília).


Sorridentes e usando camisetas, bonés e faixas vermelhas, grande parte com o nome de Chávez e dos principais partidos da coligação governista, os eleitores gritavam frases como “Uh, Ah, Chávez não se vá” e “Se querem pátria, que venham comigo”, sempre repetida pelo presidente em comícios.

No caminho até o centro da capital venezuelana, motocicletas buzinavam em meio à multidão, que seguia carros de som que repetiam a canção lançada pela propaganda oficial de Chávez. A confusão se estendeu por quilômetros, até que se juntou a concentrações de gente ainda mais barulhentas. Palcos improvisados tocavam ritmos latinos como merengue, salsa e até a famosa canção do brasileiro Michel Teló, “Ai se eu te pego”.

Conforme chegava o momento de Chávez falar, o que aconteceu no meio da tarde, a aglomeração se intensificava. Quase sem espaço, as pessoas dançavam, bebiam e compartilhavam em conversas os motivos pelo apoio ao presidente. “Sem dúvidas a vida melhorou. Antes de Chávez nem valia pena ir votar, porque os mais ricos eram sempre mais beneficiados. Hoje temos mais emprego, qualidade de vida e, acima de tudo, somos orgulhosos de ser venezuelanos”, explicou Juana Villa, de 63 anos, professora do Ensino Médio.


Discurso

Em meio ao aguaceiro, fogos de artifício ao longe anunciavam a chegada do presidente. Uma explosão de gritos e buzinas o recebeu. Mesmo sem poder escutar perfeitamente as palavras de Chávez, a multidão o acompanhou no hino nacional venezuelano, como já é tradicional em concentrações chavistas. “Aqui está Chávez de pé com vocês. Viva a chuva, chegou a avalanche bolivariana a Caracas!”, emendou o presidente, também sob a chuva torrencial, para delírio de seus simpatizantes. "As circunstâncias me obrigam a ser breve", se justificou pelo discurso, que durou somente uma hora.

Chávez afirmou que "está em jogo a vida da Venezuela" e reafirmou a confiança na vitória no domingo. “Eu seguirei com vocês. Meu próximo governo começa na segunda-feira, 8 de outubro”, disse. "Venezuela era um país faminto. Há 20 anos havia fome, pobreza e miséria”, lembrou. Com Chávez, os índices sociais melhoraram sensivelmente. Dados da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) indicam que a Venezuela tem o menor índice de desigualdade do continente, com um coeficiente Gini de 0,394 – quanto mais próximo de zero, menor a desigualdade.




Em 1998, antes de o presidente venezuelano assumir, a média de desemprego era de 22%. Hoje, está abaixo de 10%. A informalidade é alta, mas caiu de 51% para 44%. Houve uma redução da pobreza, que ainda é grande, mas caiu de 48% para 29%. A pobreza extrema despencou de 20% para 7%.

O presidente prometeu que na nova administração reduzirá a pobreza a zero, que cada família venezuelana terá uma casa, que não haverá mais desemprego e que dez novas universidades serão criadas. Vinte e duas foram criadas em seus governos. Ao final do comício, Chávez pediu que todos sigam para os centros de votação o mais cedo possível. Na Venezuela, os colégios eleitorais abrem domingo (07/10) às 08h e fecham até a última pessoa que esteja na fila.

Mais fogos finalizaram o comício, ao mesmo tempo em que a chuva diminuía o ritmo. As ruas da zona central de Caracas permaneceram ocupadas por simpatizantes de Chávez, que aproveitavam para festejar. “Escreva o que te estou dizendo: não há como Chávez perder se toda essa gente for votar. Capriles está perdendo seu tempo”, afirmou um apoiador do presidente, que está há 14 anos no poder.






Fonte: ComunicaSul, Opera Mundi, Vermelho
Imagem: Google,  Efe

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