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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Porque ser comunista






Por Marino Boeira *

Por que ser comunista nos dias de hoje? Não está mais do que provado que, quando aplicado, este sistema não deu certo? Não é verdade que o ser humano é individualista por natureza e jamais se adaptaria a um sistema que privilegia o coletivo? Os exemplos da antiga União Soviética e de Cuba, hoje, não são suficientes para demonstrar que na prática o comunismo não funciona?

Você já tentou responder mil vezes a estas questões, ora usando argumentos históricos, ora se socorrendo do que disseram grandes pensadores, buscando mostrar aos seus inquisidores que simplificar as idéias faz mal para a inteligência, mas sempre recebeu em troca olhares de desaprovação, na maioria das vezes, ou ainda pior, outras vezes, de comiseração por insistir em defender uma filosofia morta e enterrada.

Mas, você insiste.

A crise atual do capitalismo, a opção ao comunismo, é um bom argumento, mas fica longe de convencer seus detratores. Desde que a burguesia organizou de forma definitiva o sistema capitalista no final do século XVII, ele sempre enfrentou crises, mas sobreviveu, ao contrário do comunismo soviético que viveu pouco mais de 70 anos, dizem eles.

É verdade.

O capitalismo constrói e destrói tudo que cria num ritmo cada vez mais frenético, a um custo trágico para a humanidade, gerando miséria e destruição do meio ambiente.

Os mais tolerantes concordam com isso, mas perguntam: por que não teve êxito a experiência comunista na União Soviética?

Primeiro, você mostra a diferença entre o sistema imaginado por Marx e Engels de uma sociedade sem classes e o que ocorreu na Rússia depois de 1917: o socialismo, com sua proposta de economia planejada, como primeira etapa do processo para ser chegar ao estágio do comunismo, foi interrompido sem chegar ao seu final.

Depois, você tenta explicar porque isso ocorreu: houve um desvirtuamento da idéia inicial da ditadura de uma classe social, que se transformou na ditadura de um partido e depois de um homem (Stalin); a necessidade de investir em armamentos para enfrentar a ameaça americana, impediu a melhoria na qualidade de vida de todo o povo; a falta de uma democracia interna gerou grandes focos de oposição, contidas apenas pela coerção policial; o apoio internacional para a União Soviética, granjeado pela sua liderança na luta contra o nazismo e fascismo durante a segunda guerra mundial, se esvaiu pela ação permanente de desconstrução dessa imagem pelos Estados Unidos, pela mídia do mundo inteiro e pela Igreja.

É claro que seus adversários não vão concordar com isso. Então, você pode acrescentar que a curta existência do chamado “socialismo real” na União Soviética deixou pelo menos duas heranças importantes para quem vive nos países do “ocidente democrático”: a derrota do nazismo, que sem a resistência do Exército Vermelho, possivelmente teria se consolidado na Europa e o advento dos chamados “estados do bem estar social”, uma concessão dos governos capitalistas para afastar os trabalhadores dos “maus exemplos” do comunismo igualitário.

Aí, você chega ao ponto principal: o fato de não ter dado certo lá, não nos impede de pensar que se pode tentar de novo. O capitalismo levou quantos séculos para sobrepujar os antigos sistemas, escravagista e depois feudal? Quantas idas e vindas? E mesmo hoje, quando parece solidificado na América do Norte e na Europa Central, que tipo de benefícios ele traz para a maioria da população?

Esta é grande pergunta que deve ser feita: o capitalismo é capaz de levar a felicidade para a maioria das pessoas?


Nossa resposta será também de milhões de outras pessoas: não!

E o comunismo?

Talvez possa, corrigindo os erros do passado.

Rosa Luxemburgo disse uma vez que o dilema a ser enfrentado é: “socialismo ou barbárie”, complementado hoje por István Mészáros de que “barbárie … se tivermos sorte, porque o extermínio da humanidade é um elemento inerente ao curso do desenvolvimento destrutivo do capital”.

Então, respondendo as primeiras perguntas desse texto: você é comunista porque você não quer viver na barbárie e pela mesma questão ética proposta, quando a Revolução Francesa já se encaminhava para consolidação da ordem burguesa, por Babeuf e os “Sans-Culottes”, de que “o fim da sociedade é a felicidade comum e a Revolução deve assegurar a igualdade dos usufrutos”.


Líder da Conspiração dos Iguais, Babeuf foi executado na guilhotina em 1797, mas muitos de suas idéias serviram de inspiração para Marx e Engels formularem as bases de uma sociedade comunista que Lênin e Trosky tentaram colocá-la em prática na Rússia.






* Marino Boeira é professor universitário


Fonte: Sul21
Imagem: Google



14 comentários:

Fernando Franco disse...

Não é verdade que o ser humano é individualista por natureza e jamais se adaptaria a um sistema que privilegia o coletivo? Com essa frase podemos nos lembrar que os sistemas ultrapassados mostraram que de coletivo só a manada, pois os líderes tem vidão, casão, carrão e sentam o pau se alguém discordar deles. Stalin foi assim. Trotsky foi assassinado no México. Talvez quem esteja mais perto de um novo sistema sejam os países da Escandinávia, que têm um senso mais desenvolvido sobre coletividade. Ou o Pepe Mujica do Uruguai. É preciso algo novo, diferente de tudo que vimos por aí nos últimos séculos. Temos inteligência para formatar uma maneira de viver que seja melhor para todos. O planeta é abundante. Não precisamos mais de escassez nem de doenças fabricadas. Grande abraço prá você!

Anônimo disse...

Burgos, "Se hay gobierno soy contra" a única forma de convivência pacífica e que me parece mais coerente é o "Anarquismo", mas para isso é preciso eliminar de boa parte da humanidade os conceitos dialéticos de comunismo e capitalismo as democracias representativas, e se quiser o anarquismo também.

E para que que essa humanidade ache por vias naturais o caminho adequado para a convivência pacífica, comecemos por eliminar os bancos e o dinheiro, a propriedade privada, as fronteiras entre os países, ninguém será dono de coisa alguma e só terá na medida em coopere para a produzir.

Entrementes, desde o nascedouro somos inculcados com os vírus mentais das religiões, depois "educação" e por fim as ideologias.
E deu no que deu, acaba muita gente a defender os seus ponto vistas a ferro e fogo.

Existe solução? Claro que sim, mas é preciso jogar fora todo esse lixo ideológico e acadêmico e as pessoas precisam se dar conta que somente elas são responsáveis por si, e somente elas podem mudar alguma coisa. Quem muda os outros os torna escravos, por isso insisto que é preciso mudar a si mesmo para não precisar outorgar autoridade a ninguém, pois quem outorga autoridade a outrem, perde a sua liberdade de decidir o que seja melhor para si.

Ademais, acumular riquezas para que? os caixões não têm gavetas.

E como disse um certo extraterrestre:

"Os terráqueos são os únicos seres nesse universo que pagam para viver no seu próprio planeta".

Ahô

Fernando Franco disse...

Tibiriçá, boa a expressão "Quem muda os outros os torna escravos, por isso insisto que é preciso mudar a si mesmo para não precisar outorgar autoridade a ninguém, pois quem outorga autoridade a outrem, perde a sua liberdade de decidir o que seja melhor para si".

Anônimo disse...

Fernando, espero que o meu comentário não tenha mudado nada em ti que tu já não soubesse, ou intuisse, mas que as minhas palavras tenham servido somente para reflexão, para concordar ou rejeitar conforme o teu sentimento e livre arbítrio, ninguém conscientiza as pessoas, elas por si é que se conscientizam.

Ahô

walner disse...

Mano Burgos,

Tô com o Tibiriça nessa. As pessoas têm que participar diretamente nas tomadas de decisão. A Islândia deu um passo nesta direção. Não sou NOM, nem VOM, mas concordo quando seus agentes vaticinam um mundo sem fronteiras, só que o deles tem muito governo.

Li com muito interesse teu comentário lá no Guerra da Fada e concordo em muito. Só acho que os caras ainda têm a faca e o queijo na mão, fora umas ogivinhas, muitos drones, e quem sabe, uns HAARPs. E têm ainda a mídia venal. Falo daquela que envia o receituário manjado pra manada. Te sou sincero: não conheço absolutamente ninguém que tenha percepção deste enredo todo. Desta tentativa de centralizar tudo, dum plano depopulacional, do domínio corporativo sobre os alimentos e tudo o mais que temos discutido nestes tempos. Tudo bem, é um povo praieiro o aqui destas bandas, não tá aí pra quase nada.

Bem, sobre aquela postagem, fiz uma referência a "agenda" do Livro das Revelações. Pois bem, agora quem te pede desculpas pelos absurdos que passo a escrever, sou eu: a tua VOM, pra mim, é muito mais VOM do que eu suspeitava. Agora mesmo nos chegam notícias truncadas de invasões de mesquitas no monte do templo pelo exército israelense. Pra que isso? Já andam falando da reconstrução do templo de Salomão no local. Pra que será? Armagedon? Tem gente que ao mesmo tempo que quer dar tons de fatos incontestáveis ao livro, parece planejar uma disseminação de ira religiosa pelo globo. Temos peste, fome, guerras (ainda cabe mais "UMA"), temos também, a natureza se rebelando (HAARP, talvez), os mortos se levantando (zumbis e a tal nona nuvem, quem sabe?), a marca da besta (o chip) e o sol abrasador. Devo estar esquecendo mais algumas das profecias do livro. Tirando o sol abrasador, todo o resto pode ter perfeitamente a mão dos abestados, muito embora, alguns andem a afirmar que há movimentações estranhas em torno do sol. Esta VOM pode perfeitamente existir há milênios, pode ter atravessado os séculos pelas mãos dos iniciados nas escolas de mistérios que já existiam no antigo Egito e ter encontrado guarida entre os sionistas dos nossos dias. Sobre o assunto, Guevara no seu "Caminho Alternativo" apresenta uma teoria muito interessante na postagem "A Simbologia Illuminati na Catedral de St. John em Israel". Vale a pena ler.

Quanto a NOM, que você tanto sonha, acho melhor econtrarmos outro nome, porque este definitivamente vai causar muita confusão:
Burgos na Grécia insuflando as massas: "Viva a Nova Ordem Mundial!". Ovos e tomates voam. Ou,
Burgos na reunião Bildeberg, com seu canivete atômico na pata e boina na cabeça: "Viva a Nova Ordem Mundial!".
Rotchilds, Rockefellers e Warburgs: "Que maravilha!!! Guarda o canivete meu jovem e venha sentar-se entre os bons, os da tua estirpe. Ô garçonete! Ei Merkel! Trás um osso buco de bisão do Himalaia e uma garrafa de Romanée Conti pra este nobre de quatro patas. Ou você prefere um Chateau Petrus meu jovem?" Fim da revolução.

Na verdade a fidelidade canina jamais permitiria que esta revolução terminasse assim. Tudo de bom meu amiguirmão.


Anônimo disse...

Walner, se pudermos transferir de modo apropriado as nações para os estados esses para as cidades das cidades para os bairros dos bairros para a nossa rua da nossa rua para nossa casa e para o vizinho. Pergunto o que temos em comum com o mundo, ou o nosso vizinho? A propriedade "individual" o "dinheiro" que cada um ganha, temos cercas físicas e psicológicas que nos dividem e temos a "ambição" e o dinheiro que nos separa. Temos a desconfiança em nos doar, em sermos traidos pelos outros, e tudo por quê? Porque fomos educados a competir e não a cooperar. Dizem que temos no nosso caráter as memórias dos reptilianos ou das forças antagônicas da anti-raça humana e que sobrevivem a milênios no nosso meio, mas ainda assim não há provas.

Afinal qual é o nosso caráter, somos humanos? ou somos ou uma sub-raça predadora? Que não tem dó, nem compaixão pelo seus semelhante e muito menos pelos outros seres que habitam o nosso planeta aos quais abatemos sem dó nem piedade.

Mas se conseguirmos dar um pouco de atenção a isso, podemos perceber que a nossa dieta é carnívora e somos predadores não só de animais, mas ma também dos nosso semelhantes, seja economicamente, ou seja emocionalmente. E é por essas e outras que não confiamos em ninguém, e apesar de sermos gregários não temos o instinto de alcatéia, não temos o espírito de corpo, nos tornaram apenas individualidades goveranadas pelas idéias alheias, e pelas pelas mídias de massa que repercutem o modo de viver atual.

Portanto, insisto em dizer nem tudo está perdido, desde que tomemos a consciência de uma forma higienizadora possamos pelo menos tentar mudar a nós, ainda que uma forma intuitiva, já que é o pouco que nos resta ainda.


Ahô

Anônimo disse...

Burgos, pode por favor, fazer uma referência a isto nos seus posts?

http://informacaoincorrecta.blogspot.pt/2011/12/recebi-e-publico.html

walner disse...

Só tenho que concordar Tibiriça. Inclusive na tua análise da psiquê da raça humana. Embora ache que a eficiente tese do "lugar ao sol", tão almejada por cada "indivíduo racional" neste planeta, possa ter sido premeditada para acirrar ânimos. A luta pela sobrevivência associada pela corrida ao vil metal, diminui consideravelmente qualquer divindade que possamos ter. Nos limitamos à viver pela sobrevivência, exatamente da mesma forma que os chamados animais irracionais. Para isso é que nos foi dada a razão? Julgamos nossos semelhantes pelas suas posses. A Física Quantica está aí batendo na porta. Apresentando uma nova possibilidade universal e nos apequenamos na conquista do ipad, ipod, do toyota, da ferrari. Todos criados com um vírus terminal, o da obsolescência. Em discussões ainda somos obrigados a ouvir que assim o sistema mantem os postos de trabalho. Desistimos da alma, do nosso espírito, da sua evolução, do espírito das coisas, da consciência universal. Vivemos a vida tacanha de seres banalizados. Desistimos da procura primordial, que é a evolução epiritual. Não me interessa se carregamos uma limitação reptiliana. Temos a razão, temos as portas do universo a nossa frente, temos a capacidade de evoluirmos dentro da espiritualidade e escolhemos as tretas comesinhas de um dia a dia medíocre. Exterminamos povos que sonharam mundos diversos dos nossos. Povos que viveram suas vidas na lida com a espiritualidade. Com a queda destes povos, que sucumbiram às nossas doenças físicas e mentais, portas se fecharam e talvez nunca mais consigamos abrí-las.

Abraços Tibiriça.

voz a 0 db disse...

Olá Burgos...

No dia em que o SISTEMA MONETÁRIO E AS RELIGIÕES acabarem será o dia em que surgiu neste Planeta uma nova espécie animal...

Dos mais de SETE MIL MILHÕES de animais humanos actualmemte existentes muito poucos VIVERAM, VIVEM e VIVERÃO de forma harmoniosa e pacífica...

Auto-classificamo-nos de inteligentes mas somos incapazes de o ser realmente.

No fundo aquilo que nos poderia permitir VIVER o pouco tempo que por aqui passamos, nunca foi utilizado em prol da harmonia, do amor e da paz... A nossa "inteligência" apenas nos distingue de outros animais, como dos chimpazés, pela capacidade que adquirimos de produzir engenhocas, de resto o nosso comportamento é idêntico aos dos chimpanzés...

A inteligência dos animais humanos é desperdiçada e tudo graças ao SISTEMA MONETÁRIO e às RELIGIÕES, pois graças a estas duas invenções da nossa inteligência hoje matamos outro animal humano só porque ele leva no bolso umas quantas folhas de papel pintado, ou porque enrola um trapo na cabeça!

Que a nova espécie tenha a capacidade de aproveitar o que restar deste Planeta para existir em harmonia e em paz... Nós, como espécie, já perdemos totalmente esta capacidade.

Bjs e Abraços para Todos
E festinhas e Lambidinhas para o Burgos

Jarbas disse...

Poxa...

Falam que no Brasil, os portugueses são burros...

Definitivamente não!

Vejam o nível da conversa e do conhecimento destes senhores...

Nós que somos uma naçãozinha de malandros, futebolistas e mulheres semi-nuas!

walner disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
walner disse...

Esqueci de dizer,

Teve um entrevero lá no Aldo Luiz e não aguentei.

Obrigado.

infinitoamanajé disse...

O papo está muito bom. E como diz o outro, onde há um problema lá estamos nós... Então cá está minha colher de pau.

A consciência revolucionária é individual. cada um de nós é o centro do universo. A humanidade é o somatório desta individualidade manipulada. Sem perceber e compreender o indispensável necessário Amor Incondicional como força transcendente para todas as inspirações necessárias, continuaremos à mercê do invisibilizado tirano Annunaki, vagando no labirinto do nada criado por "eles" em sua permanente nossa escravidão indefinidamente.

Sinto muito, sou grato, mas que o papo tá muito bom tá, segue o jogo...

BURGOS disse...

Amigos

Peço desculpas por não ter respondido aos comentários, estive afastado do blog por motivos particulares.
Volto agora e prometo responder nos próximos comentários.

Um grande abraço a todos

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