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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Barack Obama enviando soldados americanos para "ajudar" Uganda???



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, informou que está enviando soldados para Uganda, onde as tropas ajudarão o governo local a combater um exército guerrilheiro acusado de atrocidades. As tropas norte-americanas, que teoricamente ficarão sob supervisão das
autoridades de Uganda, poderão ser enviadas para operações nos vizinhos Sudão do Sul, República Centro-Africana e República Democrática do Congo, disse Obama em mensagem ao Congresso americano.

Ajuda americana é aos Ugandenses ou a Inglaterra?



O que está por trás dessa "ajuda" americana?



Ugandenses expulsos de terras por esquemas de créditos de carbono

O caráter neocolonial do ambientalismo radical tem sido ressaltado por um número crescente de comentaristas, mas acaba de ser demonstrado de forma cabal em Uganda, onde camponeses foram expulsos de suas terras para dar espaço a um projeto privado de reflorestamento baseado em um esquema de créditos de carbono. A expulsão dos camponeses se deu de forma violenta, com o recurso a forças militares, que incendiaram casas e provocaram mortes. A finalidade do projeto é converter as terras usadas para a agricultura em florestas plantadas, com o objetivo de gerar créditos de carbono para serem comercializados no mercado europeu – que, como se sabe, são instrumentos financeiros criados a pretexto de ajudar a reduzir as emissões de carbono supostamente causadoras do chamado aquecimento global. Como observou com propriedade o editor do sítio Prison Planet.com, Paul Joseph Watson (23/09/2011), trata-se de “uma chocante demonstração de como a tramoia das mudanças climáticas é uma forma bárbara de neocolonialismo”.

Um dos escassos relatos do caso na grande mídia foi uma reportagem do New York Times de 21 de setembro, na qual o jornalista Josh Kron descreve a patranha com detalhes.

A ação das tropas armadas se deu por encomenda da empresa inglesa New Forests Company, que se dedica à aquisição de terras e à plantação de florestas artificiais em Uganda, Tanzânia e Moçambique, inseridos em um esquema de créditos de carbono, em parceria com a agência de investimentos do Banco Mundial e do Hongkong and Shanghai Banking Corporation (HSBC). No conselho de administração da empresa, têm assento o diretor de investimentos do HSBC, Sajjad Sabur, além de ex-integrantes do banco de investimentos estadunidense Goldman Sachs.

Segundo o seu sítio, a empresa tem mais de 20 mil hectares de terras em Uganda e se define como:

(…) uma companhia florestal baseada no Reino Unido, sustentável e socialmente responsável, com plantações estabelecidas e rapidamente crescentes e a perspectiva de uma base de produção diversficada, para mercados de exportação locais e regionais, que proporcionarão tanto retornos atrativos aos investidores e significativos benefícios sociais e ambientais.

Em 2005, o governo ugandense cedeu à New Forests o direito de exploração das terras em três distritos do país, nas quais a empresa está plantando pinho e eucalipto. O problema é que as terras já eram ocupadas e, segundo um relatório recentemente divulgado pela ONG britânica Oxfam, cerca de 20 mil pessoas foram expulsas de suas terras pela ação da empresa, com o emprego de métodos de terror e violência. Os aldeões expulsos afirmaram que “forças de segurança” fortemente armadas atacaram os vilarejos, incendiando casas e causando a morte de uma criança, no incêndio da casa em que vivia. Jean-Marie Tushabe, pai de duas crianças, disse: “Nós estávamos na igreja… Eu ouvi tiros disparados para o alto… Carros vieram junto com a polícia… Eles invadiram as nossas casas. Levaram os nossos pratos, copos, colchões, cama, travesseiros. Então, nós os vimos retirando caixas de fósforos dos seus bolsos.”

Tanto o governo ugandense como a New Forests consideram a presença dos aldeões nas terras como ilegal e, segundo o jornalista, a sua expulsão se deveu “a uma boa causa: proteger o meio ambiente e ajudar a combater o aquecimento global”.

Em uma observação lúcida e pouco comum entre jornalistas da grande mídia, Josh Kron escreve: “O caso gira em torno de um mercado multibilionário do comércio de créditos de carbono nos termos do Protocolo de Kyoto, que contém mecanismos de transferência da proteção ambiental às nações em desenvolvimento.”

Uma fonte do governo ugandense afirmou ao jornalista que a ação violenta de expulsão dos aldeões das terras cedidas à empresa britânica foi conduzida por policiais e políticos corruptos, agindo à margem da lei. Já a New Forests respondeu às denúncias da Oxfam com uma declaração digna de Pôncio Pilatos: “O nosso entendimento é o de que esses reassentamentos foram legais, voluntários e pacíficos (sic) e as nossas primeiras sondagens confirmaram essa impressão.”

Os arreglos da New Forests na África são emblemáticos dos grandes negócios que têm sido articulados em muitos países em desenvolvimento, sob o nobre pretexto de enfrentar as mudanças climáticas alegadamente influenciadas pela ação humana. Mas, de humano mesmo, o que temos visto são ações abertamente criminosas como a da empresa britânica, em conluio com governos sequiosos de receber vantagens financeiras das antigas potências coloniais, para as quais a proteção ambiental passou a ser a nova face do antigo “fardo civilizador do homem branco".



Em 2009: voltando ao passado
(não muito remoto)

"Terceirização de terras" prejudica países em desenvolvimento


Cresce a tendência de offshore farming: há países e investidores comprando e arrendando extensas áreas cultiváveis em nações pobres para produzir alimentos. As populações locais só têm a perder, alertam críticos. Os especialistas já falam de uma verdadeira caça à terra alheia, motivada pelos mais diversos fatores. Arábia Saudita, Japão, China, Coreia, Líbia e Egito são países que precisam importar alimentos, a fim de suprir a demanda interna da população.


Há meses, as autoridades competentes dessas e de outras nações estão negociando a compra ou arrendamento de terra fértil no Brasil, Sudão, Uganda, Camboja e Paquistão, por exemplo, confirmando uma tendência mundial denominada offshore farming.

E não só representantes governamentais, mas também investidores privados, estão à procura de terras cultiváveis, a baixo preço, em todos os continentes, seja para garantir a produção da indústria alimentícia ou para o cultivo de plantas destinadas à produção de biocombustível.

ALEMÃES TAMBÉM

Os empresários alemães também estão nesse barco. A Barnstedt eG e a prefeitura de Uelzen, cidade pequena situada no norte alemão, por exemplo, já compraram terras na Rússia para esse fim. A Agranus AG, sob direção de um ex-executivo da Bayer, arrendou consideráveis extensões de terra na Romênia, Bulgária e na República Tcheca. Já a Prokon GmbH e a Co KG dispõem de mais de 10 mil hectares na Tanzânia, enquanto a empresa Flora Ecopower, de Munique, marca presença na Etiópia.

De acordo com estimativas da ONU, desde 2005, entre 15 e 20 milhões de hectares de terra de países em desenvolvimento foram vendidos ou arrendados por nações mais ricas, extensões que equivalem a nada menos que um quinto das superfícies cultiváveis da Europa. Negócios que acabam, por diversas razões, prejudicando as populaçõoes de regiões carentes, afirma Roman Herre, especialista em reforma agrária da Fian, uma organização internacional de defesa dos direitos humanos.

"A água, um recurso natural cada vez mais escasso, se tornou um bem extremamente estatégico. É evidente que muitas dessas empresas asseguram, através do acesso à terra, também o acesso à água. Há avaliações de especialistas de que haverá, no futuro, uma escassez muito maior de água do que de combustíveis fósseis", observa Herre.

POPULAÇÃO LOCAL EM DESVANTAGEM

Hoje, comenta o especialista, a falta de acesso à terra e água já pode ser considerada o maior problema para pequenos produtores rurais. A compra ou arrendamento de grandes áreas por estrangeiros acaba gerando somente poucos empregos para a população local. Muitas vezes – como é o caso dos chineses na África – os países que compram ou arrendam a terra também enviam a mão-de-obra de casa.

Os agricultores locais estão ameaçados de serem expulsos das áreas que até então cultivavam. Esse foi o caso, por exemplo, de Peter Baleke Kayiira, obrigado a fugir, já em 2001, das Forças Armadas na Uganda. Tudo isso porque o governo ugandense havia aceitado que uma empresa alemã que comercializa café usasse a região ao redor de seu povoado para uma plantação.

"Antes de sermos expulsos tudo estava bem, tínhamos nosso sustento garantido e até sobrava parte da produção que vendíamos. Agora isso não é mais possível. Só conseguimos fazer uma refeição por dia, as crianças não podem mais frequentar a escola. Se continuar assim, daqui a pouco seremos escravos", descreve Kayiira.

PARCA PARTICIPAÇÃO

As negociações que definem as condições de venda ou arrendamento de terra se realizam, na maioria das vezes, sem a participação da população local. Como o que aconteceu em Madagascar, onde o governo caiu no início do ano, depois que veio a público a intenção das autoridades de arrendar metade das zonas cultiváveis do país para um grupo da Coreia do Sul pelo prazo de nada menos que 99 anos.

Esse não é um caso isolado, diz Herre, lembrando que no Quênia houve uma situação semelhante. "Lá, o emirado árabe Catar recebeu grandes extensões de terra, em troca da promessa de investir na região, entre outros na construção de um porto local."

O exemplo do Quênia e de Madagascar são clássicos, pois nesses dois países, como em muitos outros, a população local está sendo completamente ignorada durante tais negociações. Esses contratos são, na maioria das vezes, ocultados da opinião pública e só vêm à tona por acaso", denuncia o especialista da Fian.

PROMESSAS VAZIAS

A experiência da organização mostra que os investidores, nesses contratos, costumam prometer projetos compatíveis com o desenvolvimento social local, bem como a criação de postos de trabalho e melhoria da infraestrutura. Essas promessas, contudo, quase nunca são cumpridas. Além disso, é importante lembrar que a produção agrária em escala industrial também afeta o meio ambiente de forma decisiva.


"Quando se vê que o Banco Mundial, por exemplo, quer investir quatro bilhões de euros nos agronegócios, pode-se partir do princípio de que essas terras serão basicamente ocupadas pela monocultura e o consumo de água será extremamente alto. O uso de pesticidas e adubo também se intensifica, algo altamente prejudicial ao meio ambiente", explica Heere.


Desde a recente crise de alimentos de 2008, cresce – pelo menos nos setores de cooperação internacional – a consciência de que os pequenos produtores dos países do hemisfério sul são os que mais sofrem com o problema. Um acesso justo e igualitário à terra e à água e uma participação real das populações locais nos processos de decisão fazem parte do direito humano ao alimento, reconhecido pelo direito internacional. Isso é o que todo governo tem que garantir, conclui o especialista Heere.




Fontes:

alerta.inf.br

Deutsche Welle
- Autora: Ulrike Mast-Kirschning Revisão: Simone Lopes

www.dw-world.de/dw/0,,607,00.html

Flora Ecopower
www.floraecopower.com

Banco Mundial
www.worldbank.org

Fian
www.fian.org

Um comentário:

Anônimo disse...

O NEGÓCIO DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS apenas está a servir para matar mais uns valentes milhares de pessoas...

Junta a este novo roubo a que chamamos "créditos de carbono" o que escrevi aqui e pronto já sabemos que os ugandeses estão feitos em picado!

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