À medida que a queda de Fernando Lugo vai ficando para trás, os presidentes que permanecem em seus cargos na América do Sul passam a botar em questão o próprio futuro. Ou o de seus sucessores. Embasada pela lei paraguaia, a deposição do presidente tem potencial para contaminar toda a região, na avaliação do Palácio do Planalto. Bastaria que os mandatários fossem encurralados pela maioria de seus Congressos, como ocorreu com Lugo, e conseguissem um pretexto para a deposição -- no caso paraguaio, foi a morte de 17 pessoas em conflito agrário.
É a partir desse raciocínio que os membros do Mercosul e da Unasul trabalham para dar uma resposta dura à decisão dos parlamentares do Paraguai, já que, instalado o clima de instabilidade, ninguém estaria seguro, independente da posição política. No curto prazo, quem estaria em posição mais vulnerável é o boliviano Evo Morales, que, a exemplo de Lugo, é mais atencioso em seu governo com uma parte específica da população – assim como Evo, Lugo era próximo dos movimentos sociais do campo e foi acusado de não reprimir corretamente seus abusos.
Há o temor também, contudo, de que, caso escolhido nas eleições deste
ano, o venezuelano Henrique Capriles, grande oposicionista do
presidente Hugo Chávez, se transforme em vítima desse clima de
instabilidade. Quem também não está nada seguro no cargo é o presidente
colombiano Juan Manuel Santos, que se posicionou claramente contra a
deposição de Lugo. Ele sofre forte oposição do seu antecessor, Álvaro
Uribe, que quer se candidatar de novo.
A Argentina de Cristina Kirchner não passa lá também pelo seu momento
mais tranquilo -- a presidente teve inclusive de voltar mais cedo da
Rio+20, para lidar com uma greve de caminhoneiros que ameaçava parar o
país. O Equador, onde o presidente Rafael Correa chegou a se dizer
vítima de golpe em 2010, é outro país extremamente vulnerável a tensões
políticas.
Com ambiente de menor tensão, Brasil, Chile e Uruguai parecem os
países menos expostos a reflexos internos da deposição no Paraguai, mas
se os distúrbios se espalharem pelo continente, todos serão afetados. A
diferença do caso paraguaio para crises nesses outros países é que a
intensidade da reação popular tende a ser muito maior.
Fonte: Brasil247
4 comentários:
Oi Burgos,boa noite!
Como está você e os de sua casa?
Espero que bem,:)
Citando suas palavras:
O golpe no Paraguai mostra a facilidade que foi deposto um governo que foi eleito pelo povo.
A meu ver isso só serviu mais uma vez pra provar que o povo não tem participação efetiva alguma.
Quem decide quem fica e quem sai são os donos do poder,tudo não passa de ilusão.
Burgos,
Espero que os povos da América do Sul não se deixem enganar.
Abroço
Pri
Depois de uma onda de gripe, agora vamos todos bem.
É claro que sabemos que o povo não decide nada, mas se adquirirem consciência disso, talvez possam começar a decidir, e não permitir que aconteça aqui o mesmo que no Paraguai.
Um grande abraço pra ti e toda a tua família
Octopus
Meu amigo, isso é o que eu mais espero, já basta a ditadura que o Brasil viveu por tantos anos, levar um golpe agora sería o retrocesso mental de uma nação.
Um grande abraço meu amigo
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