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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Americano torturado pelo FBI pede asilo à Suécia



O Departamento de Imigração da Suécia (Migrationsverket) acusou recentemente ter recebido um pedido de asilo de um cidadão estadunidense. Yonas Fikre, muçulmano, revela que autoridades dos Estados Unidos estão por trás de sua prisão nos Emirados Árabes Unidos no ano passado e que por isso passou mais de 100 dias detido e torturado.


"Eles me batiam com um cacetete na sola dos pés, sem parar. Até o momento em que eu não aguentei e caí no chão. Então eles me forçavam a levantar. Fui torturado a mando do FBI" denunciou Fikre, em entrevista exibida nesta quinta-feira (26) pela SVT, a TV pública sueca.

Foi numa viagem ao Sudão, em 2009, que Fikre diz ter sido contatado pela primeira vez por autoridades norte-americanas. Segundo ele, a ideia seria que se tornasse um informante. Ao negar, Fikre teve o nome incluído na lista das pessoas impedidas de viajar nos Estados Unidos.


Por causa disso, foi obrigado a imigrar e recomeçar a vida nos Emirados Árabes, onde acabou preso por agentes do serviço secreto. Segundo ele, nos interrogatórios, os agentes perguntavam por atividades e membros da mesquita da cidade norte-americana de Portland, onde vivia.


"Por mais que você odeie alguém, por pior que seja o ato cometido por essa pessoa, eu não consigo me imaginar torturando nem o meu pior inimigo da maneira como me torturaram", afirmou o norte-americano à SVT.


A TV sueca entrou em contato com o FBI, autoridades norte-americanas e a embaixada dos Emirados Árabes Unidos na Suécia, sem obter resposta. Fikre deu entrada no seu pedido de asilo em dezembro. Na semana passada, o Migrationsverket informou estar analisando o caso, mas sem estipular prazo para uma decisão. "Pode levar meses, até mesmo mais de um ano até que tenhamos acesso aos documentos", explicou o advogado sueco de Fikre, Thomas Nelson.


Pólo de imigração


A Suécia é um dos países que mais receberam exilados e refugiados de países em conflito na última década. Desde a invasão e posterior ocupação do Iraque em 2003, o número de imigrantes iraquianos no país escandinavo praticamente dobrou, chegando a quase 120 mil atualmente.


Somente a cidade de Södertälje, na região metropolitana da capital Estocolmo, acolheu mais cidadãos do Iraque do que todo os EUA. O caso de Fikre é o primeiro em mais de cinco anos envolvendo cidadãos estadunidenses.


"Não temos notícia de nada parecido nos últimos anos. São casos que não costumavam acontecer no passado. Agora sabemos que os EUA agiram assim em muitas outras ocorrências, com empresas privadas ou agentes de outros países responsáveis pelo trabalho sujo", denunciou à SVT Hans Bredberg, responsável por tratar do caso de Fikre junto ao Migrationsverket.







Fonte: Vermelho
Imagem: Google

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