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sábado, 21 de abril de 2012

Russos protestam contra base da Otan em cidade de natal de Lênin



Milhares de comunistas russos protestaram neste sábado (21) contra a presença da Otan em Ulianovsk, cidade natal de Lênin, que abrigará um centro de passagem de mercadorias para a retirada das tropas aliadas do Afeganistão.

"Consideramos o lugar da instalação da Otan no centro do país uma traição aos interesses nacionais", afirmou o líder comunista russo Gennady Ziuganov, durante um comício em Ulianovsk, que fica a cerca de 900 quilômetros a leste de Moscou.

Ziuganov falou para milhares de pessoas reunidas no centro da cidade, onde Vladimir Ilich Ulianov (depois Vladimir Ilitch Lenin) nasceu em 22 de abril de 1870 e que hoje possui diversos museus dedicados ao fundador do Estado soviético.

Os comunistas denunciam que o ponto de passagem da Otan é o primeiro passo para a construção de bases militares aliadas em território russo, e acreditam que as instalações poderiam servir para obter informação secreta e traficar drogas afegãs.

Também se juntaram ao protesto representantes de grupos esquerdistas de Moscou e de outras cidades da Rússia, como o radical Frente de Esquerda, e representantes da reserva do exército soviético.


Após o comício, milhares de pessoas que levaram cartazes com dizeres como "Não às botas da Otan em solo russo" ou "Otan, go home" (Otan, volte para casa) participaram de uma pacífica manifestação pela cidade.

"A Otan viola a soberania de nosso país. A Rússia sempre foi um Estado poderoso e respeitado. A nenhum dirigente russo tinha passado pela cabeça até agora, em mil anos de história, abrigar uma base militar inimiga", disse hoje Yevgueni Litiakov, um dos dirigentes comunistas na região de Ulianovsk.

"Ulianovsk é a pátria de Lênin. Não aceitaremos o plano. Se o permitirmos, nos convenceríamos de que seria o primeiro passo para a construção de bases militares na Rússia. As potências ocidentais nunca saem voluntariamente de lugar algum", acrescentou. Litiakov ressaltou que "há muita gente disposta a deitar em ruas e estradas para evitar a chegada de mercadorias" à cidade, que é a ponte de comunicação aérea e terrestre que une a parte europeia da Rússia com a Sibéria e a Ásia Central.

Recentemente, o presidente Vladimir Putin defendeu a abertura do centro de passagem da Otan. "É preciso ajudá-los a solucionar o problema da estabilização no Afeganistão ou nós é que teremos que fazê-lo. Nossos interesses nacionais consistem em manter a estabilidade do Afeganistão (...), por isso garantiremos o trânsito", afirmou. No entanto, Putin negou que o centro aliado encubra na realidade uma base militar. "Posso garantir aos senhores que lá não haverá nenhuma base. Isso é, como dizem os militares, um 'ponto de apoio' para o tráfego aéreo de cargas militares", afirmou.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse nesta semana que o aeroporto de Vostochni, um dos maiores do mundo e construído para receber até ônibus espaciais, começará a funcionar em breve, e negou planos sobre instalações militares da Otan em solo russo.










Fonte: Vermelho

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