Aqueles que planejam e anseiam por fazer na Síria o que fizeram na Líbia têm vindo a ver, até ao momento, os seus criminosos intentos gorados.
Por Pedro Guerreiro, no jornal Avante!
A coberto de uma resolução do Conselho de Segurança, que consideram "histórica", os EUA e a Otan, com o apoio dos seus aliados, bombardearam durante sete meses a Líbia, uma agressão que representou uma brutal violação dos mais elementares direitos humanos e do povo líbio, provocando dezenas de milhares de mortos e feridos, a destruição de um país e o assassinato do seu chefe de Estado.
Face à resistência síria perante a ingerência e a agressão externa e à posição – nomeadamente da Rússia e da China –, de procura de uma solução no respeito da Carta da ONU, os EUA e seus “amigos” tudo fazem para sabotar qualquer iniciativa que procure travar a escalada e as suas consequências para o povo sírio e os povos do Médio Oriente e possibilitar uma solução pacífica e negociada para a situação na Síria.
Quando a Missão de Observação promovida pela Liga Árabe desnudou a ação dos grupos armados na Síria, esta foi imediatamente boicotada pelos países do Conselho do Golfo, que retiraram os seus observadores e colocaram novas e inaceitáveis exigências à Síria, torpedeando o plano de trabalho e o protocolo firmados entre a Liga Árabe e as autoridades daquele país, impondo uma escalada no conflito e apelando à intervenção militar externa. Agressão que seria branqueada por uma resolução a ser adotada pelo Conselho de Segurança da ONU, que, hipocritamente, foi apresentada por Marrocos que, não cumprindo resoluções da ONU e o direito internacional, coloniza e oprime o povo do Saara Ocidental.
Frustrada a tentativa de instrumentalização do Conselho de Segurança da ONU – pelo veto da Rússia e da China – logo se viraram para a sua Assembleia Geral que aprovou uma perigosa resolução (não vinculativa) que desrespeita princípios fundamentais das relações entre os estados consagrados na Carta das Nações Unidas. Ao mesmo tempo, articulavam a ingerência à margem da ONU, amontoando os países da Otan e os seus aliados, naquilo que, à semelhança da Líbia, designaram por “grupo de amigos”.
Quando se verificam novas iniciativas de paz, na sequência das diligências efetuadas pela Rússia e pela China – impossíveis de serem protagonizadas pelo atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, dado o seu alinhamento na promoção da ingerência e da militarização das relações internacionais –, os EUA e os seus “amigos” encetam todo o gênero de ações que, objetivamente, visam condicionar, minar ou fazer fracassar estes esforços.
É assim que deverão ser entendidas as ações que visam: impor ultimatos à Síria; amalgamar intencionalmente o inaceitável “plano da Liga Árabe” e os seis pontos do plano de paz agora proposto, procurando desvirtuar e condicionar este último; determinar e impor ditos "representantes de todo o povo sírio"; fornecer abertamente apoio financeiro, logístico e, mesmo, militar aos bandos armados; responsabilizar unicamente as autoridades sírias, enquanto os bandos armados ficam impunes e a sua ação terrorista é encoberta e incentivada; ameaçar com o desencadeamento de ações penais, aliás, como fizeram na Líbia. Ações que servem para armadilhar e obstaculizar qualquer processo negociação que respeite a soberania do povo sírio e a independência e a integralidade territorial da Síria.
O caminho para a paz na Síria passará pela firmeza e pela unidade do seu povo contra a ingerência e a agressão externa, pelo respeito da Carta da ONU – que estipula a não intervenção nos assuntos internos e a não ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou a independência de um Estado – e pela consciência da importância da sua salvaguarda pela maioria dos seus estados-membros.
Fonte: Vermelho
Imagem: Google
2 comentários:
eheh... Burgos... Certificação custa!
Proposta: Escreve um texto, ilógico e incoerente! ( até 1000 palavras que é para não assustar os leitores!) com as palavras "Empatia" e "Munição"...
Fico a aguardar a Sanidade!!
Festinhas!
Meu muito doido amigo Voz, vou tentar, te prometo, hehehehehe.
Um abraço
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