O vídeo de uma conversa privada entre Barack Obama e Dimitry Medvedev, presidentes dos Estados Unidos e Rússia respectivamente, sobre o projeto de sistema de defesa de mísseis na Europa, foi publicado hoje em diferentes meios.
Um microfone aberto involuntariamente permitiu gravar o mandatário estadunidense, quando lhe dizia a seu homólogo russo: "Esta é minha última eleição...após minha eleição terei mais flexibilidade".
Na gravação escuta-se também a voz do governante russo quando lhe respondia "Entendo. Transmitirei esta informação a Vladimir", se referindo ao presidente recém-eleito, Vladimir Putin.
A conversa, supostamente privada, foi captada em câmera no final de uma reunião pouco antes de iniciar a Cúpula de Segurança Nuclear em Seul, Coreia do Sul, quando repórteres e fotógrafos entraram à sala onde estavam Obama e Medvedev para tomar imagens do encontro.
O escudo de mísseis que a Organização do Atlântico Norte (OTAN) pretende montar na Europa com ajuda estadunidense, se converteu em um tema difícil entre os Estados Unidos e a Rússia.
Moscou se opõe a um sistema de defesa composto por mísseis disseminados a tão curta distância de sua fronteira, argumentando que viola sua soberania, apesar dos Estados Unidos e seus aliados da OTAN enfatizarem que o projeto está desenhado para dar proteção contra um potencial ataque iraniano e que não será utilizado contra a Rússia.
Ben Rhodes, consultor estadunidense sobre segurança e comunicações estratégicas assegurou em um comunicado que "Estados Unidos está comprometido a implementar nosso sistema de defesa de mísseis, sobre o qual temos afirmado repetidamente que não aponta à Rússia".
"No entanto, dadas as grandes diferenças entre Estados Unidos e Rússia sobre o assunto, levará tempo e trabalho técnico para chegar a um acordo", agregou o especialista.
Segundo Rhodes, o tema está longe de chegar a uma solução devido às prioridades políticas do ano no qual ocorrem as discussões. "2012 é um ano de eleições em ambos países (...) pelo que claramente não é um ano no qual vamos conseguir alguma coisa", sublinhou.
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Medvedev e Obama discutem sobre escudo antimíssil
Os presidentes da Rússia, Dmitri Medvedev, e dos Estados Unidos, Barack Obama, retomaram nesta segunda o impasse sobre o escudo antimíssil, ao reunirem-se em Seul, no marco de uma cúpula sobre segurança nuclear.
Medvedev reconheceu que ambas as partes mantiveram invariáveis suas respectivas posições, mas considerou que o trabalho está a cargo agora dos inspetores técnicos sobre armamentos.
"Ainda há tempo para chegar a um acordo e, embora mantenhamos posições diferentes, o diálogo é possível e inclusive necessário", assinalou o chefe de Estado russo, citado aqui pela televisão local.
Para isso, apontou, "contamos com a experiência das positivas negociações em torno da assinatura do Tratado de Limitação e Redução de Armas Estratégicas (START-3)", assinado em Praga em abril de 2010.
Por sua vez, Obama expressou a disposição de Washington de iniciar novas negociações para a posterior redução do arsenal nuclear, o qual deve se limitar a 1.500 ogivas por cada parte até 2020.
A imprensa local recorda recentes declarações do premiê russo, Vladimir Putin, que assumirá a presidência no dia 7 de maio, sobre o desenvolvimento pelo Pentágono de armas convencionais tão potentes quanto as atômicas, mas sem efeito radioativo.
O porta-voz presidencial russo Serguei Prijodko afirmou ontem que seu país demanda ao Ocidente argumentos claros, objetivos e com embasamento técnico e geográfico para eliminar qualquer suspeita de que o escudo antimíssil na Europa possa estar dirigido contra a defesa russa.
Nas conversas entre Obama e Medvedev também figurou a crise na Síria, sobre a qual Moscou e Washington mantêm diferenças visíveis. A Rússia defende uma solução pacífica à crise e o fim das hostilidades, tanto pelo governo como por grupos armados.
Além disso, Obama considerou que no caso do Irã está terminando o tempo para resolver pela via diplomática o impasse em torno do programa nuclear da República Islâmica.
Teerã considera que a Casa Branca fabricou um conflito em torno de seu programa atômico e defende o caráter pacífico deste, assim como seu direito a produzir combustível nuclear. Moscou recentemente qualificou de grande erro a tentativa de uma solução bélica do caso iraniano.
Fonte: Prensa Latina, Vermelho
Imagem: Prensa Latina
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