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quarta-feira, 28 de março de 2012

Negócios bélicos sem recessão



Os efeitos da crise financeira internacional, cada vez mais presentes em uma economia dominada pela globalização, evitam o prometedor e multimilionário comércio de armas e serviços militares, que ganha cada vez mais espaço.

Em um meio onde se escutam com frequência os termos pobreza, fome, volatilidade e dívidas incumpridas, dados do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI) mostram os ares de bonança que permeiam esse negócio.

As estatísticas revelaram que as vendas de armas e serviços das 100 principais companhias vinculadas à atividade chegaram a 411 bilhões de dólares em 2010, com um crescimento de um porcento em relação ao ano anterior.

Na mesma tendência, o volume das transferências mundiais de armas em 2007-2011 foi 24% superior ao de 2002-2006, e os cinco maiores importadores foram todos estados asiáticos.

Ásia e Oceania realizaram 44% das importações globais de armas, seguidas pela Europa (19%), Oriente Médio (17%), América (11%) e África (nove porcento).

A relação das cem empresas que lideram a atividade tem 44 companhias estadunidenses, as quais concentram 60% do valor total das transações.

São trinta as firmas europeias responsáveis por 29% do negócio.

No entanto, a concentração é evidente ao avaliar que as 10 primeiras da lista contribuem com 56% das vendas, equivalentes a 230 bilhões de dólares.


Obviamente, sete delas são estadunidenses, e em primeiro lugar está Lockheed Martin - especializada em aeronaves, equipamentos eletrônicos e mísseis - com transações em 2010 que totalizaram 35 bilhões, 730 milhões de dólares.

Representando o Velho Continente está a britânica BAE Systems, em segundo lugar com 32 bilhões, 880 milhões de dólares; enquanto que a italiana Finmeccanica é oitava com 14 bilhões, 410 milhões de dólares.

Navios, aviões de última geração, veículos blindados de diversos tipos, armas leves, mísseis, radares e munições se combinam com serviços de manutenção, logística e inclusive treinamento para gerar despesas milionárias.


Especialistas do SIPRI afirmaram que o comportamento dos negócios reflete a existência de lucros constantes, sem indício algum de impacto negativo gerado pela crise financeira internacional.

É evidente que as quantias manejadas nada têm a ver com a ameaça de recessão, flagelo que já afeta várias economias da zona do euro como a Itália, a Grécia e Portugal.

O negócio das armas e os serviços militares ignoram também a existência de bilhões de pessoas em todo o planeta que se encontram sob os efeitos da fome.

Só para nutrir a reflexão: os dados do Banco Mundial indicam que com um um dólar per capita anualmente, mais de quatro bilhões de pessoas se beneficiariam com o consumo de trigo enriquecido, ferro, alimentação complementar e micronutrientes em pó.

Essa cifra é menos que metade do custo total de um portaviões de nova geração do tipo CVN-78 (9,7 bilhões de dólares), do qual o governo dos Estados Unidos espera possuir pelo menos três unidades nos próximos 10 anos.

As cifras são eloquentes, considerando que os 10 sistemas de armamentos mais caros no mundo acumulam 868 bilhões de dólares ao adicionar os custos de pesquisa, desenvolvimento e produção.

Em matéria de mísseis, a Lockheed Martin desenvolveu o programa do Trident II a um custo aproximado de 53 bilhões de dólares e com um preço de 65,7 milhões por unidade. O orçamento de defesa dos Estados Unidos contabiliza 561 dessas pérolas.

Também está a aeronave P-8A Poseidon, dedicada a patrulhar os mares e à luta antisubmarina, valorizada em 206 milhões de dólares por nave, que custou 33 bilhões de dólares para desenvolver e produzir.

Aviões de última geração como o F-35 (109,5 milhões de dólares por unidade), o F-22 Raptor (211,6 milhões) e o F/A-18E/F Super Hornets (90,8 milhões de dólares) fazem parte da lista de sofisticados dispositivos de morte.

Figura também o submarino nuclear classe Virginia, com um custo unitário de 2,5 bilhões de dólares e capaz de transportar até 38 tipos diferentes de armamentos, entre eles torpedos, minas e mísseis.

Tudo isso é só uma mostra das dimensões do negócio bélico, em estável expansão apesar das turbulências na economia mundial.







Fonte: Prensa Latina
Imagens: Google (colocadas por este blog

Um comentário:

P. P. P. disse...

“A floresta da mãe joana”: urge uma contraofensiva diplomático-ambiental
AMBIENTALISMO E POLÍTICA AMBIENTAL 1 COMENTÁRIO
Por encomenda da revista Veja, uma pesquisa internacional sobre a imagem do Brasil no exterior revelou a eficiência da campanha de mais de duas décadas do movimento ambientalista-indigenista, para colocar o País como um dos alvos principais da sua agenda antidesenvolvimentista, em particular, quanto à preservação da Amazônia no estado mais “natural” possível. Em um contexto em que o País obteve resultados gerais positivos, mais da metade dos entrevistados considerou que a importância ambiental global da Floresta Amazônica justifica restrições à soberania brasileira sobre a região. A pesquisa foi efetuada pela CNT/Sensus em 18 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, EUA, Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Rússia, China, Japão, Índia, Líbano e África do Sul), tendo sido entrevistadas 7.200 pessoas (Veja, 4/01/2012).

No item referente à Amazônia, a reportagem utiliza a expressão “a floresta da mãe joana” para tabelar os resultados de alguns países individuais – no caso, EUA, França, Alemanha, Rússia, Japão e África do Sul. De forma sintomática, a combinação das respostas “O Brasil deve preservar a floresta de acordo com regras internacionais” e “A floresta deve ser internacionalizada” superou a combinação “Quem cuida da floresta é o Brasil” e “O Brasil deve preservar a floresta de acordo com as regras do país”, na França (77% x 23%), Alemanha (74% x 22%) e Japão (77% x 19%); nos EUA, deu empate técnico (44% x 43%). Nos dois parceiros no grupo BRICS, a combinação favorável à soberania nacional se impôs: na Rússia, por 46% a 39%; e, na África do Sul, por 42% a 34% – ainda assim, o fato de que grandes parcelas dos entrevistados admitam tais teses esdrúxulas denota a eficiência do discurso ambientalista.

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http://www.alerta.inf.br/a-floresta-da-mae-joana-urge-uma-contraofensiva-diplomatico-ambiental/

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