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quarta-feira, 28 de março de 2012

A vergonhosa violência de Israel contra crianças palestinas


Soldado de Israel pisa sobre criança palestina. Antes agrediu a mãe


A vergonhosa violência contra crianças palestinas

Paulo Moreira Leite

Tempos atrás, fiz uma nota sobre os maus tratos sofridos por crianças palestinas que são presas pelas forças de segurança de Israel. É uma situação preocupante e vergonhosa, que, aos poucos, começa a se tornar debate internacional.

Não se trata de uma repressão destinada a impedir pequenos furtos e atos de violência. São medidas que visam punir adolescentes e crianças — o limite legal é 16 anos — que jogam pedras em soldados de Israel e também em colonos instalados, à revelia da lei internacional, na Cisjordânia, que é território palestino.

Minha primeira nota se baseava numa reportagem da correspondente do jornal inglês “Guardian”, que conversou com crianças, advogados e famílias.
Agora, “El País” publica uma reportam sobre o assunto. Conforme o jornal, ”o tratamento que recebem os menores palestinos detidos pelas forças de segurança israelenses preocupa há tempos as chancelarias europeias e as organizações de defesa da infância. Preocupam-se de que os jovens sejam interrogados sem a presença de um advogado, que sejam encerrados em celas de isolamento e, sobretudo, que sofram maus-tratos.”

Segundo o jornal, a ONG Defense for Children International (DCI) compilou casos durante quatro anos. Numa investigação que tem apoio da União Européia, a DCI afirma que se encontrou um “padrão de abusos sistemáticos” e, pior ainda, “alguns casos de torturas praticadas em crianças encarceradas em centros militares”.

Todos os anos, diz a entidade, o exército israelense detém, interroga e encarcera entre 500 e 700 menores. Com base em 311 declarações juradas de menores palestinos detidos, 234 menores sofreram algum tipo de violência física durante ou depois da detenção; 57% dos detidos receberam ameaças e 12% foram encerrados em uma cela de isolamento.

Duas entidades israelenses, B’Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos, costumam condenar o tratamento dado aos menores palestinos nos cárceres israelenses.

Mark Regev, porta-voz do governo israelense, afirma que, “quando as autoridades militares detêm menores, o fazem de acordo com os procedimentos específicos necessários”.

A lei militar considera menores apenas quem ainda não completou 16 anos de idade, o que significa que a partir daí mesmo quem ainda é considerado adolescente recebe o tratamento mais severo reservado a adultos — e não há mais um cuidado específico com sua situação. Os menores de 16 anos são tratados por tribunais especiais, cujo objetivo é adequar o tratamento às características do acusado.

Leia como “El País” descreve o padrão de trabalho das forças de segurança israelenses para capturar os menores: ”Costuma ocorrer durante a noite. Os blindados entram no povoado e tiram os menores de suas casas, algemados e com os olhos vendados. Levam-nos até um centro de detenção para interrogá-los, sem que possam acompanhá-los nenhum familiar e muitas vezes sem que haja um advogado presente durante o interrogatório.”

Conforme a ONG DCI, “em quase um terço dos casos estudados, os menores são obrigados a assinar documentos em hebraico, que não compreendem. Em um prazo de oito dias, os menores comparecem, com correntes nos tornozelos, diante de um tribunal militar situado em Israel, em violação ao artigo 76 da quarta Convenção de Genebra, que proíbe tais transferências. É então que têm a oportunidade de ver pela primeira vez seus familiares, desde que estes consigam as permissões necessárias para entrar no país a tempo.”

Segundo o jornal, “cerca de dois terços dos menores detidos acabam em um presídio israelense, segundo dados da ONG DCI. A organização explica que nos últimos anos, entretanto, houve uma melhora significativa no sistema penitenciário. Uma das novidades positivas que raramente as autoridades israelenses mantém menores e adultos em cárceres diferentes, o que antes ocorria com mais frequencia.





Fonte: IraNews
Imagem: Google, IraNews

5 comentários:

Fernando disse...

Simplesmente ridícula tal postura de intimidação de agentes a serviço do Sistema junto às crianças. Covardia é uma palavra pequena para isso. O mundo precisa se transformar e é isso que está acontecendo. Espero e tenho profunda esperança que daqui a alguns meses isso não seja nem uma vaga lembrança dos tempos de barbárie de nossa civilização. Abração!

Octopus disse...

Meu amigo,

Bem sabes que esta situação mexe muito comigo e me revolta profundamente.
Obrigado pela denuncia.

Um grande abraço

BURGOS disse...

Fernando e Octopus

Se um exército faz isso com as crianças, imaginem o que devem fazer quando prendem um adulto.
E o que é pior, com o consentimento do prêmio Nobel da Paz.

Abraços

P. P. P. disse...

Burgos, a fundação Nobel sobrevive de fundos provenientes da invenção da dinamite. Então estes prêmios nada mais são que meras caricaturas de mal gosto.

Aqui está uma bela historinha do nosso multifacetado M. Fernandes. falecido anteontem ---

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'NO DIA EM QUE O GATO FALOU'
Millôr Fernandes

Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato siamês! Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Este gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas, nada!

A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo muito mais do que devia! Um papagaio que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados, para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a idéia genial. Quando a idéia iluminou seu cérebro, veio logo acompanhada da crítica, autocrítica: "Mas, como não ocorreu isso antes" perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. "Como não me ocorreu isso antes?" O papagaio viu o brilho da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar, mas estava preso. Foi morto, depenado, e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Não era? O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu experimento científico, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateu-lhe mesmo - horror! - pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia do estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-aua-au,mas perfeitamente compreensível):

- Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair. Corre, madame, que o prédio vai cair!

A mulher, tremendo de comoção e de alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez: - Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

- Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! - e pulou para a rua.

Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

Veja só que cretina. Passou a vida inteira para fazer eu falar e no momento em que eu falei não me prestou a mínima atenção.

MORAL: - O mal do artista é não acreditar na própria criação.
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- Que gato burro, Luma, se fosse um de nós teria puxado a saia da dona para fora do prédio.

- Lipe, uma perguntinha, com ou sem a velhinha...
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Abraços.


asss. LUMA e LIPE

ps. Humor canino é dose pra leão ou gatão.

BURGOS disse...

P.P.P. Luma e Lipe

Adorei a história, Millôr era genial.

Muito obrigado.

"Humor canino é dose pra leão ou gatão", hehehehehehe


Um abração para os três

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